quarta a noite chego a casa depois de uns merecidos dias de férias.
trato da pequena, deito-a.
vou buscar uns cereais e atiro-me no sofá.
ligo a televisão no sic notícias - apenas para conferir que o mundo está onde o deixei.
o.mais.que.tudo., munido de um grande hambúrguer, senta-se a meu lado (no parco espaço que lhe deixei).
na televisão estão 7 candidatos às europeias e um jornalista a moderar as intervenções.
ouvimos e vamos partilhando os nossos pontos de vista – sem grande garra, pois o cansaço da viagem faz-se sentir. mas sem conseguir contornar as posturas que toldam o nosso raciocínio e que nos põem em campos opostos na análise dos argumentos dos candidatos.
eu sou claramente de esquerda, ele de direita (sem extremos em nenhum dos lados). ele usa argumentos do género “já vistes quantas vezes o candidato do cdu diz trabalhadores no seu discurso?” “é só pedir, é só direitos, como querem usufruir sem se preocupar em criar riqueza?!” embora compreenda alguns dos seus argumentos - e os valide-, tentei que percebesse que se todos ganhássemos mais, se houvesse um menor fosso entre classes, haveria uma sociedade contributiva mais justas. “claro” – diz ele, “mas então que trabalhem, que produzam, que criem riqueza”, “que não parem o país com greves, que aproximem a exigência e a eficiência entre os setores público e o privado.”
mais argumentos se seguiram…
cansada e sem lhe querer dar grande razão, afundei-me no seu colo e adormeci.
eu sei o básico e obvio que este post vai ser, mas como diria o nosso querido diácono remédios "não havia nexexidade"
juro que questionei se a miúda é totó/ingénua e não sabia o que isto ia dar ou se é uma cabra dissimulada em pele de ovelha fofinha que sabia exatamente no que isto ia dar. aqui tem de ser uma ou outra, não (pode?!) há meio termo. então não é que a graviderrima duquesa de sussex se lembra de "dar força" às prostitutas escrevendo mensagens motivacionais em...bananas!
ok, para os britânicos (e americanos, até canadianos) as bananas podem não ser objetos fálicos... não, esqueçam...as bananas são objetos flicos até na china (não resisti ao estereótipo), é uma linguagem metafórica e visual universal!
leiam as frases: "tu és especial", "tu és forte", "tu és corajoso"...quantos homens não terão dito isto aos seus pénis?! (reparem que a banana do strong até é mais grossa do que as outras!)
como é que a moça se mete nestas situações?!
"meghan was inspired by a school in virginia where a teacher wrote positive affirmations to students" vaos lá ver meghan, nem todas as boas ideias são repicaveis em contextos diferentes, uma banana é uma banana para um estudante de uma escola na virginia, uma banana para uma prostituta pode ser uma banana, mas traz implícito um conjunto de alusões sexuais.
o que acham: inocência ou (para se integrar na cultura inglesa) humor britânico?
o que eu acho mesmo é que a duquesa, na sua vontade de ser cool, meteu o pé na poça. foi imprudente e irresponsável. é verdade que a banana dá mais jeito para escrever, mas na tangerina também se escrevia bem, e um papelinho colado no muffin funcionava igual.
é verdade que as prostitutas alvo do seu funny ou sarcástico gesto não se queixaram da banana mas sim do facto de não ser uma mensagem escrita numa banana que muda alguma coisa, que ela terá, alegadamente, outras formas de ajudar. tudo porque estas senhoras estão habituadas a que uma banana traga sempre uma recompensa económica (lamento, não resisti!)
xoxo meghan, gosto muito de ti...mas não havia nexexidade!
esta manhã ouvi na rádio “portugal ultrapassou a rússia no consumo de álcool” e pensei “gooooooooolo”. não tem nada a ver, eu sei, mas pareceu-me, estupidamente, uma vitória.
mais, estamos acima da média europeia! e pensei, como o slogam da rtp “somos o primeiro!” (espero que tenham conseguido ler a frase entoando o slogam ao ritmo certo).
depois cheguei a casa e a dura realidade caiu sobre mim: não somos os primeiros - parece que a república da moldova (google it) vai quase 3 pontos percentuais acima de portugal; e não aumentámos o nosso consumo de álcool…ou russos é que diminuíram o deles (parece que andavam a ser ameaçados de levar tau-tau).
resumindo e concluindo…continuamos sem grande importância na europa, embora pelo bem da nossa autoestima, estamos um bocadinho acima da média europeia no que respeita ao consumo de álccol (mais 2,5% yupi)!
o que ganhamos com isto? que haja uma proposta para o aumento dos preços do álcool!
não acho bem!
nestas, como noutras notícias, fiquei sem perceber como foram apurados os dados. falam de inquéritos, mas não dizem qual a amostra, nem como estavam estes construídos. questiono se os camones, os listos, os avecs, e todos os outros que nos escolhem (ainda bem para a nossa economia) para passar férias não ajudarão para estes números – não é que eu não beba os meus 12, 3 litros de bebidas alcoólicas por ano!
