Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

mami

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

longos dias cinzentos com uma mãe ausente

confinamento, maternidade e teletrabalho

a pandemia prolonga-se por demasiado tempo. este é certamente um pensamento que nos liga. estamos todos e todas ansiosos/as e cansados/as desta situação. o confinamento não traz apenas uma limitação da nossa liberdade física, traz também uma pressão psicológica sobre o nosso dia-a-dia.

a doença traz constantes novidades: as consequências, as variantes, os medicamentos que ajudam ou prejudicam, as vacinas; em suma, muita informação, muita contrainformação, mais incertezas do que certezas.

estamos no campo do desconhecido em muitos aspetos, pelo que, o melhor é não ficar doente, por nós e pelos que amamos. mas parece cada vez mais uma inevitabilidade, se não for agora, será daqui a um mês ou no próximo outono. e esta sensação torna-nos mais frágeis e por vezes mais inconsequentes, e a “profecia” autorrealiza-se.

como sou nova nisto do confinamento enquanto mãe e trabalhadora (no primeiro confinamento estava em licença de maternidade), estava convencida de que assim que fechassem as escolas poderia pedir algum tipo de “baixa” - já estava em casa com os miúdos, por opção, em teletrabalho há duas semanas quando se deu o fecho das escolas. ora bolas, pensei mal! quem está em teletrabalho não tem acesso ao apoio para pais com crianças menores de 12 anos.

compreendo que o país esteja à beira da rutura económica e que por isso é esperado que os pais façam (mais) um esforço, mesmo que isso os deixe à beira da loucura!

e entenda-se que o problema não é cuidar dos catraios, fazemo-lo aos fins-de-semana e em férias com todo o prazer…e mesmo no dia-a-dia após o horário laboral.

o problema está em querer compatibilizar, no mesmo horário e espaço, o que não é compatível. a constante dualidade entre ser mãe ou ser profissional (já tirei da equação o ser “boa” em qualquer uma das funções) cria uma tensão enorme desde o final da primeira chávena de café até ao deitar.

como explicar a uma criança de 3 anos ou a um bebé de 10 meses que a mamã está em casa, mas não pode estar com eles, a satisfazer as suas vontades. como explicar à mais velha que não pode dar um ar da sua graça frente à câmara nas reuniões zoom da mamã ou, ao mais novo, que há “horários” em que não pode fazer birra?

depois há a questão de que, como não conseguimos ser eficazes no cumprimento das nossas responsabilidades profissionais, não conseguimos “sair a horas”, ou seja, a situação alastra-se bem mais do que as 7 horas do horário de trabalho.

quando finalmente encerramos o computador (nem sempre porque acabamos, mas sim porque os miúdos têm de jantar) eles esperam de nós aquele tempo prometido, mas nós já estamos mentalmente esgotados, desprovidos de qualquer capacidade de ir para além do que “tem mesmo de ser”, desejando apenas silêncio e um copo de vinho à lareira, enquanto eles anseiam por brincadeiras e gargalhadas depois de um dia repleto de “agora não”, “a mamã tem de trabalhar”, “já te pedi para parar” - isto nem sempre dito no tom mais adequado.

maternidade e teletrabalho

 

é assim que, ao final de um dia a tentar chegar a todo lado, sinto-me um fracasso, um embuste. olho para os meus filhos e penso que não merecem esta mãe, que eu não quero ser esta mãe sempre à beira do grito, sempre tensa, stressada.

eles não fazem nada de diferente do que fazem ao fim-de-semana, a diferença não está neles, está em mim. ao fim-de-semana não há horários, prazos a cumprir, reuniões, relatórios ou telefonemas. ao fim-de-semana estamos os 3 em harmonia, nos nossos ritmos, eles não reagem com birras ou chamadas de atenção à minha “ausência”, porque estou lá para eles, estou presente.

o confinamento, que só por si é pesado, veio acompanhado de uma chuva que teima em não parar, assegurando que nem passeio higiénicos as crianças dão. é assim que caracterizo os tempos que vivemos por estes lados: longos dias cinzentos com uma mãe ausente.

o novo confinamento e as escolas

vida de mãe

não me considero uma mãe galinha. panico muitas vezes mas tento, sempre que o meu sistema nervoso o permite, dar a máxima liberdade à minha filha e ao meu filho para que explorem e se apropriem do mundo.

