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mami

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

posições

quarta a noite chego a casa depois de uns merecidos dias de férias.

 

trato da pequena, deito-a.

 

vou buscar uns cereais e atiro-me no sofá.

 

ligo a televisão no sic notícias - apenas para conferir que o mundo está onde o deixei.

 

o.mais.que.tudo., munido de um grande hambúrguer, senta-se a meu lado (no parco espaço que lhe deixei).

 

na televisão estão 7 candidatos às europeias e um jornalista a moderar as intervenções.

 

ouvimos e vamos partilhando os nossos pontos de vista – sem grande garra, pois o cansaço da viagem faz-se sentir. mas sem conseguir contornar as posturas que toldam o nosso raciocínio e que nos põem em campos opostos na análise dos argumentos dos candidatos.

 

eu sou claramente de esquerda, ele de direita (sem extremos em nenhum dos lados). ele usa argumentos do género “já vistes quantas vezes o candidato do cdu diz trabalhadores no seu discurso?” “é só pedir, é só direitos, como querem usufruir sem se preocupar em criar riqueza?!” embora compreenda alguns dos seus argumentos - e os valide-, tentei que percebesse que se todos ganhássemos mais, se houvesse um menor fosso entre classes, haveria uma sociedade contributiva mais justas. “claro” – diz ele, “mas então que trabalhem, que produzam, que criem riqueza”, “que não parem o país com greves, que aproximem a exigência e a eficiência entre os setores público e o privado.”

 

mais argumentos se seguiram…

 

cansada e sem lhe querer dar grande razão, afundei-me no seu colo e adormeci.

 

eleições europeias

imagem retirada daqui

 

troco o luto pela luta!

 

 

hoje é dia internacional da mulher e ontem assinalou-se, pela primeira vez, o dia nacional de luto pelas vítimas de violência doméstica.

 

DIA DE LUTO NACIONAL PELAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

 

 

embora as questões de violência doméstica não tenham como vítimas exclusivas as mulheres (86%), estas continuam na linha da frente das estatísticas nacionais. 

 

ontem assinalou-se o luto hoje assinala-se a vida!

vamos civicamente apoiar esta causa, não virar a cara e estar presente para quem muitas vezes grita por ajuda no tortuoso silencio de um olhar desesperado.

 

 

alguns formas (conhecimento, divulgação, partilha) de apoiar esta luta:

 

 

a comissão para a cidadania e igualdade de género disponibiliza um guia de recursos online na área da violência doméstica para profissionais que trabalham na área. "Neste Guia, pode encontrar os recursos existentes nesta rede nacional de apoio, com desagregação específica por categorias (Estruturas de Atendimento a Vítimas, Forças de Segurança, Saúde, etc.) e por distrito ou ilha de cada Região Autónoma."

 

foi lançada em novembro de 2018 a campanha #VamosGanharALutaContraAViolência (no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres - 25 de novembro)

existe desde 1998 um serviço telefónico, 24 horas por dia / 365 dias por ano, de informação gratuito, anónimo e confidencial , para apoiar as vítimas de violência doméstica (800 202 148). "Esta linha conta com profissionais especialmente formados/as para atendimento a vítimas de violência doméstica, que prestam informação sobre os direitos das vítimas e sobre os recursos existentes em todo o território nacional e onde pode ser obtido apoio psicológico, social e informação jurídica."

linha da violência

 

muitas vezes a falta de informação faz com que as vítimas não usufruam de todos os seus direitos. mais uma vez o conhecimento é poder!  "O sistema de teleassistência a vítimas de violência doméstica surgiu da necessidade de garantir proteção e segurança às vítimas e diminuir o seu risco de revitimação."

 

teleassistencia

 

 

a apav - associação portuguesa de apoio à vitima tem como missão "Apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais e contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas, sociais e privadas centradas no estatuto da vítima." se a quiser ajudar na sua luta, "sem gastar nada", pode doar 0,5% do seu irs.

