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mami

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

a regra dos quatro presentes

estou numa luta para mudar os meus comportamentos, numa perspetiva de minimalismo e de combate ao consumismo (um dos meus pecados capitais - versão séc. xxi).

não sou ambientalista (acreditando que o “ista” pode ser sinónimo de conhecedora de), mas acredito que tod@s nós temos de repensar comportamentos e melhor gerir as nossas opções. a economia circular e a reutilização a meu ver não são chavões da moda, mas sim uma tendência para reduzir o nosso impacto negativo no mundo que nos acolhe.

o natal é por si um apelo ao consumismo. a vontade de agradar a quem amamos e o bombardeamento de coisas que há por todo lado faz-nos desejar tudo! e, como diria o outro (que nunca sabemos quem é o outro), a carne é fraca.

presentes-natal.jpg

no que toca às crianças, sobretudo às nossas, pequenos seres merecedores do mundo, parece que tudo lhes faz falta e que nada é demais para os fazer felizes. mas, em boa verdade, elas têm imensas dificuldades em lidar com muitos estímulos em simultâneo, e o receberem muitos presentes faz com que não valorizem verdadeiramente (quase) nenhum; para além de quê, na maioria das vezes, o que as faz dar gargalhadas e serem felizes não são coisas!

num momento de morte aos neurónios, quando passava pelo feed do facebook, encontrei um artigo, num site espanhol que acompanho, sobre a regra dos quatro presentes de natal para crianças, mas que acredito que se aplique também para o aniversário ou outras datas em que sejam merecedoras de afagos materiais.

as regras são simples e, como quase sempre, bastante óbvias. o objetivo é procurar o equilíbrio, permitir que a criança valorize o que recebe e mantenha acesso o desejo.

fiz uma breve pesquisa junto do dr. google e não consegui descobrir a sábia mente que criou estas regras, pelo que não podendo citar uma fonte, cito a sra. “é tão óbvio que me apetece esbofetear-me por não ter pensado nisto”.

as quatro regras são então:

.1. uma peça para usarem (roupa, calçado ou acessórios)

.2. um livro

.3. algo que ela precise (para a escola, para o desporto que pratica ou o seu passatempo preferido …)

.4. algo que deseje (por norma bem espelhado na carta que escreve ao pai natal – um sinal da mudança dos tempos é quando uma carta ao pai natal tem uma lista de presentes e não apenas “aquele” presente tão desejado)

os tais especialistas afirmam também que estes presentes têm de ser selecionados tendo em conta a idade e as características/gostos da criança, devendo favorecer a interação social e com o meio envolvente/natureza, contribuindo para o saudável e harmonioso desenvolvimento físico, cognitivo e emocional – ou seja, coisa pouca!

este natal já não vou a tempo de cumprir com a regra dos quatro presentes – compro tudo com muita antecedência para ter a certeza que está tudo perfeito no dia (montado e verificada a usabilidade) e também para fugir ao stress das prendas de última hora-, mas intuitivamente safei-me nas características que as prendas devem ter (ufa).

assim, a minha pequena de dois anos vai receber: um triciclo que promove o desenvolvimento motor e a coordenação, a resistência a frustração e a persistência, bem como, favorece as atividades ao ar livre! (um ponto para a mami!); uma cozinha que promove o desenvolvimento da imaginação e a interação social, ambos através do “jogo do faz de conta” (e vão dois pontos para a mami); o livro “da cabeça até aos pés” de eric carle que para além de promover o gosto pela leitura convida o pequeno “leitor” a imitar os movimentos das várias personagens  e a relação afetiva com o seu/sua companheiro/a de leitura (desenvolvimento cognitivo + motor + emocional, boa mami! mais um ponto); dois jogos: um de encaixe e outro de equilíbrio, ambos visando o desenvolvimento de competências cognitivas e de motricidade fina (aqui a mami por ultrapassar o n.º de presentes aconselhado não ganha pontos!)

confesso que nesta idade não considero os objetos de vestuário, calçado e afins como presentes, vejo-o como um bem essencial – embora assuma que ultrapasso em larga medida o que é essencial, mas juro que estou a trabalhar no sentido de melhorar esta característica!

bom natal e boas compras – controladas e certeiras!

 

nota: o site que inspirou este artigo

estou aqui!

a partir de hoje é possível pedir a pulseira do programa “estou aqui” da psp. a pulseira é destinada a crianças entre os 2 e os 10 anos, embora a idade possa ser inferior a dois anos caso se prove que a criança consegue andar de forma autónoma.

a pulseira, em tecido, têm um código alfanumérico único que correspondente aos dados da criança que a usa e de duas pessoas por ela responsáveis.

a pulseira tem a duração de 12 meses, ficando “ativa” até 31 de maio de 2020; pode ser pedido de forma nominal ou de grupo (opção adequada a instituições que lidem com grupos de crianças - escolas, infantários, catl, campos de férias, ...).

