optem por respeitar mais
opte por amar mais é a nova campanha antitabágica da direção geral de saúde e anda a incomodar muita gente.
ora bem, se não fosse para incomodar, não faria sentido existirem campanhas.
as campanhas que chocam, são faladas. ao serem faladas, fazem com que o assunto alvo seja debatido.
esta é uma campanha dura. não partilho a opinião da deputada socialista, isabel moreira, de ser uma campanha misogenica. poupem-me tanta sensibilidade. se somos pela igualdade, aceitemos todo o tipo de igualdade e não exijamos formas veladas de discriminação positiva e um "ai ai não façamos das mulheres seres reais com defeitos reais".
a personagem principal é uma mulher, mas poderia ser um homem. é uma mãe. poderia ser um pai, um avô.
o consumo de tabaco embora maior no sexo masculino, aumenta entre as mulheres, enquanto a tendência tem sido diminuir entre os homens. neste contexto, não choca que o alvo da campanha seja a mulher. embora, eu acredito que sejam os pais num sentido lato. pois ser mulher não é sinónimo de ser mãe, e esta conversa levar-nos-ia por outras paragens.
o que a mim me preocupa é que esta é uma campanha cruel para as crianças.
já imaginaram o pânico de uma criança ao ver a campanha e ao rever a sua mãe na personagem?
o alvo deveria ser a mãe, os pais, não as crianças, frágeis e com pavor de perderem os pais.
os filhos de pais fumadores são um "dano colateral" muito expressivo.
e não me venham dizer que vale a pena sensibilizar as crianças pois assim se tornam o motor de mudança nos pais. os filhos não têm de ser adultos responsáveis pelos pais. os filhos têm de ser protegidos pelos pais. as crianças têm de ser protegidas pela sociedade. pelo governo. pelo ministério da saúde.
o tabaco não são só tumores malignos.
o tabaco é a segunda causa de doenças cardiovasculares.
o tabaco é mau. todos sabem.
os adultos são crescidos e tomam as suas decisões.
não ponham as crianças ao barulho.
a campanha já obteve elogios de elementos da organização mundial da saúde. algo me está a escapar. talvez seja a minha sensibilidade maternal ao rubro.
em dia mundial da criança e, já agora, em todos os outros, optem por respeitar mais as crianças.
imagem retirada daqui