em dia de “há cada uma!” temos a visita da maria, autora do blog sorriso incógnito – um blog onde a maria partilha opiniões, looks e muito mais, sempre num tom meigo e honesto … mas sem deixar de por o dedo na ferida quando necessário.
assim é a história que partilha connosco: honesta, indignada e onde transparece o seu bom coração – sem receio de julgamentos!
"Com certeza há muita gente que já passou pelo mesmo e ainda hoje, tal como me acontece, ainda se confronta com isso mesmo "Há cada uma...".
Ora, um dia estava eu a trabalhar e o telefone da empresa tocou e fui eu a atender. "Estou sim?"
Do outro lado uma voz seca, direta e num tom desagradável, nada simpático:
"Olhe estou a ligar porque há um menino x que foi abandonado pelos pais e tem uma doença grave e está a morrer, precisa de dinheiro para a cura, quer ajudar?"
Começo eu, de testa franzida pelo tom da senhora, como se a mesma me pudesse ver: "Olhe desculpe, sabe, eu sinceramente…" interrompendo-me diz-me "não quer ajudar? Sabe que, ele já foi abandonado pelos pais e se você também não o quer ajudar ele vai morrer!".
Levei um balde de água fria. Sou sincera. Mas fui ainda mais fria, engoli em seco meia dúzia de vezes e só lhe consegui dizer que, sempre que posso ajudar alguém que precisa eu tento. Desliguei a chamada ainda a tempo de a ouvir dizer "olhe que deus esteja consigo!" com um tom não menos arrogante que toda a conversa.
Acredita, não consegui tirar aquilo da cabeça e a voz da senhora entoava-me. Estragou-me o dia como se costuma dizer. Fiz uma chamada solidária para a ONV só para ouvir que ajudei uma criança a sorrir, não para me justificar com o que quer que seja, já não é a primeira vez que tento contribuir na ONV ou de outra maneira possível das tantas que há. Mas aquela voz não me "largou". O dia correu-me mal. Cheguei a casa ainda meia incrédula e desabei em lágrimas enquanto contava aos meus pais. Que rapidamente me fizeram "desanuviar" o problema.
A senhora não se identificou, não houve mais dados, zero de informações, foi somente aquilo. Que nem consigo qualificar de tão duro que foi ouvir aquela prepotência parva e pressão psicológica. Mas aquilo foi suficiente para eu me sentir mal e ter um misto de emoções internas que só consegui extravasar quando chorei de raiva e partilhei o que me aconteceu.
Não me martirizei mais por isso, infelizmente sei que todos os dias há crianças em luta pela vida e que todos nós temos o dever de ajudar quando pudemos. Não chegamos é com as mãos a todos. É um facto. E sou uma desconfiada em pedidos de ajuda principalmente à distância, nada identificados (e o que não falta são falsos pedidos também). A vida faz-nos assim. Um miúdo na rua pede-me dinheiro para comer, ou pago-lhe a comida se quiser ali na zona, não dou dinheiro para cair nas mãos de outros. Confesso, senti uma raiva que, ainda hoje, não consigo explicar. Ele há cada uma..."
eu ficaria como tu, incomodada pela postura da pessoa, por usar algo tanto sensível como uma criança doente, quer seja verdade ou mentida, não há telemarketing no que toca à saúde das pessoas!
a estrela desta rubrica nesta semana é - ouvem-se os bombos - … a gorduchita.
no seu blog “a vida da gorduchita” partilha com os seus leitores o seu dia-a-dia, as suas lutas, as suas vitórias, as suas frustrações … é um blog escrito na primeira pessoa, no qual através da sua experiência inspira outros, no apelo latente à reflexão sobre a realidade de cada um ou da inspiração proporcionada pelas diversas coisas que vai fazendo e experimentado.