“o programa estou aqui!® foi desenhado para que nunca perca um momento da presença dos seus filhos.”

esta é uma iniciativas que aproxima os cidadãos e as cidadãs das forças de segurança, valorizando a prevenção e conferindo à família a sensação de segurança.

podes pedir a pulseira aqui.

 

estou aqui

 

na minha pesquisa sobre a pulseira fiquei muito feliz quando descobri que existe também a pulseira estou aqui adultos - “a psp identifica a necessidade de garantir a segurança de adultos que, pelas mais variadas razões, possam sofrer alguma desorientação na via pública.” Sabe mais sobre esta iniciativa aqui.

 

sinto-me orgulhosa destas iniciativas, ambas gratuitas!

ian

"ian nasceu com paralisia cerebral. como todas as crianças, ele quer ter amigos..."

lindo e enternecedor!

uma excelente ferramenta para trabalhar o respeito e a inclusão junto dos mais novos.

 

 

 

alerta aos mais sensíveis:

não vejam em locais públicos pois há uma forte probabilidade de as lágrimas brotarem.

 

ian

 

 

optem por respeitar mais

opte por amar mais é a nova campanha antitabágica da direção geral de saúde e anda a incomodar muita gente.

ora bem, se não fosse para incomodar, não faria sentido existirem campanhas. 

as campanhas que chocam, são faladas. ao serem faladas, fazem com que o assunto alvo seja debatido.

esta é uma campanha dura. não partilho a opinião da deputada socialista, isabel moreira, de ser uma campanha misogenica. poupem-me tanta sensibilidade. se somos pela igualdade, aceitemos todo o tipo de igualdade e não exijamos formas veladas de discriminação positiva e um "ai ai não façamos das mulheres seres reais com defeitos reais". 

a personagem principal é uma mulher, mas poderia ser um homem. é uma mãe. poderia ser um pai, um avô.

o consumo de tabaco embora maior no sexo masculino, aumenta entre as mulheres, enquanto a tendência tem sido diminuir entre os homens. neste contexto, não choca que o alvo da campanha seja a mulher. embora, eu acredito que sejam os pais num sentido lato. pois ser mulher não é sinónimo de ser mãe, e esta conversa levar-nos-ia por outras paragens.

o que a mim me preocupa é que esta é uma campanha cruel para as crianças. 

já imaginaram o pânico de uma criança ao ver a campanha e ao rever a sua mãe na personagem?

o alvo deveria ser a mãe, os pais, não as crianças, frágeis e com pavor de perderem os pais.

os filhos de pais fumadores são um "dano colateral" muito expressivo.

e não me venham dizer que vale a pena sensibilizar as crianças pois assim se tornam o motor de mudança nos pais. os filhos não têm de ser adultos responsáveis pelos pais. os filhos têm de ser protegidos pelos pais. as crianças têm de ser protegidas pela sociedade. pelo governo. pelo ministério da saúde.

  

 

o tabaco não são só tumores malignos.

o tabaco é a segunda causa de doenças cardiovasculares.

o tabaco é mau. todos sabem.

os adultos são crescidos e tomam as suas decisões.

não ponham as crianças ao barulho.

a campanha já obteve elogios de elementos da organização mundial da saúde. algo me está a escapar. talvez seja a minha sensibilidade maternal ao rubro.

em dia mundial da criança e, já agora, em todos os outros, optem por respeitar mais as crianças.

 

opte por respeitar mais

imagem retirada daqui 

 

 

 

desigualdades

sempre me considerei uma pessoa sensível.

penso, agora, que sobrevalorizei esta minha suposta característica.

talvez não era assim tão sensível ou, quiçá, não era sensível às coisas mais importantes.

mas isto do que é importante é também relativo.

estava, há umas semanas atrás, a ver num noticiário uma reportagem sobre algumas situações na guerra – não me recordo qual-, fiquei emocionada com um pormenor que suspeito que há meses não me abalaria tanto: era apresentada uma criança de três anos que pesava 7 quilos. instintivamente olhei para a minha princesa de 3 meses e 6 quilos! houveram segundos de irrealidade. retrocedi o programa (maravilha das box) para verificar que tinha ouvido bem, olhei para a criança e pensei em todas as limitações cognitivas que já teria.

lembrei-me do meu .mais.que.tudo., noutra situação, referir que não podemos comparar o desenvolvimento cognitivo (intelectual e cultural) de povos europeus e africanos, não porque haja uma superioridade racial, mas sim porque existem grandes diferenças nas condições da satisfação das necessidades básicas (alimentação, habitação, segurança, saúde, afetividade …). não podem ser colocadas na mesma tabela comparativa realidades completamente diferentes.

enquanto existirem desigualdades, enquanto se ignorarem realidades como a desta menina de três anos, vamos ter diferentes níveis de desenvolvimento e de acesso às oportunidades. irrita-me que quem tem poder para fazer alguma mudança permita que parte da população mundial não possa desenvolver todo o seu potencial.

fico feliz pela minha filha ser uma afortunada, mas ficaria ainda mais feliz se a realidade da minha filha fosse a norma.

desigualdades

imagem retirada daqui

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