no atual cenário de confinamento total que afinal é parcial, tenho de confessar que não me sinto confortável em ficar em casa, protegida, e enviar as minhas crias para a escola. não me faz sentido nenhum. e é aqui que descubro que, quiçá, sou afinal uma mãe galinha.

não sendo especialista em nenhuma das complexas áreas que estão implicadas na decisão de manter as escolas abertas, e tendo percebido que há pais e professores que apoiam esta decisão do governo, concluo que efetivamente sou uma mãe galinha.

mas sabem que mais? quero lá saber!

ainda pouco se sabe sobre as consequências a longo prazo da doença e pelo sim pelo não, e dado o facto das crias não estarem na escolaridade obrigatória, assumindo que, provavelmente, vou enlouquecer em casa, em teletrabalho, com um bebé pequeno e uma bebé grande, vou mantê-los debaixo das minhas asas. sei que muitas vezes vou perder a cabeça e desatinar por saturação,  mas sei também que não conseguiria ficar bem, com a minha consciência, se um deles ficasse doente sabendo eu que poderia tê-lo/tê-la tido comigo, em segurança, em casa. esta opção não me torna melhor mãe, nem torna as que tomarem opção diferente piores mães. 

vamos lá fazer figas para que este novo esforço de tod@s se traduza em resultados que nos ajudem a manter a esperança de que este episódio chegará ao fim.

 

139306030_402582157703478_4627797887709992922_n.jp

 

2020 (finalmente) chega ao fim

sei que este é o pensamento que muitos partilham.

eu vivo-o com ambiguidade.

2020 foi o ano de todos os desafios.

foi o ano do confinamento, do distanciamento social, da solidão, da incerteza e do medo.

foi um ano de reflexão (imposta), não sei se foi um ano de mudança, mas foi sem dúvida um ano a quem ninguém fiou indiferente.

foi um ano que ficará para a história, esperemos que não seja o início de um período. 2021 traz-nos esperanças renovadas, como se a mudança de ano pusesse-se fim a isto tudo. a vacina chegou antes do fim do ano mas, quando a esperança começa a aquecer os corações, surge uma nova estirpe do vírus que nos estupra a fé e alimente as teorias da conspiração.

no entanto, mesmo sem a meiguice que se esperava de um ano lindo como 2020 (quer na expressão escrita, quer na expressão oral) eu não consigo não lhe estar grata.

2020 trouxe-me um ser cheio de luz. um sorriso fácil que se ilumina só por captar o meu olhar ou ouvir a minha voz. um gargalhada pura e contagiante. uma força da natureza que desafia todos os limites mas que ameniza todas as ânsias.

mesmo com todas as coisas menos boas que este ano me trouxe a nível pessoal, no meio de toda esta loucura mundial, tive muita sorte. apesar dos sustos e das limitações eu e os meus estamos bem. parece-me que perante este cenário de bosta de vaca biológica mais não podia pedir e agradecer a 2020.

 

2020

 

se puderem, se tiverem razões para tal, vejam o copo meio cheio que 2020 vos deixou.

ser sénior na era covid

o meu filho nasceu no início da pandemia, estamos em casa há quase dois meses, nenhum familiar ou amigo o conhece pessoalmente.

no passado domingo, numa vídeo chamada a minha mãe suspirou e lançou a questão: “será que ainda lhe pegarei ao colo?”

a minha resposta imediata foi “não sejas tonta, claro que lhe vais pegar e até te vais fartar de o fazer!”

sei que a minha mãe está cansada de estar longe dos filhos e dos netos (mesmo que alguns morem quase ao lado). sei também que está assustada pois ouve diariamente que está no grupo de risco (quer pela idade, quer pelas suas doenças do foro respiratório).

está fragilizada e insegura. sei que a sua cabeça não para de pensar e sei também que os pensamentos não são em tons de arco-íris.

a minha mãe tem a sorte de ter a seu lado o marido e um filho, que vão preenchendo o seu dia, dando-lhe trabalho e inspirando-lhe sorrisos. mas quantas pessoas não há que se encontram sozinhas ou em situações de maior fragilidade?

por cá, numa primeira fase, tivemos dificuldade em que os meus pais percebessem o real risco que este vírus trazia. achavam que era uma moda e um alarmismo produzido pela comunicação social – nada significativo perante aquilo que já tinham vivido e enfrentado. do “alto” das suas idades não estavam abertos a seguir as imposições de ninguém. quando casos próximos começaram a surgir e, pouco tempo depois, os primeiros óbitos, tocou o sinal de alerta nas suas mentes e começaram a acatar as diretrizes do confinamento.