"Quando andava na faculdade, vivia no Porto, mais concretamente na Rua Antero de Quental, muito próximo do cruzamento com a Rua da Constituição. Apanágio de uma vida académica agitada, chegava muitas vezes tarde a casa. Aquela zona não é (não era, pelo menos) maravilhosa para estacionar, e deixava frequentemente o carro na Rua da Constituição junto a um night club (sim, daqueles frequentados essencialmente pelo sexo masculino), porque era perto e era onde arranjava sítio. Parava por lá, habitualmente, um arrumador, que sempre foi cordial comigo e praticamente rejeitava quando, uma vez por outra, entendia por bem dar-lhe uma moeda.
Certa noite, tinha ido a casa de uns colegas que moravam nas redondezas e regressava a pé. O senhor arrumador acha por bem atravessar a rua e vir falar comigo, e convidar-me para sair. Fiquei meia parva a olhar para o homem (nunca me passou pela cabeça tal cenário - nem do convite nem de o aceitar, obviamente) e comecei a balbuciar uma resposta atabalhoada que era época de exames e que tinha de estudar e que não tinha tempo... (nestas alturas nunca nos ocorre dizer que namoramos com um segurança da noite, daqueles "bem quadrados" e que ele é muito ciumento...) O sujeito olhou para mim e diz com um tom ainda hoje acho que foi um pouco ameaçador: "vê se arranjas tempo!". Acenei que sim, que ia ver e toca de acelerar passo para casa.
Escusado será dizer que nunca mais estacionei naquela rua, nem sequer daquele lado, para nem ter de passar por ele, o que me obrigava a uma busca por lugar bem complicada e uma caminhada bem maior... Mas não valia o risco. Nunca mais queria cruzar com aquele homem..."
olhem tão modesta a nossa menina “ainda andei a magicar que história contar (até porque, sou franca, acho que não tenho assim muitos episódios dignos de serem relatados). mas este penso que cumpre os requisitos da rubrica.” minha linda um muito obrigada por esta história que em tudo cumpre os requisitos da rubrica.
“O terceiro episódio passou-se comigo, no parto do Feitiço. Embora o parto tenha sido induzido para que fosse a minha médica a ajudar a pôr a criança cá fora, acabou por não ser ela a fazê-lo, porque o chefe a tinha posto, naquele dia, simultaneamente nas urgências e a dar consultas. Brilhante, da parte do chefe!
A minha médica passou a manhã de um lado para o outro. As coisas estavam a evoluir bem. Já tinha levado a epidural, as dores nunca foram muito fortes… Uma maravilha.
Às treze horas e alguns minutos, entram no meu quarto umas enfermeiras parteiras, fazem o ponto da situação e dizem que o bebé está pronto para nascer. Eu e o Rogério ficamos assim a olhar um para o outro… queríamos que fosse a minha médica a terminar o serviço! Mas, parvos (ou parva, eu apenas), não disse(mos) nada.
O Feitiço nasceu sem complicações. Tinha apenas 2750 g, mas mesmo assim a enfermeira fez um corte «para não rasgar». O corte não foi problema. O problema foi a costura. Uma enfermeira mais experiente estava a dar indicações à outra. A avaliar pelo que ia sendo dito, a nova não era particularmente habilidosa. E eu sentia os puxões e aquilo estava a doer-me. E queixei-me (ou simplesmente disse uns «ais» e «aus», sinceramente não me lembro). Do que não me esqueci, foi da resposta da enfermeira: «Não pode estar a doer, porque está no auge do efeito da epidural».
Ainda hoje me arrependo de não ter feito queixa da situação. Não eram as enfermeiras que sabiam se me doía ou não. O efeito da epidural não é sempre igual. Não é como 2+2=4. Para mais, eu tinha a experiência do parto da Vassoura, em que, quando a (minha) médica me estava a coser e eu me queixei, ela não duvidou do que eu dizia e me colocou uma anestesia local, em spray, tendo cosido o que faltava sem que eu sentisse nada.
a bruxa mimi, reincidente neste espaço , depois de nos contar uma aventura nos transportes públicos neste belo recanto à beira-mar plantado, traz-nos hoje mais uma divertida história.
desta vez a história passou-se, há quinze anos, com a sua irmã margarida - uma família animada é sempre uma festa
"Esta história passou-se com a minha irmã Margarida, quando estava no hospital, em Faro, depois de dar à luz a sua primeira filha.
