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mami

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

olá, hola, hello, salut, hallo, ciao, shalom.ahoj, ..., 2021

pois cá estamos. 

ainda parece que foi ontem que deixávamos para trás 2020.

um novo ano, novas oportunidades.

uma página em branco num caderno cheio de rabiscos.

poderia ser assim, mas não é.

passou apenas um dia e na verdade nada mudou.

até as celebrações deveriam/foram contidas, pelo que a ausência de ressaca e euforia torna mais banal o dia de hoje.

aumenta em nós a ânsia de mudança, começamos a pensar que não há uma nova realidade mas sim "a realidade". descuidamo-nos. a esperança reduz-se após o rejubilo da vacina ofuscado pela nova estirpe.

nada disto desapareceu com a passagem de ano. mesmo para quem possui tal ilusão a mesma se dissipará nos próximos dias, assim como (a maioria) os planos que por tradição estabelecemos para o novo ano.

não pretendo ser o grinch do novo ano. 

partilho apenas o turbilhão que vai na minha mente, por ansiar uma mudança que sei não será breve.

apelando em mim, em vós, à resiliência, à esperança e à ação.

é importante que tod@s e cada um de nós tenha um papel positivo nesta luta. não somos alheios, nem estamos à margem dela. responsabilidade, cidadania, respeito, solidariedade, devem estar na nossa mente a cada dia, a cada gesto.

nós vamos vencer. mas para isso temos de estar unidos e aceitar as nossas responsabilidades.

o corona veio lembrar-nos que estamos todos interligados, recordando-nos o efeito borboleta de lorenz.

como resultado colateral trouxe um maior foco sobre as questões da sustentabilidade ambiental. pelo menos foi essa a minha perceção. uma maior consciencialização sobre o papel individual na situação global.

este foi o caminho que escolhi aprofundar em 2021, sem pragmatismos nem fundamentalismos, mas de forma intencional e consciente. porque faz sentido termos objetivos num novo ano, mesmo que o hoje, mais não seja do que a continuação de ontem, é sempre uma possibilidade de melhorar o amanhã. 

2021.escolhas sustentáveis

 

2020 (finalmente) chega ao fim

sei que este é o pensamento que muitos partilham.

eu vivo-o com ambiguidade.

2020 foi o ano de todos os desafios.

foi o ano do confinamento, do distanciamento social, da solidão, da incerteza e do medo.

foi um ano de reflexão (imposta), não sei se foi um ano de mudança, mas foi sem dúvida um ano a quem ninguém fiou indiferente.

foi um ano que ficará para a história, esperemos que não seja o início de um período. 2021 traz-nos esperanças renovadas, como se a mudança de ano pusesse-se fim a isto tudo. a vacina chegou antes do fim do ano mas, quando a esperança começa a aquecer os corações, surge uma nova estirpe do vírus que nos estupra a fé e alimente as teorias da conspiração.

no entanto, mesmo sem a meiguice que se esperava de um ano lindo como 2020 (quer na expressão escrita, quer na expressão oral) eu não consigo não lhe estar grata.

2020 trouxe-me um ser cheio de luz. um sorriso fácil que se ilumina só por captar o meu olhar ou ouvir a minha voz. um gargalhada pura e contagiante. uma força da natureza que desafia todos os limites mas que ameniza todas as ânsias.

mesmo com todas as coisas menos boas que este ano me trouxe a nível pessoal, no meio de toda esta loucura mundial, tive muita sorte. apesar dos sustos e das limitações eu e os meus estamos bem. parece-me que perante este cenário de bosta de vaca biológica mais não podia pedir e agradecer a 2020.

 

2020

 

se puderem, se tiverem razões para tal, vejam o copo meio cheio que 2020 vos deixou.

superstições de passagem de ano

 

passagem de ano

imagem retirada daqui

 

 

"no creo en brujas pero que las hay las hay"  ... não sou (muito) supersticiosa, mas não custa nada fazer umas coisitas... "just in case" para que tudo corra de feição no novo ano que se assoma.

na minha família asseguramos o cumprimento rigoroso de algumas superstições que se converteram já em tradições. por vezes temos algumas dificuldades em gerir o tempo visto só haver lá na terrinha uma "meia noite"!

deixo-te aqui os conselhos da família da mami para um 2019 cheio de coisas boas!

