o prós e contras de ontem trouxe a debate um tema interessante mas aparentemente que ninguém queria discutir na sua essência: a procriação medicamente assistida para toda a mulher.
.porque se confunde identidade biológica com identidade civil?
sim, acho importante, sobretudo por questões relacionadas com aspetos de saúde, que o bebé/criança/jovem/adulto tenha conhecimento dos seus "antecedentes" genéticos, mas, para este indivíduo o que lhe importa saber se quem doou esperma ao estado português se chamava pedro, felisberto ou joaquim? não se misturem coisas. um dador não é um pai. não se reduza a parentalidade ao espermatozoide e ao óvulo que se encontraram num laboratório!
.porque trazer a adoção para esta discussão?
quando a sra professora presidente da comissão de bioética, refere que se deveria legislar melhor a adoção, sobrepondo-a a esta questão...só me apraz dizer: sim tem de se rever a lei da adoção em portugal, mas esse é outro assunto! o que estava a srª drª a insinuar...que há muitas criancinhas no mundo para adotar e que por isso a mulher deve "recorrer" a essas em vez de trazer novas ao mundo? ... assim sendo e dada a nobreza da abordagem, porque não se proíbe aos casais heterossexuais de se reproduzirem livremente...afinal já à muita criancinha para se ir "buscar".
.não concordo com que uma mulher procrie e eduque uma criança sozinha. o que acontece a todas aquelas a que a vida a isso obriga, deve ser-lhes retiradas os filhos? as que têm "azar" podem e as que responsável e refletidamente decidem que o desejam fazer, não podem?
como diz o outro: um assunto é um assunto, outro assunto é outro assunto!
não se misturem assuntos, não lancem areia para cima dos olhos do povinho, só porque não há argumentos "em defesa dos direitos da criança" que é concebida por ser desejada!
o que efetivamente eu questiono é a igualdade entre homens e mulheres neste direito à "produção autónoma" e o que penso não é que se tenha de prejudicar a mulher, mas sim encontrar uma solução para os srs!
quando existiu a primeira discussão sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, andava eu no liceu, chegava a casa e ligava a tv na rtp2 para ver a discussão no parlamento. vejam lá que na altura o meu ídolo político era odete santos!
das coisas que mais retenho dessa fase em que começou o meu interesse pela política foi entender a importância de se criarem leis que permitam a liberdade de escolha do indivíduo, sem interferir na liberdade dos outros.
na altura havia uma forte questão de linguagem sobre o se ser a favor das despenalização da interrupção voluntária da gravidez ou o se ser a favor do aborto; para muitos era a mesma coisa. as campanhas contra a despenalização optavam pela segunda abordagem, pois ninguém queria ser a favor da morte de "bebés"!
este tema foi, à segunda, ultrapassado. recordo-o porque estamos perante uma situação semelhante, ao nível da abordagem da questão, agora a respeito da eutanásia. não estamos aqui a discutir quem é a favor da morte ou se quisermos do homicídio ou suicídio.
discute-se o direito a cada pessoa poder escolher sobre a sua vida.
porque pode uma pessoa saudável, ou pelo menos capaz de cometer o ato, suicidar-se e, uma pessoa doente e fisicamente incapaz, não? não terá ela o mesmo direito de decidir sobre a sua vida?
quem somos nós para impedir que alguém decida sobre a sua própria vida? essa decisão compete a cada um. ninguém vive na pele do outro e por isso não tem o direito de limitar as escolhas do outro à sua visão do mundo!
a eutanásia terá, obviamente, de ser legislada para que o indivíduo fragilizado seja protegido e a decisão, de pôr termo à sua vida, seja sua e não doutros. porém, não deverá ser pela dificuldade em legislar e pela sensibilidade do tema, que se limite a liberdade do cidadão.
por questões alheias à minha vontade no passado domingo fui à missa. foi bom, lembrei-me porque deixei de ir! no final da missa o sr. padre vomita o seguinte discurso (numa igreja com 75% de seniores): "vai estar em discussão a questão da eutanásia. como bons cristãos temos de ser a favor da vida, portanto contra estas iniciativas. há muitos filhos que para ficarem com a herança dos pais, maltratam-nospara estes perderem a vontade de viver, pedindo assim para morrer. se os pais se sentirem amados, mesmo em sofrimento, vão querer viver."
preâmbulo: não há nada de trágico ou romântico neste post ... apenas pura insatisfação com a empresa!
venho partilhar o meu descontentamento com a forma como a 'nos' me tem tratado enquanto cliente. venho desabafar!
resido numa zona em que as ofertas de internet por cabo são inexistentes (não é o fim do mundo, faz foi tecnologicamente esquecido…creio por não ser 'compensador' para as operadoras).
fiz um contrato com a 'nos' há quase dois anos. prometiam 20mb de velocidade. o máximo que já tive foram 4! pagando 26€ mês só internet.
contactei a empresa pois a velocidade de que usufruía era ridícula para o que pagava (para perceberem melhor, nas horas de maior trafego não conseguia carregar um vídeo do youtube!).
após vários contactos por telefone, facebook e loja física (não disponibilizam endereço de email), obtendo zero resultados enviei um email à provedoria da nos. só assim é que a coisa teve andamento... e que andamento! (fiz em simultâneo reclamação a anacom - aqui sem grandes resultados visíveis)
muitas desculpas. cliente prioritário. vamos tratar de si. avaliação técnica. efetivamente tem razão. temos uma proposta para si.
a proposta foi reduzirem o valor da mensalidade em 50%, durante 6 meses (13€) renovável - enquanto o problema persistisse, ou rescisão do contrato sem prejuízo para mim (anulando a fidelização) por incumprimento das condições contratuais. proposta aceite (redução da mensalidade), não por achar que fosse boa, mas por não ter outra opção de serviço melhor; a nos sabe isso e é isso que mais me perturba!
diz-se que: para fazer um novo contrato ligam-nos de graça e em menos de 5m ao telefone está tudo resolvido. para reclamação ou cancelar um serviço é necessário, no mínimo, 15 dias e a intervenção do provedor!
a assembleia da república portuguesa deu mais um passo em prol da liberdade individual, aprovando as alterações propostas pelo bloco de esquerda ao regime de procriação medicamente assistida (pma). só podiam recorrer a pma mulheres inférteis, casadas ou em união de facto com um homem; a partir de hoje qualquer mulher pode recorrer a esta solução.
outro grande avanço foi a aprovação da gestação de substituição (barriga de aluguer) “em que o ovócito é da beneficiária e não da gestante – seja permitida apenas a mulheres que não tenham útero ou que sofram de alguma lesão ou doença neste órgão que não lhes permita concretizar uma gravidez. impõe-se também que o recurso a outra mulher não seja remunerado e que essa gestante não tenha qualquer relação de subordinação económica com o casal beneficiário.” in público. esta medida foi a que levantou mais questões pela complexidade da introdução de um terceiro elemento na gestação.
embora feliz enquanto mulher pelo avanço alcançado no dia de hoje, enquanto cidadã reflito sobre a descriminação presente em relação aos homens que, por biologicamente incapazes de serem gestantes, não estão contemplados nestas medidas.