 

IRS_APAV

 

 

 

super-lua e outras rapidinhas

parece que hoje é dia de super-lua ... por isso estejam atentos por volta das 18h00 (mais minuto, menos minuto )

se passaram por cá depois das 18h00...temos pena 

 

*

 

"Os políticos franceses procuram consenso depois da aprovação no parlamento, ... , de uma lei que retira da matrícula escolar, dos registos das aulas, das autorizações parentais e de todos os formulários usados nas escolas as palavras “pai” e “mãe”. O objetivo inicial era substituir pelos termos "parente 1" e "parente 2", a fim de evitar a discriminação a casais homossexuais."

a mami acha a medida muito boa, mas não apenas por causa dos casais homossexuais, também por causa dos avós que têm a tutela dos seus netos, ou as tias, ou outros que não sendo pais não querem assumir essa designação.

 

*

 

morreu com 75 anos o rapaz, george mendonsa, que protagonizou esta famosa fotografia no times square após o final da II guerra mundial.

a novidade? (pelo menos para mim) é que o moço era lusodescendente.

 

beijo histórico

imagem retirada daqui

 

*

 

Viajar torna-o mais inteligente

nunca duvidei  

as experiências durante uma viagem são infinitas, o que vemos, o que cheiramos, o que provamos, o que ouvimos, o que sentimos ... desperta os nossos neurónios e transforma-nos. 

 

*

 

pénis de baleia vendido por 5200 euros

apenas questiono? para que raio alguém quer um pénis de baleia?!

 

*

 

em três anos, dezenas de pessoas mortas por grupos de “proteção às vacas” 

luto por respeitar todas as opções culturais e religiosas.

mas não consigo entender que se minimize deste modo a vida de pessoas, a religião não pode continuar a justificar  homicídios.

 

as bananas da duquesa

eu sei o básico e obvio que este post vai ser, mas como diria o nosso querido diácono remédios "não havia nexexidade"


juro que questionei se a miúda é totó/ingénua e não sabia o que isto ia dar ou se é uma cabra dissimulada em pele de ovelha fofinha que sabia exatamente no que isto ia dar. aqui tem de ser uma ou outra, não (pode?!) há meio termo.
então não é que a graviderrima duquesa de sussex se lembra de "dar força" às prostitutas escrevendo mensagens motivacionais em...bananas!


ok, para os britânicos (e americanos, até canadianos) as bananas podem não ser objetos fálicos... não, esqueçam...as bananas são objetos flicos até na china (não resisti ao estereótipo), é uma linguagem metafórica e visual universal!

 

as bananas de megan

imagem retirada daqui

 

leiam as frases: "tu és especial", "tu és forte", "tu és corajoso"...quantos homens não terão dito isto aos seus pénis?! (reparem que a banana do strong até é mais grossa do que as outras!)

como é que a moça se mete nestas situações?! 

"meghan was inspired by a school in virginia where a teacher wrote positive affirmations to students" vaos lá ver meghan, nem todas as boas ideias são repicaveis em contextos diferentes, uma banana é uma banana para um estudante de uma escola na virginia, uma banana para uma prostituta pode ser uma banana, mas traz implícito um conjunto de alusões sexuais.

 

 

o que acham: inocência ou (para se integrar na cultura inglesa) humor britânico?


o que eu acho mesmo é que a duquesa, na sua vontade de ser cool, meteu o pé na poça. foi imprudente e irresponsável. é verdade que a banana dá mais jeito para escrever, mas na tangerina também se escrevia bem, e um papelinho colado no muffin funcionava igual.


é verdade que as prostitutas alvo do seu funny ou sarcástico gesto não se queixaram da banana mas sim do facto de não ser uma mensagem escrita numa banana que muda alguma coisa, que ela terá, alegadamente, outras formas de ajudar. tudo porque estas senhoras estão habituadas a que uma banana traga sempre uma recompensa económica (lamento, não resisti!)

