consumo consciente
por um planeta mais sustentável
encontro-me num momento de transformação.
se me perguntarem o que despoletou este momento, não terei resposta.
não houve um gatilho ou um acontecimento marcante que me “empurrasse” nesta direção.
quiçá foi o acumular de pequenos acontecimentos inconscientes que deram lugar a uma vontade consciente.
seja como for, eu que nunca fui uma pessoa de causas ambientais – as minhas foram sempre as sociais -, sinto agora a necessidade de me responsabilizar pelos meus comportamentos de consumo e pela forma como estes contribuem – bem ou mal - para a comunidade, o país e o planeta que me acolhe.
o ambiente está na moda, dirão alguns. na verdade está. ainda bem que está.
não sou de modas, direi eu. mas sou um ser em constante evolução, que aceita desafios e não foge de responsabilidades.
e no fundo eu e eles, eu e vocês ou apenas eu e o meu alter-ego, nada temos a justificar e a ninguém temos de convencer. o tentar – deixo aqui um grito mudo de humildade-, diminuir a minha pegada ecológica focada na diminuição do desperdício e do lixo produzido – no caminho de um zero utópico-, numa alimentação mais sustentável e numa diminuição do consumismo, foi uma escolha individual, mas que acabou por se tornarem familiar – um pouco em contracorrente, terei de confessar.
o consumo consciente não é fácil. sou de uma geração na qual mil coisas surgiram para facilitar a vida de uma população adulta absorvida por responsabilidades profissionais e desesperadamente a equilibrar a vida familiar – produtos descartáveis, comida embalada, produtos em doses individuais. coisas práticas que tornar o dia-a-dia mais simples. em simultâneo as coisas tornaram-se mais acessíveis a (quase) todos (roupa, acessórios, maquilhagem, decoração, brinquedos…) não se exigindo qualidade mas sim funcionalidade, originalidade e diversidade, as coisas não são feitas para durar porque as pessoas têm necessidade de ir trocando e adquirindo coisas novas, ao ritmo das “tendências”, das novidades e dos upgrades.
tomada a decisão comecei a investigar. das leituras realizadas ficaram três aspetos:
- a mudança para uma vida mais sustentável, do ponto de vista ambiental, é uma caminhada e não um salto. exige que se interiorizem princípios, que se escolham caminhos, definam objetivos e proponham metas. é uma mudança integral, de dentro para fora, onde é necessário nos consciencializarmos do que pretendemos, do porque desta mudança, para depois, de forma sólida, avançar para as ações;
- uma pequena mudança é uma vitória. nenhum de nós vai, individualmente, salvar o planeta, mas a ação de cada um, por mais pequena que possa ser, é um contributo positivo para uma força maior;
- devemos evitar fundamentalismos. o processo de mudança diz respeito a cada um, na medida e no ritmo que lhe for possível; não esquecendo que o eliminar coisas que têm ainda utilidade por versões mais ecofriendly, incorre no princípio do reutilizar e diminuir o desperdício (neste caso de recursos) e o lixo (do que é descartado).
acredito que esta escolha, a longo prazo, simplificará a minha vida pois tem inerente a si o minimalismo e o consumo consciente.
fazemos esta viagem com calma, fascinados a cada descoberta – assim é quando conhecemos um novo mundo -, evitando o “consumismo” ecofriendly e os fundamentalismos.
irei partilhando as desventuras da minha jornada rumo à sustentabilidade ambiental, numa perspetiva para totós, sendo eu, também, tótó, e não na perspetiva de especialista no assunto, pois dele, efetivamente, pouco sei.
termino este meu manifesto de interesse com duas frases feitas:
“menos é mais”
“fazer como antigamente”