o vinho é a volúpia do espírito, o pacificador da alma, uma fonte de inspiração ... (garanto ter mais de 18 anos e beber de modo responsável)
sou curiosa e adoro experimentar vinhos distintos, embora tenho os meus prediletos, assim como aqueles que sei que nunca me vão deixar ficar mal (por serem uma escolha conciliadora de gostos e paladares - não pelo seu consumo desmedido).
portugal, rico em diversidade e qualidade, dá-nos tanto por onde escolher, degustar e entranhar!
não sou nenhuma expert ou conhecedora dos meandros da enologia. apenas gosto. sei o que procuro e o que evito. o meu vinho de eleição pode nem ser o melhor (a nível “sério” do ponto de vista da análise), mas se é o que me sabe melhor, se é o que me dá mais prazer a beber, então será esse a minha escolha. adoro vinho tinto, mas não me agradam “os finais de boca persistentes”, mas também não gosto de vinhos “deslavados”. gosto de vinhos macios, aveludados e envolventes.
sem excluir tantos que amo, mas apenas por referência e aposta ganha da colheita de 2009, os meus preferidos são: .duas quintas - ramos pinto, douro. suave e envolvente. uma harmonia perfeita e única
.herdade do grous – herdade do grous, alentejo. aveludado e delicado. deixa-nos a sensação de “boca cheia”
.lopo de freitas - caves são domingos, bairrada. complexo e quente, na boca envolvente e sedutor, com um ténue toque de carvalho
os três com uma suave delicadeza que não deixa adivinhar os seus 14% alc./vol.
aconselho vivamente a experiência, numa boa companhia e um bifão!
sou amante confessa de bom vinho. sempre que tenho oportunidade faço enoturismo no nosso rico portugal (com paixão assumida pelo alentejo e douro).
para estas férias de verão decidimos levar esta paixão além fronteiras e visitar a bela região de toscana. a zona é verdadeiramente "molto bella".
o único problema é eu não poder usufruir do néctar dos deuses! ai que suplício em que me meti! é óbvio que quando marcamos a viagem a bebé estava em mente mas não era ainda uma realidade. bem que me tramei pela antecedência 🙃
a excelência e sumptuosidade dos sobreiros, com os seus extensos ramos e o conforto que a sua sombra proporciona nos quentes dias de verão no alentejo ... lembram-me a segurança e o conforta da família. proporciona-me uma calma prazerosa contemplá-los.
na última visita ao alentejo, a este meu prazer associei um outro, já antigo mas nunca experienciado in loco: o do vinho alentejano, as suas quintas e a vida à volta da sua produção.
o alentejo tem efetivamente um outro tempo, outros odores, outro céu, outro encanto.
ficamos alojados na herdade do grous - aconselho vivamente esta envolvente experiência. os quartos são grandes e cheios de miminhos: o confortável roupão, a fruta, o café, a deliciosa trufa de chocolate e o seu principal, anfitrião, o vinho da herdade; as casas de banho, enormes, são decoradas com azulejos tradicionais e robusta madeira. fiquei apaixonada pela excelente conjugação do rústico com o conforto. a herdade possui diversos equipamentos gratuitos para os hospedes: ginásio, piscina exterior, salas de estar ao longo da sua basta extensão, caiaques na barragem que a integra, campo de ténis, sessões de birdwatching e visita à criação do tradicional porco preto. possui ainda uma loja onde encontramos os produtos da herdade do grous, assim como produtos locais onde se inclui o artesanato. tenho por princípio não repetir experiências mas...esta deixou-me a vontade de voltar!
fizemos a visita à moderna produção da herdade do grous e prova de vinhos (esta varia entre 7€ a 50€). destaco: a maravilhosa cave da herdade onde decorre o estágio do vinho tinto nas barricas de carvalho francês todas perfeitamente alinhadas, tornando um espaço amplo e frio num espaço sensorialmente acolhedor; um enólogo dedicado e apaixonado e ... um excelente grous branco 2015 - complexamente genial, fresco e cativante.
os caminhos do alentejo levaram-nos, também, até a herdade esporão, esse gigante produtor! a herdade é colossal, percorremos cerca de 6km desde o portão até ao edifício principal, por uma estrada sempre ladeada de parreiras. no edifício principal, a vista sobre a lagoa é de cortar a respiração e o odor, proveniente do restaurante, é de criar água na boca. a visita à herdade do esporão consistiu na explicitação da produção vínica e foi extremamente interessante do ponto de vista histórico; foi uma surpresa o facto de o alentejo ser produtor de vinho (em larga escala e distribuição) apenas a partir do 25 de abril de 1974 (explicado assim os seus modernos métodos e equipamentos de produção), tendo durante a ditadura assumido o papel de "celeiro de portugal", ficando a produção de vinho relegada para consumo próprio. as provas, esperado momento, realizou-se na loja da herdade (bem estruturada e organizada, apelando aos sentidos e à compra de produtos); foi-nos apresentado o defesa 2014 (branco e tinto), o destaque recai aqui, claramente, para o vinho tinto.
dois dias, duas herdades, muito mais para visitar, uma desculpa para voltar.