 

xoxo meghan, gosto muito de ti...mas não havia nexexidade!

não é minha não é de ninguém

guardian-angel

imagem retirada daqui

 

a maternidade acarreta um conjunto de coisas, umas boas, outras complexas.

uma das coisas que me trouxe foi uma maior sensibilidade a tudo o que está relacionado com crianças. uma nova realidade deixa-nos em alerta para tudo o que lhe está relacionado.

agora sei que antes era uma cabra insensível para as crianças e mais, para as suas mães. ok, talvez uma cabra seja um exagero. mas pouco lhes ligava. agora, as lágrimas escorrem-me enquanto conduzo por ouvir na rádio a notícia de uma criança morta pelo pai.

isto foi ontem. não quis escrever sem antes, tentar perceber o que teria acontecido. não que algo o possa justificar, mas para tentar entender.

passou um dia e ainda não consigo perceber.

que há pessoas estragada, já sei há muito. que há seres incapazes de amar, também já descobri. mas, olho para a minha filha, para a sua pureza, para a sua inocência, para o sorriso fácil e o olhar cheio de brilho e questiono: quem pode destruir um ser assim?

como é que quem lhe deve amor e proteção pode roubar-lhe a vida?

como se pode trair a inocência de um anjo que confia em nós?

segundo a comunicação social, o assassino terá deixado uma carta, no carro onde abandonou o corpo da filha, na qual pode ler-se "não é minha não é de ninguém".

tanto amor que este senhor nutria pela sua filha. amor esse que o impedia de a imaginar com outra pessoa. é de mim ou este tipo de discurso não se aplica a uma relação paternal? desconheço as razões que, naquela mente distorcida, o levaram a fazer o que fez. a sogra ainda é como ou outro, a ex-mulher também…agora a filha?! (nota: não estou aqui a dizer que apoio ou aceito a morte de outro ser humano, apenas compreendo melhor a loucura).

meu caro falecido, o que sentia pela sua filha não era amor. é que nem foi uma morte poética à romeu e julieta. matou a filha e ainda conduziu por 200 quilómetros (certamente a tentar decidir o que ia fazer, quiçá a pensar pedir ajuda aos pais…).

isto devia ter acontecido tudo ao contrário. podia ter começado por matar-se. fim da história. mas sabia, certamente, que ninguém ia importar-se, que quiçá seria um alívio para muitos, então vai de estragar 3 vidas – e não, as 3 às que me refiro não o incluem a si.

não sou apologista de mensagens de ódio, mas perante esta situação não sou capaz de ser melhor.

lip sync: playback total

Lip Sync Portugal

imagem retirada daqui

 

 

domingo à noite, após o jantar, é um momento em que gosto de não pensar (isto implica que normalmente penso, sendo, portanto, um sinal de inteligência).

adoro ver séries, mas isso implica atenção, e neste espaço temporal eu não quero concentrar-me. quero ser um ser passivo e (quase) amorfo.

programas de entretenimento português são ideias para a prossecução dos meus objetivos (não por serem melhores ou piores, apenas porque não exigem esforço de tradução ou leitura de legendas! – eu disse: preguiça total!).

a sic estreou a semana passada o lip sync. eu consegui assistir aos primeiros 15 minutos, mesmo em postura de lontra acéfala achei demasiado mau, tão mau que me obrigou a pensar sobre isso, desvirtuando o objetivo da minha escolha.

depois assisti a alguma “animação” nas redes pela participação da sara matos e do raul meireles e, obviamente, lá fui espreitar. achei graça ao meireles e achei excelente a sara. mesmo assim não me apaixonou.

no entanto, por teimosia, característica que extravaso por todos os poros do meu corpo, este domingo lá fui outra vez. aguentei menos. nem sei se atingi os 10 minutos. não. não consigo achar graça.

posso achar alguma piada a algumas piadas dos apresentadores ou à interação entre os participantes, ou ainda, à desconstrução das jornalistas, mas não chega para me cativar. e não é o programa português que é mau perante os seus congéneres estrangeiros. é o conceito que não me cativa.

veredicto: a mami não gosta.