as nossas férias de inverno levaram-nos à suíça. não foi uma viagem com a qual eu sonhasse, quiçá pela questão incontornável do frio. mas, após a experiência, é uma viagem que aconselho. cada local (fora das grandes cidades) parece um cenário de filme - muitas vezes pasmei com a sensação de irrealidade pela beleza e dimensão. em 5 dias percorremos o país. viajamos para zurique, alugamos carro e fizemo-nos à estrada - calma, não fomos à descoberta, uma viagem de 5 dias exige alguma preparação e rigor, no risco de não conhecermos quase nada e, é importante não esquecer, viajamos com uma bebé de um ano.
de zurique partimos para lucerna. cidade linda!
aqui encontrei uma das mais belas igrejas nas quais já entrei (a mais bela continua a ser o sacre coeur em paris). as ruas junto ao rio, as casas, as flores... um encanto.
sou perdida por queijo e foi nesta cidade que comi a minha primeira raclette - em território suíço, numa esplanada maravilhosa (com aquecedores exteriores e mantinhas para por nas pernas). e embora o vinho seja também uma das minhas perdições, combinando perfeitamente com o queijo, na suíça beber vinho num restaurante é um atentado à nossa carteira! ficamos alojados no hotel astoria. não é o tipo de hotel que preferimos, por ser muito "internacional" e citadino. mas pelo valor e as condições que oferecia era a escolha acertada.
interlaken foi uma zona que nos apaixonou. os lagos, as montanhas, as casas, o ambiente vivido pelas pessoas. ficamos alojados no hotel tell, uma residencial simples mas com excelentes condições, com uma pastelaria em frente para o pequeno almoço e perto de um dos restaurantes melhores conotados na zona - o ..... na noite seguinte ficamos no chalet maria, um mimoso apartamento que aconselho, pelas excelentes condições e a simpatia dos donos.
a partir de interlaken fomos à descoberta das montanhas, da neve e das vaquinhas
ao chegar a grindelwald apanhariamos o comboio que nos levaria ao topo da europa - jungfraujoch.
logo percebemos que não iriamos subir tanto. as razões: o tempo de viagem, o pouco afeto da nossa filha pelo frio e vento que se fazia sentir e o valor (aproximadamente 150€ por pessoa).
optámos, por isso por subir até "meio" - kleine scheidegg (aproximadamente 50€ por pessoa) - e foi a melhor opção que fizemos, tendo em conta que estávamos com a bebé, pois mesmo em kleine scheidegg ela não estava muito satisfeita com o tempo que se fazia sentir.
embora o frio é inegável a beleza do lugar
almoçamos no restaurante da estação... perfeitamente enquadrado e o melhor: quentinho
no regresso das montanhas visitamos o lago blausee com águas cristalinas em tons de azul e verde, emoldurado neste outono pelos tons terra das árvores. uma verdadeira ovação à beleza da natureza.
após um dia entre montanhas e lagos viajamos rumo aos encantos gastronómicos da suiça: chocolate e queijo.
fomos rumo a fábrica do chocolate em broc - que para sorte nossa está aberta ao domingo. caillers é a fábrica mãe, mas na verdade é a nossa conhecida nestlé. o museu é muito engraçado e fazemos provas do delicioso chocolate...não deixem de ir!
depois do chocolate a fábrica do queijo (fomos muito gordos neste dia ). após a visita à fábrica deliciamo-nos com um maravilhoso fondue.
fechamos o dia com a visita à vila medieval de gruyères. linda! - tive pena de não ter ido mais cedo para a apreciar também de dia.
nesta vila existe o museu e o bar do criador do alien (o filme) - rh giger. não tenho palavras para descrever sobretudo o bar. imperdível!
montreux foi o próximo destino. ficamos alojados no swiss historic hotel masson. o hotel estava em obras o que cria sempre um desconforto. gosto de edifícios antigos mas não gosto de coisas velhas. ao pequeno almoço apercebi-me que o local era gerido por portuguese. como percebi eu isso? porque a chefe de sala do pequeno almoço dirige-se ao empregado pedindo-lhe para "ir tratar daquela merda"...pura classe!
para descontração...conseguem perceber onde acaba a parede e começa o cortinado?
ao jantar fomos ao davinda lounge um espaço de tapas muito agradável.
fizemos o percurso junto ao rio em direção ao castelo ...
vale a pena! pouco antes do castelo há um quiosque muito catita onde paramos para beber um café quentinho. a senhora é muito simpática e quando percebemos... é portuguesa. uma bela surpresa - desconstruindo a imagem negativa gravada ao pequeno almoço.
fotografando o château chillon
seguimos viagem rumo a genebra. passando por lausana - outra cidade que fiquei com pena de não explorar melhor.
algumas considerações:
relativamente às maiores cidades nas quais estivemos, zurique e genebra, tenho de confessar que fiquei desiludida. são cidades. apenas isso. estar numa delas ou estar em tantas outras na europa seria semelhante. não lhes encontrei uma identidade própria como encontramos em lisboa, roma, madrid ou amsterdão. claro que têm uma arquitetura que as distingue, mas apenas isso. são bonitinhas mas falta-lhes, no meu ponto de vista, personalidade.
novembro não é o melhor mês para visitar o país, há muita coisa fechada na preparação para o inverno.
sim, é um facto: na suíça tudo é (muito) mais caro... mesmo no supermercado!
o que fazer quando há um homem, com bastante poder, que só anda a fazer bosta?
torna-lo uma paródia parece-me uma excelente opção!
