no meio da azafama das minhas arrumações encontrei o meu diário de 2008!
venho partilhar um texto, que à distância já não faz doer,e que me orgulha pela decisão tomada:
"passei o fim-de-semana no algarve, o tempo estava ótimo, a minha vida nem por isso!
embora tudo convidasse ao relax e à descontração, ele estava comprimido como sempre.
nada o torna feliz, tudo provoca ira e não há forma de penetrar nessa muralha. para fora só vem mágoa e ataques...não sou capaz de continuar assim... não somos amigos e agora também já não somos amantes, que sentido faz continuarmos juntos? somos apenas sócios na compra da habitação, só isso nos une, uma relação comercial.
se pelo menos não me atacasse constantemente, eu poderia aguardar, ter esperança de que as coisas melhorassem.... mas chega!
não quero passar a minha vida ao lado de alguém que não quer ser feliz.
avizinham-se momentos complicados, mas sinto-me aliviada pela decisão tomada... todas as brigas, as ofensas vão finalmente terminar. preciso de paz. preciso de espaço para ser feliz."
embora as questões de violência doméstica não tenham como vítimas exclusivas as mulheres (86%), estas continuam na linha da frente das estatísticas nacionais.
ontem assinalou-se o luto hoje assinala-se a vida!
vamos civicamente apoiar esta causa, não virar a cara e estar presente para quem muitas vezes grita por ajuda no tortuoso silencio de um olhar desesperado.
alguns formas (conhecimento, divulgação, partilha) de apoiar esta luta:
a comissão para a cidadania e igualdade de género disponibiliza um guia de recursos online na área da violência doméstica para profissionais que trabalham na área. "Neste Guia, pode encontrar os recursos existentes nesta rede nacional de apoio, com desagregação específica por categorias (Estruturas de Atendimento a Vítimas, Forças de Segurança, Saúde, etc.) e por distrito ou ilha de cada Região Autónoma."
foi lançada em novembro de 2018 a campanha #VamosGanharALutaContraAViolência (no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres - 25 de novembro)
existe desde 1998 um serviço telefónico, 24 horas por dia / 365 dias por ano, de informação gratuito, anónimo e confidencial , para apoiar as vítimas de violência doméstica (800 202 148). "Esta linha conta com profissionais especialmente formados/as para atendimento a vítimas de violência doméstica, que prestam informação sobre os direitos das vítimas e sobre os recursos existentes em todo o território nacional e onde pode ser obtido apoio psicológico, social e informação jurídica."
muitas vezes a falta de informação faz com que as vítimas não usufruam de todos os seus direitos. mais uma vez o conhecimento é poder! "O sistema de teleassistência a vítimas de violência doméstica surgiu da necessidade de garantir proteção e segurança às vítimas e diminuir o seu risco de revitimação."
a apav - associação portuguesa de apoio à vitima tem como missão "Apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais e contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas, sociais e privadas centradas no estatuto da vítima." se a quiser ajudar na sua luta, "sem gastar nada", pode doar 0,5% do seu irs.