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sobre a vacina da gripe

ainda estou a tentar perceber como lidar com o comentário que acabo de ouvir na rtp1 sobre o facto da vacina da gripe estar esgotada nos centros de saúde. o erudito "sr dr" disse qualquer coisa como:

"é bom sinal ter esgotado, é sinal de que este ano não há desperdício"

afinal qual é o ponto aqui?!

imagem retirada daqui

43 comentários

Marta Elle 11.01.2017

Não te preocupes muito com o assunto, a sério.
Eu estou debilitada, passo a vida no hospital e ainda não apanhei gripe nenhuma.
Alimenta-te bem, com muitos legumes e frutas por causa das vitaminas.
mami 11.01.2017

eu até nem tenho tendência para gripes, aliás penso nunca ter apanhado nenhuma.
a minha incompreensão é como é possível um cidadão não poder recorrer a um medicamento e isso ser considerado positivo!

espero que melhores :)

Andy Bloig 11.01.2017

Quer dizer que 2 milhões de pessoas estão vacinadas contra 11 dos vírus mais comuns da gripe. O que, supostamente, poupa-lhes problemas de saúde.
A razão para ficar contente, é que o tempo comum da gripe termina entre 10 e 20 de Fevereiro. Se alguém ainda não a apanhou, pouco resultado lhe vai fazer tomá-la agora.
mami 11.01.2017

ok... mas na mesma reportagem apareceu uma outra "sra drª erudita" a dizer que a vacina se pode tomar até ao final do inverno"
na medida em que ninguém quer tomar a vacina só por tomar, fica no ar a ideia de que terá eficácia mesmo que ainda tomada
Andy Bloig 11.01.2017

Supostamente ainda falta mais 1 mês das infecções com gripe, até começarem as mutações e a gripe comum desaparecer de circulação assim que o tempo comece a aquecer.

O problema, do lado dos "independentes" é que muitas empresas obrigam os funcionário a tomar as vacinas. Por isso, as farmácias tem 700000 para vender. Do lado do estado, as 1,3M são dadas normalmente até ao final de Dezembro, depois disso já só mesmo se existir alguém que se atrasou por outras razões.
mami 11.01.2017

mesmo assim...acho dura e parva a declaração :/
Fátima Bento 12.01.2017

Andi Bloig, não me pronuncio em relação à segunda parte do comentário, porque não faço ideia de como funcionam os que refere com "independentes". É todo um conceito novo para mim e não tenho qualquer razão para por em causa os números que apresenta.

Já quanto à frase com que abre o comentário, "Supostamente ainda falta mais 1 mês das infecções com gripe, até começarem as mutações e a gripe comum desaparecer de circulação assim que o tempo comece a aquecer", ela está incorreta. A gripe deste ano não é uma gripe comum; é a H1N2, mutação derivada da H1N1, vulgarmente conhecida por gripe das aves, que provocou aquela corrida às farmácias para o Tamiflu, aqui há cinco ou seis anos, como eventualmente se recordará.
Esta gripe não tem nada de vulgar, normal. Não pede mais nem menos precauções que as outras, mas, lá está, as pessoas com mais de 65 anos, ou com problemas respiratórios graves, devem tomá-la.
E nem queira saber a quantidade de pessoas que eu conheço nesses grupos que não se vacinaram... esgotou, fixe que não há desperdicio???? por alma de quem?
Não há qualquer razão para pânico, não há risco de pandemia (acho que se aprendeu qualquer coisa aquando do H1N1 e o prejuízo das farmacêuticas foi quase igual à sua ganância), MAS lá porque 'a gripe veio mais cedo' não quer obrigatoriamente que, educadamente, se despeça com a mesma 'urgência'...
O alívio (em relação ao lado económico) é mais uma vez, vergonhoso...
Andy Bloig 12.01.2017

Desculpe mas está MUITO enganada. O h1n2 foi o vírus de 2010. Já não existem casos detectados desde 2013 em toda a Europa e América.
O vírus que foi detectado na maioria dos casos mais graves até meados de Dezembro foi o H3n2 (cerca de 340 variantes em 362 tipos analisados)que é uma variante de um outro vírus de proveniência do norte da Europa. Os avisos iniciais foram porque este tipo de vírus só está coberto pela variante deste ano da vacina. As anteriores não incluiram estas mutações, por serem diferentes das habituais para a europa ocidental.
E quem tem mais de 65 anos, só não lhe foi dada a vacina se andam no privado... pois no público, bastava ir a uma consulta entre 1 de Outubro e final de Dezembro, para lha darem nos centros de saúde. Ou se se recusaram a tomar a vacina quando lhes foi aconselhada. O próprio laboratório diz que se não se vacinaram até meados de Janeiro, já não existe grande interesse em vacinarem-se, pela simples razão que a mutação do vírus começa a acontecer logo que chegam os primeiros ventos de sul. Daí que todas as vacinas do SNS já foram dadas. Mais de 14% da população foi vacinada até 15 de Dezembro.

