perdidos e achados
há quem há muito não o veja.
há quem passe por ele e não o reconheça.
há quem o tenha idealizado e que não o aceite como ele realmente é.
há quem tenha alguém a oferecê-lo mas que não deseje aceitá-lo.
há quem tenha a quem oferece-lo mas que não o aceite.
há quem nunca o tenha conhecido, há quem já conheceu vários.
há quem viva em sucessivos desencontros.
há que pense que ele é gratuito, um dado adquirido (estes estão condenados).
o amor não é pera doce. é complexo e trabalhoso. é exigente e gratificante.
o amor não é um ato de magia. a paixão, a tesão podem parecer que sim. o amor é outra coisa.
toda a gente acha que está preparada para amar, mas não é verdade.
toda a gente acha que está preparada para ser amada, mentira também.
cada vez mais amamos pior.
desistimos mais fácil, exigimos mais, damos menos.
ou
persistimos mais do que devíamos, exigimos menos e damos (de) mais.
quiçá, por causa da poluição emocional e outras mazelas, haja um problema de frequências e sintonização.
quiçá há quem diga que quer amar, mas está tão cheio de si, das suas necessidades e vontades que seja incapaz de dar espaço ao outro, às suas necessidades e vontades.
há um problema grave no que se respeita ao amor.
depois da estreia do “casados à primeira vista”, que confesso ter acompanhado todos os domingos, surgem agora mais dois programa para por em contacto as pessoas: “o carro do amor” (sic) e “first dates” (tvi). eu tenho sempre uma grande necessidade de tentar compreender o que leva as pessoas a exporem-se desta maneira. depois de ter acompanhado o casados à primeira vista e ter ficado algo surpresa com o modo como, supostamente, aquelas pessoas conseguiam ignorar as câmaras, e de não conseguir perceber o que era real e encenado, fico com muitas reticências sobre se o que leva as pessoas a participar é o desejo de “encontrar o amor”. mais uma vez o amor é desvirtuado. as pessoas andam perdidas naquilo que querem e esperam ser achadas nos holofotes da “fama”.
ai amor que será de ti?!
imagem retirada daqui