que dirias ao teu “eu” do passado se pudesses encontra-lo?
faz tempo vi um filme, não recordo qual, em que uma personagem colocava à outra a seguinte questão: que dirias ao teu “eu” do passado se pudesses encontra-lo?
decidi responder à questão. não foi fácil. tento ser uma pessoa coerente. sempre proclamei que não me arrependo de nada no meu passado, pois todas as quedas foram dores de crescimento. sou uma mulher forte em consequência da minha experiência. 90% dos dias gosto da mulher que sou, nos outros 10% estou com o período. por isto e acreditando no efeito borboleta, qualquer alteração que fizer no passado, necessariamente irá influenciar o presente, num sentido difícil de prever (tendo em conta os diversos fatores). assim a resposta a esta questão, torna-se simplesmente complicada.
a nível amoroso e das amizades não mexia uma palha, não porque tenha feito as melhores escolhas, mas porque cresci no sentido certo.
a nível familiar podia ter sido menos parva com a minha mãe durante a adolescência mas vá isso faz parte da estupidez inerente à idade.
é a nível profissional que faria outras escolhas, especificamente na escolha do curso. sempre fui uma excelente aluna a ciências, mas com uma obsessão pela área social e pela educação, a formação do indivíduo e pela possibilidade de dar o meu contributo na construção de um mundo melhor e mais justo - próprio de uma princesinha de 18 anos. por descargo de consciência (e alguma pressão) candidatei-me em metade das opções (então 6) a áreas científicas - claro que foram as 3 últimas opções e óbvio que entrei logo na segunda opção (de área social/educativa).
adorei o curso, desde que me formei sempre trabalhei, mudei de emprego quando quis novos desafios e em breve mudarei de novo. mas, honestamente, já cansei de trabalhar numa área que nós dá tão pouco quer a nível de satisfação e objetivos alcançados, quer a nível económico e de progressão na carreira.
então respondendo à questão “que dirias ao teu “eu” do passado se pudesses encontra-lo?” :
mami, sei que anseias contribuir para uma sociedade mais justa através da educação de crianças e jovens, pois serão estes os decisores do futuro, porém tu já fazes esse trabalho nos grupos informais nos quais estás envolvida e poderás fazê-lo em tantos outros no futuro.
para ajudar outros é essencial que estejas bem com o teu “eu”. escolhe um curso que te traga prazer e em simultâneo satisfação e desafios, com possibilidades de ascensão profissional, estabilidade económica e paz. assim poderás usufruir do melhor dos dois mundos.
nenhum caminho será fácil, mas o social e educativo será o mais difícil; correndo o risco que o que hoje te revolta, no futuro se torne banal tendo tu de lutar contigo mesma para não ficar indiferente. sei que parece impossível, mas não o é. e isso não te tornará má pessoa, mas apagará um pouco da tua fé na humanidade.
diz-se que: gostaria de saber se respondes à pergunta