há a velha frase “a idade é um posto”, com uma conotação positiva, associada a experiência e ao conhecimento adquirido ao longo da vida; mas agora não resisto a usá-la para colocar os mais seniores num lugar físico, a sua casa, o lar ou outro local onde resida; impedido de serem visitados por aqueles que amam, impedidos de visitar aqueles que ama. condicionados nas suas escolhas e vontades pelo “simples” facto de ter uma determinada idade (associada ou não a determinadas doenças de maior risco).

fala-se agora de diminuir as medidas de contenção e gradualmente voltar às nossas rotinas e construir uma nova “normalidade”. as crianças para as creches, infantários e atls, para libertar os pais para voltar ao trabalho, os jovens em casa a estudar autonomamente e os mais crescidos nos liceus em aulas presenciais. o comércio a abrir e até o futebol poderá (re)começar! mas tudo com apertadas regras de contacto social (ainda em preparação). e é aqui que se coloca a questão: como vão ser os relacionamentos pessoais? todos voltarão às suas responsabilidades, mas como será com os seniores? terão liberdade para fazer as suas escolhas? para decidirem se mesmo sendo uma população de risco lhes apetece arriscar e abraçar os que amam enquanto o podem fazer. e os outros que como eu, que andarão na rua e sujeitos às possibilidades de serem infetados, aceitarão o risco de contagiar aqueles que tanto amam sabendo que poderá ser letal?

esta dualidade entre a vontade e o risco é das coisas que me provoca mais ansiedade nesta pandemia, mas penso no peso que isto terá em quem sente que não tem tempo para esperar, que tem de aproveitar cada dia com abraços apertados e beijos repenicados. não será, em muitos casos, este isolamento social dos mais seniores mais prejudicial do que benéfico? como encontrar o equilíbrio? como respeitar as vontades – justificáveis – sem os por em risco? como afagar os corações e acalmar as mentes de quem está, já por si, mais fragilizado?

seniores em covid

imagem retirada daqui

os sites de compras que me têm safado durante a quarentena

estamos oficialmente há 35 dias em casa (eu, ele e as crias). neste período não saímos absolutamente para nada – excetuando para por o lixo no contentor. ter (quase) tudo o que precisamos sem sair de casa só é possível graças aos comerciantes que fazem entregas em casa.

há muito que faço compras online – de quase tudo, mas nunca me foi tão necessário como agora!

assim que ficamos em casa comecei a organizar a despensa, o frigorífico e o congelador para criar uma estratégia de consumo inteligente. avançamos para a lista de compras e ‘bora lá fazer a encomenda online.

avancei para o intermarché loja online, onde tinha feito compras recentemente, e fiquei a saber que tinham interrompido as entregas ao domicílio durante esta fase. tentei, então, encomendar no continente online - tinha uns vales e um valor em cartão-, desisti ao constatar que a primeira data disponível para entrega era passado um mês e meio (final de abril). o el corte inglês não dispunha datas de entrega (nenhuma!). a única grande superfície que tinha entrega disponível para a minha zona de residência, para a semana seguinte, era o auchan – fazer a encomenda foi doloroso devido ao grande trafego no site; tenho feito compras quinzenais neste site e tem corrido tudo bem – embora hajam produtos esgotados no momento da encomenda e no da entrega – por isso é sempre uma surpresa quando as coisas chegam…ou não a casa. o meu obrigada ao auchan por ter consigo dar resposta aos seus clientes, mesmo aqueles que não estão nos grandes centros urbanos. apenas um conselho aos senhores: tentem melhorar a informação no site sobre a informação nutricional e composição de cada produto.

a nível alimentar uma horta e um talho local – com entregas semanais - satisfazem a nossa necessidade desses produtos frescos (adoro, e valorizo, quando as lojas se reinventam).

uma loja online - que descobri neste período de quarentena -, que me fascinou foi a sabores a granel – uma mercearia moderna com produtos de qualidade e na quantidade que desejarmos; adorei a originalidade de alguns produtos (beterraba em pó, banana em pó, tomate em pó, …) e as suas sugestões de utilização, bem como as receitas no blog da loja.

