não é novidade que adoro o natal e que gosto de saborear cada dia até à sua chegada.
defendo que os pequenos grandes gestos de amor (por nós, pelos nossos e pelos outros) devem ser realizados ao longo de todo o ano, mas acredito também que não devemos desaproveitar uma época na qual, quando conseguimos não nos deixar pressionar pelo consumismo e pelo medo de desiludir com a escolha dos presentes, estamos mais solidários e afetivamente disponíveis.
o calendário do advento é uma boa forma de elencar várias possibilidades de sermos mais solidários e de valorizar quem amamos, sem nos esquecermos de base que estrutura toda essa ação: nós mesmos!
este ano criei um novo calendário do advento - depois da mágica experiência de 2016.
partilho-o com vocês na esperança que vos inspire e melhore alguns dos vossos dias nesta caminhada até ao natal
acredito que deste conjunto de sugestões poderão escolher algumas que vos sejam mais prazenteiras para reavivar o espirito de natal; ou podem, também, entrar na loucura de seguirem e cumprirem com todas as propostas do calendário
no primeiro ano do blog, em 2016, partilhei aqui a minha experiência, enquanto tia, com o dia do pijama.
agora, em 2019, enquanto mãe, a minha visão é um pouco menos entusiástica.
como podemos ler no site da 'mundos de vida', entidade responsável pela iniciativa, que coincide com a comemoração da convenção internacional dos direitos da criança, "o dia nacional do pijama é um dia educativo e solidário feito por crianças que ajudam outras crianças." e é assim que eu conheci este dia, e com esta base que louvei a iniciativa.
no entanto, este ano, em que a minha pequena participa pela primeira vez na iniciativa, sinto um grande vazio na missão da iniciativa. a pequena não faz a mínima ideia do que se trata, para ela, honestamente, ir de pijama para a escola ou ir com outra roupa é exatamente a mesma coisa - não consegui perceber se abordaram o tema na creche e não sei se ela conseguiu perceber o que eu lhe tentei transmitir. quando esta manhã cheguei à "escola", o pessoal estava todo 'empijamado' e a agir como se de uma festa de disfarces se tratasse. nas redes sociais as partilhas de crianças fofas a irem de pijama para a escola estavam por todo lado - elogiando a fofice dos próprios, mas sem alusão alguma à causa que este 'dia' aborda. como se isto já não bastasse para desvirtuar o dia reparei também que várias marcas aproveitaram o dia para oferecer descontos na compra de pijamas, visando obviamente o aumento dos seus lucros. sinto assim que de uma causa solidária se passou a mais um dia para brincar ao faz de conta e promover o consumo.
isto deixa-me triste!
o objetivo solidário na comemoração deste dia é importante para a sensibilização dos mais novos sobre as diferentes realidades sociais e familiares existentes, mas tem de ser tratado com a seriedade e o respeito que o tema exige.
o dia é assinalado, desde 2002, graças à iniciativa da childhood cancer international.
em portugal, existem duas entidades que, em linhas de atuação diferentes, apoiam as vítimas desta desleal doença e os seus familiares: a acreditar e a fundação rui osório de castro.
a acreditar - associação de pais e amigos de crianças com cancro, fundada em 1994, é uma associação que tem como missão "tratar a criança ou o jovem com cancro e não só o cancro na criança ou jovem". apoia de modo global a criança e a sua família durante e após a situação de doença.
o diagnóstico de cancro faz desabar o mundo de qualquer pessoa. isto não ocorre somente do ponto de vista emocional. exige-se uma nova reorganização para prestar o acompanhamento e os cuidados adequados à vítima da doença. os cuidadores informais, no caso das crianças, os pais ou quem desempenha o papel parental, necessitam de apoio à diversos níveis; a acreditar presta esse apoio a nível social e emocional. a acreditar luta, também, por um conjunto de “direitos”, ou pelo menos para evitar a perca destes, em função da situação de acompanhamento à criança durante a doença.
a fundação rui osório de castro, fundada em 2009, tem como objetivo “apoiar e proteger as crianças com cancro e seus familiares”, focando-se em duas grandes áreas: 1) informar/esclarecer as crianças e os pais sobre questões relacionadas com o cancro infantil - criando para este efeito o pipop - portal de informação português de oncologia pediátrica; 2) promover a investigação.
o nosso sapinho é parceiro da fundação, ajudando a disseminar alguns dos conteúdos por ela produzidos - vejam aqui.
toda a ajuda é insuficiente, mas se cada um de nós der o seu contributo a insuficiência será menor!
por cá decidimos ajudar as duas entidades adquirido um xi-coração da fundação rui osório de castro (pelo seu uso instrumental como ferramenta que facilita a explicação destas questões à nossa princesa guerreira) e doando parte do nossoirs à acreditar.
se puderem, como puderem, ajudem também
termino com este belo vídeo (não deixem de o ver) que nos faz sorrir entre lágrimas.
o que não vemos não nos magoa, mas não quer dizer que não aconteca!
desafio do advento #11
no dia internacional da unicef faz o teu donativo (nunca penses que o que tens para dar é pouco, se cada ser do mundo desse 1€ a diferença se faria sentir)
há três anos o meu sobrinho, então com dois anos, abeirou-se de mim com um mealheiro em forma de casa. fiquei a olhar à esperar do que teria para me dizer. disse apenas: "tostões para os meninos". foi então que a minha irmã me explicou a missão pijama e o projeto que estava a ser desenvolvido na escolinha do pequenito.
desde então todos os anos ele participa nesta iniciativa levando toda a família a envolve-se. acho o projeto muito interessante e considero que mais do que damos, este é um claro caso em que recebemos, pois para o pequenito é obvio que temos de ajudar as crianças que como ele não têm por perto o papá e a mamã (o discurso foi desenvolvendo ao longo dos anos), o projeto naturalmente desperta nele a capacidade de olhar e ajudar o outro e, em simultâneo, valorizar o que tem.
"a missão pijama é uma iniciativa criada pela mundos de vida, em 2012, com a finalidade de sensibilizar o país para o 'direito de uma criança crescer numa família', promover o acolhimento familiar de crianças e reduzir o número de crianças institucionalizadas."