quero-te bem
olho para ti e sei o que vejo; mas não encontro palavras para descrever o que sinto – e olha que é raro eu ficar sem palavras!
pensava saber o significado do amor, mas não sabia.
agora que sei não o consigo descrever.
talvez seja mesmo assim. talvez colocar em palavras algo tão intenso, tão pleno, seria ultrajar a sua essência.
talvez o amor não seja conceitualizável. deixa que lhe sejam atribuídos adjetivos, mas não se deixa adjetivar.
mas o amor não veio sozinho. trouxe consigo outro intenso sentimento. mais fácil de descrever, mas mais difícil de gerir: o medo.
nunca antes senti tanto medo de perder alguém. nunca antes tive tanto medo de morrer.
não sou uma pessoa romântica. acredito que ninguém pertence a ninguém. sei que a vida corre num ciclo natural com episódios contranatura à mistura.
mas agora que te tenho, pela primeira vez, tenho medo de perder alguém. sei que não me pertences. mas quero-te bem e, sempre que possível, pertinho de mim.