Para que o que vou contar faça sentido, tenho de dizer a morada da minha irmã, na altura. Mas posso inventar uma rua e um número, que vai dar ao mesmo. A minha irmã morava na Rua Princesa da Ria, N.º 32, em Faro.
Noutra cama do mesmo quarto de hospital estava outra puérpera (para quem não sabe, é isto que se chama às mães depois de darem à luz, naqueles primeiros dias), a Catarina (nome fictício).
A certa altura aparece no quarto uma funcionária para confirmar as moradas. Dirige-se à Catarina e pergunta-lhe se a morada está certa, isto é, se mora na Rua Princesa da Ria, N.º 32. Ela diz que sim, que mora lá.
A minha irmã escuta aquilo e diz imediatamente: «Não moras, não. Essa é a minha morada!». A Catarina responde: «Eu moro no 1.º andar.» E a minha irmã: «Não, não moras. No 32 só há uma casa, não são apartamentos.»
A situação acabou por ser esclarecida. A Catarina morava em Albufeira, mas queria ter a criança no hospital de Faro, por isso tinha arranjado uma morada de uma amiga que morava na Rua Princesa da Ria, mas noutro número qualquer. Como não sabia bem a morada, trocara o número ao preencher os papéis.
No resto do tempo, quando a funcionária (provavelmente uma enfermeira) entrava no quarto, dizia sempre: «Então, como é que estão as mães que moram na mesma casa mas que não se conheciam?»."
depois de um fim de semana de um calor assustador, cá estamos nós com um tempo novamente "estranho" para o meu "querido mês de agosto".
mas há algumas constantes na vida, e neste blog temos a rubrica "há cada uma!"
houveram bloggers muito generosas na partilha dos seus momentos mais originais. uma delas foi a querida sofia. partilhei aqui a sua primeira história e hoje vamos rir um pouco com a segunda!
" Ena pá tanta mosca!"
Andava eu na preparatória, no 5º ano, nas aulas de Ciência da Natureza estávamos a dar a reprodução humana, lembram-se desta altura divertida?
Aposto que sim, mas mais divertida foi para mim e para a minha turma, quando numa dessas aulas a professora colocou um vídeo sobre a dita matéria, para aprofundarmos os nossos conhecimentos!
Estava tudo caladinho, de vez em quando ouvíamos uns risinhos, heis que surge na televisão um óvulo cercado por uma data de espermatozoides, nesse mesmo instante a minha colega Rita diz " Ena pá tanta mosca!", foi gargalhada geral, eu chorei a rir, até a nossa professora que estava sempre séria, não conseguiu deixar de rir, acho que fui a única vez que a vimos rir.
Esta aula foi inesquecível, espero que tenham tido aulas tão divertidas como esta. Ahahaha!"
a convidada de hoje é uma estrela do sapo blogs. uma das bloggers mais comentadas cá do sítio. e porque será? cá para mim é pela simpatia e a facilidade que tem em se por em situações “estranhas” o seu blog brinda sempre com um sorriso a quem por lá passar. tem estado um pouco ausente, a sua pequenota certamente exige-lhe muito miminho (como a entendo! ), mas é sempre bom passar por lá ver as novidades ou basculhar nos post mais antigos.
chega de conversa e vamos é ler à história que a chic’ana nos traz ao há cada uma!
"A minha empresa faz diversos simulacros de incêndio, por portas e travessas, descobrimos sempre as datas dos mesmos e para evitar roubos, pegamos sempre na nossa mala / objetos valiosos e saímos ordeiramente. Um belo dia, toca o alarme e não tínhamos tido nenhum aviso.
