há cada uma! #21
miss queer, autora do blog dez segundos, é a nossa convidada desta semana.
moça simpática de meigos costumes, procura sempre superar-se e partilhar o melhor de si… com um latente sentido de humor descomplicado e descomplexado. sou fã.
«Bom dia, coisas lindas que leem a mami mais gostosa do pedaço!
Em primeiro lugar, devo um pedido de desculpas à anfitriã… então não é que ela me pediu esta história em maio e eu me «esqueci»? trabalho para aqui, trabalhos para ali, exames para acolá e passou-me de ideia! Uma vergonha, eu sei!
Pensei contar-vos uma história de quando fui ao Avante e, uma noite, já bêbeda, sem saber bem como é que cheguei à paragem de autocarro, um carro abrandou do outro lado da estrada. De repente, quando eu e a D. demos conta, o carro estava à nossa frente. Os moços tentaram engatar-nos para sairmos com eles… com uma frase muito bonita… «Daquele lado da estrada já se vê quão cativante é o teu olhar!». Já disse que estava bêbeda? Não preciso dizer que me parti a rir na cara deles, pois não? Felizmente o autocarro apareceu e salvou-nos!
Mas a história que vou contar não é essa.
A história escolhida remonta ao meu primeiro ano de faculdade, tinha eu 19 anos e ainda não tinha assumido (nem para mim própria) a minha orientação sexual.
Tinha uma colega… estranha! (estou a ser bastante simpática!)
Passado pouco tempo de nos conhecermos, a miúda veio pedir-me para ir com ela comprar… cuecas comestíveis (penso que queria comprar mais alguns adereços). Não, não era para usar comigo! Era para usar com um rapaz que tinha conhecido. Mas é um pedido estranho para fazer a alguém que mal se conhece!
Algum tempo depois, estávamos a fazer um trabalho e o restante grupo foi buscar o almoço, ficando eu sozinha na mesa com a A. O que após o pedido descrito anteriormente era assustador. Conseguem imaginar ficar pior? Não?
A A. disse-me:
- Estou a ler isto e estou a ficar com ânsias de ser tocada.
Piorou, certo? Estando sozinha com ela, ela dizer-me aquilo… Não, A., não te vou tocar!
E podem estar a pensar «Que raio de trabalho estavam a fazer para ela ficar com esses desejos?»… Não, não tinha nada que despertasse tal! E fugi. Fui ver se as outras ainda demoravam… Decisão sensata, penso eu…
Mas não, ainda não fica por aqui…
Passado algum tempo, a mãe de uma colega deu-nos boleia. Nesse dia, eu estava com umas calças rasgadas. A A. começou a meter-me a mão na perna e, pior ainda, para dentro dos rasgões! E disse alguma coisa, mas que a minha memória não guardou, felizmente! Para me escapar… Meti a mão na perna da colega que estava ao lado, que disse uma piada qualquer e a A. lá percebeu!
Que me lembre, foi a última tentativa da A., que, entretanto, desistiu do curso e foi viver para o Alentejo com o rapaz das cuecas comestíveis.
Importa explicar que, nesta fase, partissem de mulheres ou de homens, eu não suportava este género de coisas. Estava mal resolvida, bem sei. Hoje em dia, rir-me-ia de qualquer uma das situações… Mas continuaria a fugir da A.!»
imagem retirada daqui
não vos disse que esta moça era genuína e transparente?! adoro!
eu tive situação semelhante com um moço. que raio de pessoas são estas que acham que simpatia é sinónimo de disponibilidade e que o nosso corpo é de acesso aberto?!
para recordar: