partilho tanto convosco mas apercebi-me que esta minha paixão nunca teve grande destaque.
vamos já mudar isso!
este fim-de-semana entrei em modo de natal. para além de montar a árvore de natal fiz várias decorações – umas para mim, outras para oferecer.
hoje partilho com vocês as minhas grinaldas de natal feitas com rolhas de vinho – uma outra grande paixão (os apreciadores deste elixir dos deuses poderão conhecer os meus gostos através de análise das minhas grinaldas).
esta já está na porta
o azevinho deu-lhes um toque simples mas indubitavelmente de natal.
o que precisas para fazer esta grinalda?
- rolhas
- uma base em aro (usei um prato para definir o tamanho exterior) com cerca de 5 cm de largura – usei cortiça mas se não tiveres podes usar outro material.
a minha filha para adormecer precisa de estar em contacto comigo. é assim desde que esteve doente (embora naquela altura também eu necessitasse desse ponto de contacto).
segurar-me num dedo, brincar com o meu cabelo, afagar-me o rosto… qualquer gesto a satisfaz.
e eu gosto tanto.
questiono-me como perdemos nós, adultos, esta capacidade e vontade de interagir com outros seres humanos.
a facilidade com que as crianças se entregam ao afeto e ao toque é enternecedora. elas têm essa necessidade e não a negam , mascaram ou escondem.
os adultos encontramos formas “estranhas” de nos ligarmos aos outros: redes sociais, tinder, speed dating, e agora, o “casados à primeira vista”.
não pretendo de todo criticar estas formas de “encontro entre pessoas” ou as pessoas em si. apenas questiono o como chegamos a este ponto.
não acredito no argumento da falta de tempo (que todos temos), das exigências profissionais ou da ambição a esta associada.
sendo nós seres sociais, e não ilhas isoladas como já dizia john donne, como raio nos transformamos nesta espécie de calhaus sem rumo ou direção?!
vivemos na era em que um like alimenta o ego e desperta um sorriso e onde começa a escassear o calor de um abraço.
há uma presencialidade ilusória nas redes sociais, o tempo e a proximidade ganham uma dimensão etérea. por ver fotografias de pessoas no nosso mural e irmos acompanhando as suas vidas – pelo menos a faceta que elas desejam dar a conhecer-, temos a sensação de proximidade mesmo não falando com elas!
não pretendo demonizar as redes sociais. sou assídua utilizadora. pretendo apenar alertar para esta transformação nas relações e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o virtual e o presencial.
estamos cada vez mais sozinhos, isolados e carentes.
sobrevalorizamos o eu, tornamo-nos mais egoístas e incapazes de abrir espaço afetivo ao outro. não queremos abdicar de nada. não fazemos cedências. exigimos muito. “i want it all, i want it now”. eu, as minhas necessidades, o meu prazer. tudo “à minha maneira”, incapazes de olhar genuinamente para o outro, para as suas necessidades e desejos.
assim não é fácil estabelecer e, sobretudo, manter um relacionamento – amoroso ou outro.
na vida não basta mudar de filtros para a “fotografia” ficar mais bonita.
na vida temos de construir o cenário, dia-a-dia, criar com o(s) outro(s) a fotografia que nos faça feliz, mesmo que não seja a que está na moda ou a que receba mais likes.
os relacionamentos presenciais dão trabalho, exigem dedicação.
os amigos virtuais exigem likes e comentários que alimentem o ego. dão menos trabalho.
os relacionamentos presenciais dão abraços e afagam-nos o cabelo. limpam-nos as lágrimas e partilham uma garrafa de vinho (bom de preferência).
compete a cada um medir as vantagens e desvantagens do trabalho e das recompensas que os relacionamentos com os outros lhes traz ... e fazer as suas escolhas.
hoje é dia de eu vos dar alguma coisa (a minha prendinha do advento ).
sempre achei piada a jogos e enigmas. há anos fizeram-me um que tem "batido certo", quase na onda da análise introspetiva do "eu".
desafio do advento #22
conhece-te a ti mesmo... já dizia o outro senhor
reserva 3 minutos, sem interrupções, para fazeres o jogo.
entra no "cenário" e visualiza o que te é proposto.
não procures a lógica das coisas.
descreve tudo o que "vês" (quantos mais pormenores visualizares mais completa será a análise. não te preocupes com beleza das palavras ou a correção linguística, escreve de modo intuitivo e sentido - à mão ou diretamente no computador)
não avances etapas. avança para a situação seguinte apenas após concluíres a anterior.
vamos começar?
1 - estás num deserto. descreve esse deserto.
2 - no deserto há um cavalo. como é?
3 - no deserto há flores. como são?
4 - estás a ver umas escadas. descreve-as?
5 - surge uma terrível tempestade. o que fazes?
6 - depois de passada a tempestade descreve o que vês (considerando a presença ou ausência dos elementos introduzidos na história)
- the end -
refleti como seria a melhor forma de fazer isto ... e como não há formulas perfeitas, deixo duas opções (isto é à vontade do freguês): colocam a vossa descrição nos comentários e respondo lá ou enviam a vossa história por email (lifestylematernity@gmail.com) e respondo pelo mesmo meio (neste caso coloquem nos comentários que enviaram por email, assim não corro o risco que se perca no spam).
por curiosidade: sentiram-se identificados com a análise do vosso deserto?
o natal é dar...e receber.não falo de coisas.falo de nós, de nos darmos e recebermos o outro.
estamos a dar-nos a quem amamos? estamos a deixar que nos amem?
há umas semana li uma crónica de clara pinto correia sobre o toque. a crónica era já antiga, de início do século XXI, prendia-se com a realidade da escritora que a essa data residia nos estados unidos.
foi uma das melhores crónicas do livro. prendia-se com a ausência de toque entre as pessoas, e como isso as afetava. existem hoje diversas terapias e sessões de grupo para as pessoas se tocarem (sem ordinarices se faz favor), se abraçarem, de sentirem o toque e o calor do outro.
confesso que sou algo adversa ao toque. não sei o porque mas não reajo bem. sinto uma invasão do meu espaço. sabem aquela questão do abraço? os meus quando ocorrem são fugazes. mais do que anda cá toma lá é um suplicio! abraços prolongados? um pesadelo! o abraço deixa-me " a descoberto".
tenho um problema, eu sei. a verdade é que não penso que seja um caso assim tão raro (quiçá pelos vossos comentários venha a descobrir que tenho de me internar).
com o mais que tudo há um quebrar de barreiras total. pelo que o toque é confortável e acolhedor. mas se alguma coisa está menos bem, evitar o toque é a minha primeira reação, uma defesa instintiva.
com os meus pais e irmãos o toque médio-rápido é tolerável, mas não abunda. é aquele beijo de olá e do adeus e uma abraço aqui e ali.
sei que há pessoas que gostam de beijos, abraços e afins (mesmo com amigos, colegas e outros que tal) e até tenho uma certa inveja.
o que me irrita são aqueles que nos querem impor esse seu gosto ou necessidade. tenho um colega de trabalho que amuou comigo porque me neguei a cumprimentá-lo .t.o.d.o.s. .o.s. .d.i.a.s. com um beijo. desculpem lá, uma coisa é picar o ponto outra coisa é que o senhor decida que tenho de lhe dar dois beijinhos diariamente. um bom dia é o exigível por educação. o mesmo para os amigos regulares. eriça-me a pele quando vejo os pais a obrigar as crianças a darem beijos quando os miúdos não querem.
cada qual com as suas limitações. com aqueles que estão presentes na minha vida por condicionalismos sociais ou profissionais, manterei a minha postura de respeito pela defesa do meu espaço táctil. com a minha família e amigos chegados quero deixar de ser fisicamente tão distante, porque sei que alguns precisam deste toque amigo e fraterno e porque reconheço que também me fará bem.
assim introduzo odesafio do advento #21
identifiquem uma característica da vossa personalidade que tenha influência naqueles que amam, e que vocês gostariam que fosse diferente. identifiquem como poderão trabalhar no sentido de atingir as alterações que desejam. e deem esse projeto de mudança como prenda neste natal a vocês e a quem amam.
para nos abstrairmos do stress dos últimos dias (pelo menos do meu...ai as prendas!)...
vamos lá fazer este desafio ;)
estás fechad@ numa sala que tem duas portas.
cada porta tem um guardião.
um deles diz sempre a verdade e outro diz sempre a mentira.
para sairés da sala precisas de escolher uma porta, sendo que há uma que te leva para a vida e outra que o leva para a morte.
não consegues encontrar a diferença entre as portas nem entre os guardiões, mas há uma pergunta que podes fazer para descobrir qual a porta certa (a da vida).
qual será essa pergunta?
Resposta enigma
"A pergunta que deve expor a um dos guardiões é: “Se eu perguntasse ao outro guardião que porta me leva de volta à vida, o que me diria ele?”. A porta que o guardião indicar vai sempre conduzir à morte, por isso há que escolher a Contrária.
Porquê?
Se perguntar ao guardião que diz a verdade, ele vai assumir que o outro guardião vai mentir e mostrar a porta para a morte.
Da mesma forma, se perguntar ao guardião que diz a mentira, ele vai indicar a porta para a morte porque o guardião honesto iria mostrar a porta para a vida."
falta uma semana para o natal. estou à beira de um ataque de nervos ou numa mudança mais profunda do ser, a enlouquecer!
nunca, como este ano, estive tão atrasada com tudo. fiz a lista no dia 1 como propus no primeiro desafio do advento, mas posso entregar uma lista de intenções no dia de natal?
não! tenho de operacionalizar a "coisa". vamos operacionalizar! não sei por onde começar! venha o desafio de hoje:
ok
relax
olha em perspetiva
tira um momento para ti
faz algo diferente, que te dê prazer
aproveita o momento, partilha o momento
agora, com nova energia, cria a magia do natal
que é como quem diz: pega na lista e vai às compras!
se já tiverem as vossas prendinhas todas tratadas informo que posso vir a nutrir uma intensa inveja de vocês!