"Será que é mesmo a sério?" As pessoas começam a correr, deixando tudo para trás, eu tive tempo de pegar na mala e sair a correr também. Nisto, cruzo-me com uma colega a correr em sentido contrário e a gritar que se tinha esquecido do mais importante. "Ok, mas rápido, encontramo-nos no átrio da entrada!" Eu espero, espero e passados uns minutos aparece ela com um saco enorme.. "Bem, deves ter atirado tudo aí para dentro.." "Tudo não, o mais importante!" E qual não é o meu espanto quando percebo que ela deixou a mala, o casaco, os documentos na secretária e decidiu salvar a sandes de queijo! Trouxe um saco de supermercado, enorme, com uma sandes no interior...
esta semana vamos fazer uma viagem no tempo até 1998. ano de grande projeção para o nosso belo país à beira-mar plantado.
a catarina, do blog quatro reizinhos - um blog onde partilha as histórias dos seus quatro filhos, com uma pitada de muito humor e bom-senso -, será a nossa guia nesta viagem.
"Antes de mais quero agradecer o convite para participar nesta nova rubrica. Foi com grande entusiasmo que decidi aceitar, o problema foi decidir qual seria a situação ideal para partilhar. Devo dizer que a lista é bastante extensa e levei alguns dias para decidir qual deveria partilhar. Acabei por me decidir por uma situação que me aconteceu à 20 anos atrás na Expo 98.
Eu tinha 14 anos na altura e fui visitar a Expo acompanhada pelo meu irmão e pelo meu namorado na altura, que por sinal é o meu marido actual. Andamos muito, visitamos pavilhões e pavilhões. Eu andava encantada com todas as peças de artesanato que vi. Adorei ver a cultura de cada pais e aquelas peças tão diferentes. Recordo-me de estar num determinado pavilhão de origem Árabe, não me recordo ao certo qual era o pais mas sei que tinham coisas lindas. Eu estava maravilhada a namorar todas aquelas montras quando ouvi um "vamos embora" e fui arrastada do pavilhão. O meu namorado e o meu irmão puxavam-me cada um por um braço e eu ou os acompanhava a bem ou a mal. Eu não estava a perceber nada e exigi que me explicassem o que raio se estava a passar.
Acabaram por me explicar que enquanto eu estava imersa a contemplar as lembranças de artesanato os homens do pavilhão tentavam negociar camelos em troca da minha pessoa e a cada não apenas significava um numero maior de camelos.
Ainda hoje nos rimos desta situação que tão bem nos demonstrou uma grande diferença cultural entre dois países.
Espero que tenham gostado e pode ser que um dia volte para mais uma história."
em dia de há cada uma…a nossa convidada traz-nos uma história contada na primeira pessoa, mas que facilmente poderia ser contada na segunda…ou talvez não! a mula, que no seu blog dá coices “meigos” sobre a realidade (a sua e a do mundo que a rodeia), vem hoje visitar estas “bandas” trazendo uma história que poderia terminar com a expressão, muito usada pela minha santa mãe, “pronto, leva lá bicicleta”.
fazer atendimento ao público é um manancial de situações caricatas… já repararam que muitas das histórias contadas nesta rubrica decorreram nesse contexto?
"Antes de mais muito obrigada pelo convite, é sempre engraçado porem-nos a pensar em situações que no dia-a-dia já não nos lembramos ou até já nos esquecemos, e situações destas de “ele há cada uma…” são imensas, o problema por vezes é lembrarmo-nos delas.
A história que hoje conto aconteceu quando trabalhava numa loja de produtos artesanais na baixa do Porto, onde apareciam imensos cromos, cada um pior que o outro.
Eu era a única mulher a trabalhar na loja. Para que não existam mal entendidos éramos 3 colaboradores: Dois homens, com aparência de homem, sem qualquer dúvida; e uma mulher: Eu! É certo que hoje em dia tenho tendência a mudar de cor de cabelo com grande frequência mas na altura não. Era morena, e depois passei a ser loira e mantive-me loira durante uns anitos.
Entra uma senhora que me diz ter estado na semana anterior e que tinha falado com a “minha colega”, disse-lhe que tinha sido comigo, mas a senhora insistiu “Não, não. Não foi com a menina, foi com a sua outra colega!” Expliquei-lhe que eu era a única mulher a trabalhar ali, que só tinha colegas homens e que tinha sido mesmo comigo que ela tinha falado, ao que ela rapidamente me responde:
‘mas acha que eu ainda não sei distinguir as pessoas? Se eu lhe estou a dizer que não foi com a menina, é porque não foi com a menina!’