"Este vídeo faz parte do movimento Comedyagainsttrumpism, para o qual tivemos a honra de ser convidados. Bélgica, Espanha, Alemanha, Áustria, Suiça, Dinamarca, Islândia, Estónia, Lituânia, Eslováquia… e até a Austrália, competem connosco pelo segundo lugar na gavetinha do Trump." - filomena cautela, 5 para a meia noite (02/02/2017). a holanda está também no barco (obviamente) !
vale a pena ver :)
se encontrarem mais...por favor partilhem comigo
só faltou introduzir a nossa gastronomia que é rica e variada...nada com que os americanos possas competir
e assim introfuzimos, continuando com os 30 dias de gratidão, o #4 - por qual comida estás mais grata?
adoro comer. a minha paixão não reside na quantidade mas sim na diversidade. adoro viagens gastronómicas.
vi há anos um filme (tenho pena em não me recordar qual ) em que uma personagem dizia que deveríamos experimentar um novo sabor por dia para ativar novas sinapses nosso cérebro. este é um desafio que tenho sempre presente!
mas aqui o desafio é identificar a comida pela qual estou mais grata e a única forma que tenho de pensar nisso, para fazer uma escolha, é pensar que se tivesse de comer o mesmo alimento até ao final dos meus dias...qual seria, pelo sabor e diversidade de formas de consumir.
andava eu por aqui a organizar uma viagem viagem e encontrei um miminho de quando fui a milão e achei imperdoável não o partilhar/aconselhar a quem lá vá.
há uma tradição muito fixe em milão, o chamado aperitivo.
o aperitivo é um lanche tardio (por norma entre as 18h - 20h), tipo um happy hour versão plus, que os bares disponibilizam gratuitamente (tipo buffet), tendo o consumidor de pagar apenas as bebidas (chega pedir uma bebida para ter acesso ao aperitivo). para nós funcionou perfeitamente como jantar (não ficamos foi apenas por uma bebida).
se fores a milão faz pelo menos um, ao ser uma tradição local, há muito convívio e boa disposição
viajar sempre foi uma paixão. a europa com tantos locais a conhecer, aqui tão perto e graças às low cost tão acessíveis.
viajar anos atrás era um projeto a longo prazo, financeiramente enquadrado... agora saímos passar o fim de semana a madrid, paris ou londres com o mesmo custo de ir a lisboa ou ao porto e isto mudou tudo! quando comecei a trabalhar eu e um grupo mais ou menos fixo de gajas fixes íamos onde a ryanair queria que nos fossemos. volta e meia nos lembrávamos e íamos ao site ver o que andava barato e para quando e … la íamos nós! lembro-me da viagem a paris por 18€ (ida e volta com taxas incluídas!) ou a londres por 30€ ... em 4 anos fomos a todas as capitais europeia que a companhia aérea proporcionava: paris, londres, dublim, madrid, amsterdão, edimburgo... depois outras cidades “menos” importantes como barcelona, valência, milão, marselha. com outra low cost pude ainda conhecer menorca, maiorca, tenerife, gran canária, s. miguel, budapeste, viena de áustria... e novos destinos hajam que novas viagens se fariam!
o meu entusiasmo esmoreceu um pouco. os vários atentados que assolaram a europa criaram em mim o receio de me aventurar na descoberta de novos lugares. sempre perspetivei as viagens como fontes de prazer onde o medo não se enquadra. este ano não viajei para nenhuma cidade europeia, até agora. uma viagem agendada para berlim rompeu com esta fase de privação. nunca antes senti o receio de viajar que agora sinto. para além de berlim ser berlim e só por isso um alvo como qualquer outra grande capital europeia, a minha viagem decorre enquadrada numa prova internacional que enche a cidade com pessoas dos 4 cantos do mundo... a maratona de berlim. sei que pode ser um receio estupido por razões egoístas, porém incomoda-me não poder passear pela minha europa sem este receio pairar na minha mente.
nos dias que precederam a prova olhava com desconfiança para qualquer pessoa “suspeita” na minha mente estereotipada. no dia da prova imaginei imensos cenários possíveis. sabemos que do nada alguém com uma arma, munido de explosivos, ou no comando de um qualquer veículo pode matar e ferir pessoas por puro capricho em nome de algo que nem sei se ele entende bem (eu certamente não entendo). qualquer ato de missão, não refletida na sua essência é pura estupidez.
as pessoas não poderem viajar sem o receio destes lunáticos é pura estupidez. sempre defendi o "vive e deixa viver", por favor senhores chateados com o capitalismo ocidental vivam com isso e deixem- nos viver... se formos para o inferno nós lá nos orientamos!
diz-se que: ao escrever isto dou uma prova viva de medos infundados.