menos marcelo, muito menos

entendo que possa haver uma relação pessoal entre marcelo rebelo de sousa e cristina ferreira.

o que não entendo é que esse telefonema de "felicitações" não tenha acontecido em off, como deve ter ocorrido com imensas pessoas amigas e conhecidas da apresentadora da sic.

marcelo rebelo de sousa não deve ligar, enquanto presidente da república, a felicitar uma apresentadora de um programa de entretenimento porque, ao fazê-lo, passara a vida a fazer telefonemas para os canais generalistas, para os temáticos e, porque não, para os regionais! - presidente de todos e todas as portuguesas!

 

image_content_1954332_20190107113952.jpg

imagem retirada daqui

 

será que o marcelo ligou para tentar ganhar o premio do programa e aproveitou para dar dois dedos de conversa com a cristina? quiçá quem sabe, meter uma cunha?

avareza e egoísmo em pedrogão grande

o egoísmo das pessoas é algo que me incomoda profundamente.

claro que todos nós somos um pouco egoístas e … ainda bem; temos de nos valorizar e proteger - por vezes é preciso pensar em nós em primeiro lugar.

mas calma. priorizar as nossas necessidades não quer dizer que temos de atropelar as necessidades dos outros. o ideal seria poder concilia-las. não sendo possível, diz-nos a consciência que para atingir os nossos objetivos não devemos prejudicar os outros.

a avareza, um dos 7 pecados capitais - ou mortais na visão cinematográfica, leva as pessoas a fazerem coisas que mostram, muitas vezes, o pior da natureza humana.

"o compadrio" - investigação da jornalista ana leal, apresentada pela tvi, mostra um dos exemplos da avareza e do egoísmo das pessoas. desrespeitando as necessidades de pessoas que efetivamente precisavam de recuperar as suas habitações, pois nela habitam permanentemente. pessoas de parcos recursos que muitas vezes não têm como se “remediar” e vão vivendo em situações de algum desconforto e insegurança enquanto esperam que chegue o dinheiro para as obras. e sabemos que estas pessoas são sempre as mais desprotegidas – pela idade, pela pobreza, pela incapacidade de aceder e compreender os processos.

o poder autárquico é eleito pelo povo local para defender os seus direitos; como podem estes ter o atrevimento de desrespeitar tal compromisso?! como foram capazes de ignorarem os seus compromissos com quem mais precisa para alinhar na avareza de outros?

segundo a reportagem da tvi “o objetivo era assegurar que segundas habitações e até mesmo terceiras habitações passassem a figurar como primeiras habitações, de forma a terem acesso aos subsídios que garantissem a recuperação das respetivas casas.” mas o que me choca não é tanto a lógica do chico esperto tuga de querer papar todos os subsídios, a esse estou habituada, mas o egoísmo de não haver preocupação com o facto de que enquanto a sua casa de férias está a ficar mais bonita para lá passar uma semana por ano ou fazer mais uns tostões em turismo de habitação, há algures na mesma aldeia um casal de idosos que vive apenas em parte da sua casa, mesmo esta em más condições, porque ainda não “chegou a sua vez” de fazer obras.

egoismo e avareza em pedrogão

imagem retirada daqui

tive a sorte de nascer neste país

sou mulher.

sou portuguesa.

gosto do meu país.

gosto de ser mulher e ter nascido neste país.

gosto de ter nascido num país livre e democrático.

a história poderia ser outra.

poderia ter nascido noutro país no qual pelo simples facto de ter dois cromossomas x, poderia não ter direitos, poderia não ter escolhas. podia ver os meus sonhos vetados ou quiçá nem seria capaz de sonhar. 

ontem, a propósito do dia internacional da rapariga, pensei nisto.

li dados sobre o não cumprimento dos direitos humanos (educação, saúde), a descriminação e a violência contra as mulheres, o casamento infantil ou mutilação genital. direitos negados, práticas ultrapassadas.

tenho grande respeito pela cultura de cada povo. é de grande pretensão avaliar e julgar estando de fora. no entanto, quando da vida humana se trata, não deverá ser a diferença de um cromossoma que ditará a supremacia da cultura sobre a integridade física e psicológica.

desde 2014, quando a jovem paquistanesa, malala yousafzai, recebeu o prémio nobel da paz, a luta pelo direito à educação ganhou um rosto, e muito já se fez. mas há ainda muito a ser feito.

