tenho certeza que muitas pessoas, como eu, terão dito que nunca usariam a televisão para ocupar os bebés.
pela boca morre o peixe. a minha princesa é exigente de atenção. e o querido panda ajuda .i.m.e.n.s.o. a entretê-la para a mamã poder fazer-lhe o jantar.
para minimizar a culpa andei a ver os desenhos animados para selecionar os menos "prejudiciais" do ponto de vista educativo (há alguns assustadores nas mensagens que passam, "os três irmãos" são de gritos).
entre os três vencedores temos a patrulha pata. a serie é engraçada, transmite respeito e valorização pela diferença entre todos e "estão sempre prontos a ajudar". o problema: em seis cachorros só têm uma cadela (para além do protagonista que comanda as tropas ser um menino).
não consigo compreender a falta de representatividade do sexo feminino nestes desenhos animados. o género está claramente presente nas personagens (pelo nome e caracterização). questionei inicialmente se poderia ser o absurdo das profissões "para homens" o que seria um horror perfeito. quiçá será por só existirem dálmatas do sexo masculino. calma, ironia minha, claro que há dálmatas "meninas". não encontro razões para na patrulha pata, desenhos animados claramente destinado a todas as crianças, haverem 6 cachorros e só uma do sexo feminino.
domingo à noite, após o jantar, é um momento em que gosto de não pensar (isto implica que normalmente penso, sendo, portanto, um sinal de inteligência).
adoro ver séries, mas isso implica atenção, e neste espaço temporal eu não quero concentrar-me. quero ser um ser passivo e (quase) amorfo.
programas de entretenimento português são ideias para a prossecução dos meus objetivos (não por serem melhores ou piores, apenas porque não exigem esforço de tradução ou leitura de legendas! – eu disse: preguiça total!).
a sic estreou a semana passada o lip sync. eu consegui assistir aos primeiros 15 minutos, mesmo em postura de lontra acéfala achei demasiado mau, tão mau que me obrigou a pensar sobre isso, desvirtuando o objetivo da minha escolha.
depois assisti a alguma “animação” nas redes pela participação da sara matos e do raul meireles e, obviamente, lá fui espreitar. achei graça ao meireles e achei excelente a sara. mesmo assim não me apaixonou.
no entanto, por teimosia, característica que extravaso por todos os poros do meu corpo, este domingo lá fui outra vez. aguentei menos. nem sei se atingi os 10 minutos. não. não consigo achar graça.
posso achar alguma piada a algumas piadas dos apresentadores ou à interação entre os participantes, ou ainda, à desconstrução das jornalistas, mas não chega para me cativar. e não é o programa português que é mau perante os seus congéneres estrangeiros. é o conceito que não me cativa.