E pronto, apesar de eu me lembrar da mulher, apesar de ser a única gaja possível naquela loja, a senhora acha indubitavelmente que não falou comigo!
Pois Mami… Há cada uma…. Que até parecem duas - literalmente!"
esta história da mula fez-me recordar uma que aconteceu comigo.
eu, também faço atendimento ao público e, sou a única no local onde trabalho. há uns tempos, ao concluir um atendimento o sr. diz-me “ainda bem que falei consigo, a sua colega não foi tão esclarecedora”
amores e amoras…isto anda um stress por estes lados…mas mesmo assim…há sempre um tempinho para rir e, talvez, ajudar a soltar uma gargalhada também desse lado.
e quem nos vai ajudar esta semana nesta tarefa?!
é o nosso querido david marinho do blog domingo à tarde – blog de partilha de momento da vida do autor e das suas opiniões sobre tudo o que lhe desperta a curiosidade
"Eis a minha história:
Eu trabalhei algum tempo em call center e sempre achei que o tempo que despendi nessa função, foi uma verdadeira escola que levei para a vida. A função é extremamente difícil, sobretudo porque se lida com centenas de pessoas diferentes todos os dias, com atitudes diferentes, muitas vezes tremendamente defensivas, mas nem tudo foi mau, naturalmente. Isto passou-se em 2011, na antiga TMN, em que recebo uma chamada de uma senhora que pela voz parecia ser de meia idade - não me recordo o nome nem o teor da venda. Mas lembro-me que disparei tudo o que tinha para apresentar (sem pestanejar nem dar voz à senhora), queria vender porque era a minha função, até que satisfeito o meu objetivo, a dita senhora me diz: "Sabe (pausa dramática), nunca tinha tido um orgasmo a ouvir alguém e tive-o consigo!".
(pausa dramática para absorverem o que acabaram de ler)
Creio que foi o momento mais constrangedor, mais impactante que tive naquela função. Mas pronto, vendi e a cliente ficou satisfeita (duplamente, vá)."
digam lá se não ficaram com vontade de ouvir a voz deste senhor! a forma como aquece as palavras e dá ritmo a cada frase… bem… não sei se teremos essa honra, mas que ficou a curiosidade… quiçá…ficou
hoje temos a nossa querida bruxa mimi, alheia a tudo … ou talvez não, que no seu blog partilha as pitorescas aventuras da sua família, com grande destaque para a varinha, a vassoura, o feitiço e a magia – um blogue de todos para todos!
"Em primeiro lugar agradeço à mami ter-me convidado para participar nesta rubrica. Fez-me sentir especial e isso é sempre bom.
Lembrei-me de três histórias para contar. Uma passou-se com uma colega de curso, há mais de vinte anos. Outra passou-se com a minha irmã Margarida, há quase quinze anos. A terceira passou-se comigo, há quase oito anos e meio. Como a mais antiga foi a primeira de que me lembrei, escolhi-a para contar desta vez. Se a mami quiser, as outras duas ficam para outro dia!
Era inverno, um dia chuvoso e frio. A minha colega apanhou o autocarro e conseguiu lugar sentado no último banco, aquele que é mais comprido e dá para cinco pessoas.
A meio da viagem, ela sente que lhe estão a fazer festas numa perna (não sei que perna, mas, para efeitos da história, digamos que era a perna direita). Olha para o lado e vê a mão do rapaz quieta, pousada sobre a própria perna. Fica confusa, claro. Teria imaginado as festas?
Pouco depois, volta a sentir as festinhas. Discretamente, volta a olhar para o lado, desta vez com mais atenção, e o que é que descobre?
Que a mão esquerda do rapaz continua pousada e quieta, mas que a mão direita do parvalhão (desculpem o vocábulo), escondida por baixo da gabardina, era a autora das festas!
A minha amiga contou-me que se virou para o rapaz e que o fulminou com o olhar. Ele parou o que estava fazer e não disse nada. Ela também não."