coisas que fazes aos 20 que não deverias fazer aos 40
porque o corpo não aguenta
ontem foi um dia complicado. dia um de novembro é sempre um dia "chato". nunca gostei do que representa. não concordo com a hipocrisia de certos atos praticados.
há três anos deixei de poder fugir às cerimónias deste dia. um pedido do meu pai que não fui capaz de recusar. assim todos os dia 1 de novembro (ou na ausência do feriado, o domingo que o antecedia) lá rumava eu à bela da aldeia para acompanhar o meu pai. de referir que o meu problema com as cerimónias prende-se com o facto de eu não acreditar que as pessoas que amei se ressumem àquele local e não quero que a visão de uma sepultura se sobreponha a todas as vivas recordações que tenho com cada uma das minhas pessoas que jazem num ou outro cemitério.
este ano, na véspera, fui a uma festa de halloween que se estendeu até ao raiar do dia. uma festa entre amigos que me aqueceu o coração e me entorpeceu o corpo (dada a bela da sangria de espumante!).
péssima ideia.
dormi 4h. acordei com uma dor de cabeça do outro mundo. rumei a aldeia.
almoço em família. cemitério. terço e missa baixo um sol quente com uma luz insuportável.
memórias de família. saudade. ressaca a fazer-se sentir. sono. quebra de tensão.
já devia ter juízo. isto de acreditar que conseguimos fazer tudo e que tudo se resolve, por vezes é uma bela treta.
devia ter sido contida na véspera. ir cedo p´ra casa. conseguir cumprir com o meu compromisso familiar sem padecer do castigo terrível imposto ao meu corpo.
aos 20 conseguia fazer isto com uma perna às costas. aos 40 deveria é ter juízo!
senti na pele toda a punição da igreja católica pelo meu pecado da gula e da luxúria.