Já agora, o Tamiflu não deve ser aplicado à estripe h3, pois não o consegue combater.
Fátima Bento 12.01.2017

A minha opinião deveu-se fundamentalmente a uma conversa que tive com um médico que trabalha no SNS, e que me disse que esta gripe era a H1N2, também conhecida por gripe das aves. O H3N2 é conhecido por gripe dos porcos. E ao que me foi dado ver, Andy Bloig, tem toda a razão, pelo que devo apresentar as minhas desculpas, fui induzida em erro, e teria sido boa ideia fazer o meu trabalho de casa antes de abrir a boca. Tenho esse hábito, mas tendo uma imensa confiança no médico em questão, nem puz em causa a verdade do que me foi dito. Pesumo que tenha sido mais de que um mal entendido, um engano honesto por parte do mesmo.
O relatório desta gripe, datado da última semana do ano com prova isso aqui Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe , datado da última semana do ano comprova isso aqui. http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/Documents/Gripe2.pdf

Mais uma vez as minhas desculpas.
Andy Bloig 12.01.2017

Não se preocupe.
Todos os anos os laboratórios apostam muito forte em quais são as estirpes mais prováveis em cada país. Neste momento até se está a criar a tempestade perfeita para que se existe uma mutação radical, como aconteceu com um grupo do h1n2, possa ultrapassar as barreiras dos sistemas imunitários. É que as vacinas são muito boas quando acertam em cheio... o problema é quando falham e aumentam a capacidade do vírus. A gripe dos anose seguintes à primeira guerra mundial, matou muita gente até aos 35 anos de idade (muitos que ficaram como vítimas da guerra mundial), porque era um tipo novo (agora chamado de h1n1) e quem tinha sido infectado 30 anos antes, não sofreu mazelas graves... quem nunca tinha tido contacto com aquele vírus as sequelas foram mortais. É daí que existiu o medo e que este ano voltou a preocupar, pois há 2 anos surgiu por cá esta estirpe nada habitual. As vacinas da escandinávia já reduzem os danos há 6 anos. A nossa só este ano incluiu este nos que protege. E é daí que o médico tem razão. Este vírus é muito forte em temperaturas externas inferiores a 10 graus e aproveita a diferença térmica do dia-noite, para ultrapassar o sistema imunitário... se já está danificado, os resultados podem ser terríveis. Como a partir de Fevereiro é normal a temperatura começar a subir, sendo que as médias entre dia-noite, já ultrapassam as que o vírus adora, acaba por reduzir as infecções e desaparece. Com a população mais propensa a sofrer efeitos complicados, protegida, o trabalho está feito para este ano. (No relatório do ano passado, há 22 sub tipos que nem chegam a ser identificados...)

O que interessa é as pessoas mais frágeis estarem protegidas. Até devia ser mesmo assim, pois demasiadas pessoas serem vacinas, abre caminho a mutações que destroem o sistema imunitário. Estes vírus, permitem ao corpo criar defesas para a vida. Infectado 1 vez por uma estirpe, se voltar a aparecer desse mesmo género, o corpo já sabe como o eliminar... em vez de o combater, como a vacina lhe ensina.
Andy Bloig 12.01.2017

Os que refiro como "independentes" são os que vão adquirir a vacina ás farmácias com receita médica, proveniente de pedirem ao médico ou do médico da empresa lhas entregar, pois existem muitas empresas que "aconselham os funcionários a tomar a vacina". (Tendo em vista que se forem infectados, o tempo necessário para a recuperação é reduzido.)
Os grupos de risco, tem as vacinas nos centros de saúde, gratuitas ou pagando a taxa moderadora de enfermagem e não precisam de ir comprar ás farmácias.
Fátima Bento 12.01.2017

Certo.
Ah, a minha referência ao Tamiflu remontava ao H1N1 de aqui há uma mão cheia de anos,como referi. Acho que é claro que o Tamiflu não teria qualquer efeito nas novas estirpes. Eu, que sou mesmo desconfiada, pergunto-me, como o fiz na altura, se havia MESMO necessidade desse medicamento aquando da 'pandemia'...

Mas isso é outro assunto, e não quero ir por aí.

Bem-haja
Andy Bloig 12.01.2017

Foi um excelente negócio para a empresa... com a ajuda da OMS.

Curiosamente, em 2009, a quantidade de mortes provocadas, directamente, pelo novo sub-tipo ah1-n1 (uma variante da gripe espanhola com mutações do h5n1) foi inferior, pois as vacinas obrigatórias dos anos 70-80 incluiam uma prevenção que anulava parte da actividade desse tipo, coisa que não acontecia na Ásia... algo que foi ignorado quando foram lançados os alertas. Daí que foram gastos biliões nos 2 antibióticos que combatiam o vírus e nem 5% deles foram usados.

Olivia 11.01.2017

Sim, a verdade é que a vacina é diferente todos os anos porque as estirpes também o são. E a do ano passado, não serve para este ano. Mas acho que é suposto não faltar.

R.: Obrigada, pela simpatia, Mami.
mami 11.01.2017

pois a questão é essa ... e se faltar que não seja visto como algo positivo!