há cada uma! #1
tod@s nós tivemos situações que nos deixaram incapazes de processar a informação, pelo inadequado, desenquadrado, inusitado ou ridículo da situação.
eu tenho uma carrada de situações - talvez porque me “ponho a jeito”, lá sei, respiro!
porque estes momentos desconcertantes acabam sempre por nos deixar incrédulos, numa perspetiva de “terapia de grupo”, proponho a sua partilha.
como cá por casa – entenda-se blog - eu quero, posso e mando, decidi criar a rubrica “há cada uma!” – expressão roubada à minha mãe, para nos distrair um pouquito a meio da semana. esta rubrica será um guest post pelo que não apanharão seca com uma longa lista das minhas desventuras ;)
mas como o anfitrião tem de dar o exemplo, trago-vos uma das histórias da minha vida. para não fugir ao integral relato dos factos, e para não roubar intensidade à mensagem, aviso que o texto que irão ler de seguida contém linguagem que poderá perturbar os mais sensíveis e/ou púdicos.
sempre fui uma rapariga que gosta de festas, de conhecer pessoas, de beber uns copos e de conversa da treta, para descomplicar o dia-a-dia (embora confesso que com os anos a intensidade deste “gosto” tem diminuído).
numa noite, no regresso a casa de uma festa da aldeia que agora se chama festival, dois rapazes aproximaram-se do nosso grupo e cumprimentaram uma amiga minha, que de imediato os apresentou. caminharam connosco até casa da minha amiga (cerca de 10 minutos), local onde o grupo começa as despedidas. um destes moços quando se vem despedir diz-me “então mami, vamos foder” – só para frisar: estava numa terra que não era a minha, conhecia o indivíduo há 10m e nem lhe tinha dirigido a palavra.
eu, que tenho a mania que tenho resposta para tudo, fiquei sem palavras e burra a olhar para o indivíduo. o rapaz tinha a virtude da persistência e, como se eu não tivesse ouvido à primeira, repete a pergunta. o grupo está tão perplexo quanto eu - olhem que não sou de me ofender, mas aquilo foi demasiado ordinário. despedi-me do resto do grupo enquanto o moço aguardava a resposta.
a minha amiga, já em casa, tentou acalmar a minha inquietação dizendo para não ligar porque ele estava bêbado. e questiono eu “o que tenho eu a ver com isso?!” há limites de boa educação que não devem/podem ser ultrapassados.
imagem retirada daqui