há cada uma! #4
boa quarta-feira!
maria araújo do blog cantinho da casa é a minha convidada desta semana para a rubrica há cada uma!
a maria tem o mérito de alimentar o blog há 10 anos e está em mês de aniversario!
no seu blog partilha connosco o seu dia-a-dia, as suas opiniões sobre a atualidade e o afeto que tem pelos seus. deixa-nos, assim, sentir-nos parte de si.
a história que partilha faz-nos perceber que, por vezes, o inusitado, pode ser o click para uma nova visão.
vamos a isso...
"(...) uma história que a aconteceu há muitos anos,teria eu 22 anos.
Tinha ido uma semana em passeio para Londres, a minha primeira viagem de avião e visita a esta bela cidade, e gostando de seguir a moda, comprei uns óculos estilo aviador, um lenço (adoro lenços) que ainda o tenho guardado, e num dia que tive uma consulta no Porto, na baixa da cidade, vestia eu umas calças azul marinho, uma camisa de algodão também azul marinho, o lenço azul marinho com umas riscas em branco e verde, levava os óculos. Depois da consulta, com ideia de vir para Braga, eis que um homem dos seus 30 anos, moreno, me aborda, faz-me uma pergunta que não entendi. Perguntei o que queria, que não entendi, e responde-me, do que me lembro, pondo a mão no braço, e falando devagar, diz que é cubano, que sou bonita, que o meu visual é muito moderno, que tem um quarto alugado numa pensão que gostaria que eu fosse com ele para termos uns bons momentos.
Fiquei parva a olhar para ele, e delicada que sempre fui, disse que não ia, que não era mulher de encontros, que não o conhecia de lado nenhum, que tinha de ir embora para o autocarro, que não era do Porto.
Voltava à carga dizia que eu era muito sensual, que podíamos viver uns bons momentos de sexo, e tal.
Esta insistência dele estava a pôr-me nervosa, muita gente que passava na rua fez-me pensar que todos me olhavam e que estavam a ver ali uma situação de engate.
Sentia-me mal e envergonhada, dou a volta à proposta, digo que tenho uma consulta, que não o conheço, que não quero nada com ele, que tenho de regressar a casa, que não era dali.
Insistia que esperava por mim, que depois da consulta íamos para o quarto, que ele era muito bom no sexo que ia arrepender-me se não fosse com ele.
Recusei, insistia que estava atrasada para a consulta, que não queria, até percebendo que não conseguia nada, e eu nervosa com a situação e aquela confusão na rua só queria ver-me longe dali, diz-me ele:
"Não queres, não sabes o que perdes. O sexo não é das coisas mais importantes mas é das mais maravilhosas do mundo".
E deixou-me ir. Uns bons metros depois comecei a apressar o passo, ia olhando para trás para ver se me seguia. Mas no meio da confusão da rua, não vi nada.
Cerca de dois/três anos depois, apaixonada que estava (contei no One Smile a Day, no blog da Chic'Ana), pude constatar isto mesmo.
Gosto de sexo como todas as mulheres, não o ponho em primeiro lugar numa relação. O carinho, a cumplicidade, a química, a confiança são prioritários, o sexo completa.
Desde então o lema desse homem passou a ser o meu lema, porque é de facto o que vivi, o que vivo e o que sinto."
imagem retirada daqui
é tão bom ter esta capacidade de analisar os acontecimentos da nossa vida sem preconceitos e estarmos abertos a nela integrar as “descobertas” que vamos fazendo.
obrigada maria!
para recordar:
resposta à questão colocada no post expressões curiosas : cemitério