Malala Yousafzai

imagem retirada daqui 

 

enquanto mulher ser humano fico chocada com muito do que leio. queimada viva foi dos livros que mais me custou a ler. durante a sua leitura só pensava na sorte que tive em nascer onde nasci.

estive este ano no dubai. não querendo entrar muito na religião, mas sendo aqui quase inevitável, considerei sempre a religião muçulmana opressora das mulheres (reconheço a minha análise ocidental e com pouco aprofundamento sobre a matéria, pois o que chega a nós é sempre o pior).

voltando ao dubai. visitei a mesquita jumeirah (bela obra arquitetónica) e de extrema simplicidade no seu interior (um espaço de culto sem ostentação - como me pareceu que deve ser). no entanto, lá está a minha veia profissional em destaque, o que mais me cativou foi "quem" e "como" é realizada a visita. a visita, feita por uma mulher, é enquadrada no projeto "open doors, open minds" do centro para o entendimento cultural sheikh mohammed. de forma simples e com bom humor desmistificou muitas das ideias preconcebidas sobre a mulher na cultura muçulmana; por exemplo referiu que o uso de burka é uma escolha de cada mulher  (claro que desconfiada como sou, questiono a veracidade total do testemunho). 

 

independentemente de tudo o que foi feito e há a fazer pelo reconhecimento do direitos das raparigas e das mulheres, reitero: tive a sorte de nascer neste país à beira mar plantado

 

eutanásia: um ato de amor

sou a favor da despenalização da eutanásia / morte medicamente assistida.

acredito que uma pessoas que acompanhou a agonia de alguém que ama (o verbo apresenta-se no presente pois a morte rouba-nos a pessoa mas não o amor que por ela sentimos) é favorável a esta decisão.

há dores tão intensas que embora se sintam não nos arrasam, pois sabemos que essa dor é finita ou está envolta em esperança.

quando sabemos que a dor só terá fim com o fim da vida; que ela não acabará pois já venceu todas as batalhas possíveis, prolongar a vida de dor de uma pessoa é, a meu ver, pura crueldade.

também há a dor silenciosa de quem se perdeu de si em consequência de um acidente ou doença. quando se tem a consciência de que não mais voltará a ser quem foi ou será quem sonhou ser. quem solta gritos mudos e o onde o seu olhar suplica clemência.

como referi aqui acredito que cada indivíduo tem o direito de decidir sobre a sua vida e, consequentemente, sobre a sua morte. acho que deve ser uma decisão baseada numa reflexão apoiada por especialistas (mesmo se se tratar da inclusão desta decisão num testamento vital ou algo semelhante); mas uma decisão da pessoa, com toda a liberdade que as suas decisões têm.

sou a favor da despenalização da eutanásia e não da eutanásia. a decisão de por termo à vida é uma decisão individual. não me compete decidir sobre o poder de decisão dos outros.

se, por questões legais, for chamada a decidir sobre o por termo à vida de alguém (coisa que espero jamais aconteça), farei-o em função daquilo que a pessoa me tenha transmitido. será certamente uma das decisões mais difíceis da minha vida, mas sei que faze-lo é um ato de amor. aceitar a decisão do outro, respeitar a decisão do outro e resistir à vontade egoísta de prolongar a sua presença para satisfazer as minhas necessidades ou acalmar a minha consciência. 

eutanásia: uma to de amor

 imagem retirada daqui

 

este não é um tema fácil de decidir, nem de legislar. admiro a postura do psd em dar liberdade de voto aos seus deputados (independentemente do sentido de voto), pois este tema vai muito além de cores políticas ou decisões partidárias.

 

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