 

compras na quarentena

 

outro bem essencial para quem tem príncipes e princesas em casa, são os produtos de higiene e puericultura (fraldas, toalhetes, cremes, soro, biberons, …). continuei a fazer compras no mifarma - meu site habitual para estes produtos-, a minha pequena tem pele atópica e os produtos não são baratos, mas neste site encontram-se excelentes oportunidades.

se precisarem, estes sites estão disponíveis para vos ajudar nesta fase – não, não há aqui nenhum tipo de publicidade paga, há apenas o reconhecimento de bons serviços, produtos e preços 

não tenho tempo para vos aturar

quer dizer, tempo até tenho, mas paciência…  ai que essa está com as reservas em baixo.

a culpa não é (só) tua. é tudo isto, envolto em incerteza, que consome as minhas energias.

neste cenário o teu queixume em nada ajuda, nada traz de novo ou de profícuo para melhorar a situação e, assim sendo, torna-se dispensável.

por isso, com um grande sorriso agradeço que não partilhes a tua bílis com quem tenta estar bem, finta os receios, procura passar este tempo da melhor forma, aproveitando o estar juntos com o tempo que nunca tivemos e que, quando voltarmos à normalidade - porque voltaremos, nunca teremos.

não me ligues para partilhar a tua negatividade - que é tão exagerada quanto o silicone de muitas!

confesso que nunca percebi as pessoas que preferem viver na desgraça, no lado negro da vida, no “ai, ai, ai que me dói o dedo gordo do pé”. por favor pensa, pensem, em quem está efetivamente com problemas sérios, que em muito (anos luz) superam a desgraça de ter de ficar no quentinho das suas casas. claro que pessoas como tu irritam-se pelo queixume. outras irritam-me pela desvalorização de tudo isto e pelo seu comportamento irresponsável - quiçá o problema sou eu que ando irritadiça! 

arrepiam-me as pessoas que sabendo que estão doentes com este vírus usurpador e promiscuo que está sempre pronto para “saltar à espinha” da próxima vítima, se andam a pavonear por espaços comuns com uma total falta de noção cívica ou respeito pelo outro. quem raio consegue ser tão egoísta e irresponsável?! custa-me que indivíduos adultos precisem de amas (forças de segurança) para cumprir as regras dos paizinhos! (entenda-se governo). raios, mas quem educou estes energúmenos?! sim, para todos vocês, que provavelmente não me leem porque estão a passear numa praia ou num supermercado, façam-me um favor: cresçam! humanizem-se! destrumpem-se! desbolsonarem-se!

irresponsabilidade no covid

imagem retirada daqui

tive uma (boa?!) ideia!

não sei se é uma boa ideia. mas a verdade é que a qualidade de uma ideia só é validada após a sua implementação. por isso vamos, por enquanto e por simpatia, assumir que poderá se uma boa ideia.

estou em casa, com a minha família nuclear (companheiro e rebentos), há 14 dias. não contactámos fisicamente com ninguém, não saímos de casa para nada. falamos, por videochamada, diariamente com a família alargada. vamos ao jardim apanhar uns raios de sol nas "ventas" sempre que possível. 
estou a enlouquecer. tratar de um recém-nascido (e a privação do sono que isso implica) e lidar com uma bebé de dois anos que não está a lidar nada bem com a invasão da nossa família por parte daquele pequeno ser que ocupa muito espaço, está a deixar-me sem paciência.
o big brother da vida real é muito desafiante e esgotaste! a minha energia cai a pique, enquanto a deles se exponencia!

foi neste contexto que tive a ideia. a ideia simples de explicar ao papá o maravilhoso que seria se ele fosse acampar no jardim com a pequena durante a próxima semana. podiam aprender tantas coisas novas! fazer fogueiras, cozinhar no camping gás, tomar banho de mangueira ...tantas possibilidades para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional da pequena. estranhamente o papá não achou boa ideia. referiu uma acentuada descida da temperatura e outras coisas que mal ouvi... coisas insignificantes perante todas as potencialidades da minha proposta.

criatividade

imagem retirada daqui

 

bem, parece que a ideia terá de ficar "suspensa", mas pelo tempo que durará a pandemia ... voltarei ao ataque quando o calor chegar! 💪☺️🙏

 

Mais sobre mim

Mensagens

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

leitura para crianças

pinterest

diz não à violência doméstica

Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2019
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2018
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2017
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2016
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

rasurando

logo.jpg