 

.antes do final de 2018:

- liquida todas as tuas dívidas e contas pendentes  -  isto é das coisas que mais me atrofiam, tirando a minha relação (quase) eterna com o novo banco, pago todas as contas e eventuais empréstimos de amigos;

- limpa a casa, liberta-a de todas as energias negativas e coisas partidas, lâmpadas fundidas ... não esqueças de fazer a cama com lençóis novos para garantir "o amor" 

 

.dress code

toda a tua roupa deverá ser nova, para começares o ano "como uma folha em branco" (não te esqueças da prévia banhoca, depilação e afins)

a roupa não deverá ser apertada ou desconfortável...para não "sofreres apertos" ao longo do novo ano

sem melindrar qualquer fashion code tens, com bom senso, que conjugar as cores que garantem a felicidade no novo ano :

- amarelo para o dinheiro

- vermelho para a paixão

- verde para a saúde

- azul para melhorar a comunicação com os outros

- castanho para o sucesso profissional

- branco para a luz, paz e energias positivas

- preto para quem deseja mudança

 

.ao jantar:

- nunca comas aves no jantar de passagem de ano, pois com elas voam a fortuna e a felicidade

- mesmo que não estejas em casa, deve haver comida na tua mesa (sem exageros...uma fruteira recheada é suficiente)

- a tua ementa para o jantar deverá ser variada e farta, para assegurar a sua réplica ao longo do novo ano

 

.à meia noite: 

- tens de estar acordado (parece que o pior que pode acontecer é entrar o ano a dormir...sinal de um 2019 "parado" - a não ser que o que pretendas seja mesmo isso )

- portas abertas e luzes acesas parecem garantir a entrada das boas coisas no novo ano - é importante não dificultar o acesso ao que nos vem trazer felicidade 

- ter dinheiro no bolso, na mão, nas meias, no soutien, ...nada de o ter na carteira que está a 1m de ti! ou ouro (anel, pulseira, brincos...). o objetivo é ter um símbolo de riqueza, que assegure um 2019 rico e estável a este nível (se alguém tiver uma nota de 500€ que me ceda posso enviar a morda e pago os portes)

- sobe a um banco, mesa, sofá, degrau...para receber o novo ano. não esquecer de subir com o pé direito! dizem que garante a ascensão/sucesso profissional

- à meia noite come 12 passas e pede 1 desejo por cada uma, mas atenção, terá de ser na seguinte "dose": 4 para o mundo, 4 para quem amamos e 4 para nós (os desejos devem ser sempre formulados pela positiva, evita o "não...")

- faz um brinde com espumante, bebe um gole, dá três pulinhos sem derramar a bebida, e atira-a para trás das costas, imaginando que te libertas de todas as coisas negativas! não penses que é um gesto egoísta, quem for banhado pelo líquido do nosso copo será recompensado com boa sorte para 2019 - "o azar de uns, pode ser a sorte de outros" . alerta de segurança - ti.no.ni.: deveras dar os pulinhos em cima de onde estiveres, pelo que será conveniente escolheres um local minimamente estável!

- para o amor, a primeira pessoa a parabenizar após a meia noite deverá ser do sexo oposto ... ou do mesmo, dependendo da tua orientação sexual. 

- "façam barulho" para afugentar as energias negativas - música, foguetes, gritos, tachos, tudo é válido!

 

se sobreviveres intact@ a todo este ritual...avança confiante para o novo dia, do novo ano!

 

.no primeiro dia do ano:

- "dá um mergulho no mar "

- engole sapos, esconde-te, foge, o importante é que não discutas nesse dia!

 

depois de tudo isto é impossível não teres um excelente 2019 

 

.durante todo o ano de 2019:

valoriza o melhor de cada dia e sê genuinamente feliz!

 

 

pessoas bonitas, se me esqueci de qualquer coisa para assegurar a minha felicidade... é favor de dizer!

 

nota: este post espalha boa sorte desde 2017!

pais gabarolas

parentalidade

há 3 anos atrás era eu mãe de primeira viagem. aderi a vários grupos de fecebook de mamãs, para me sentir acompanhada nesta viagem. houve momentos em que estes grupos foram de bastante ajuda, outros em que foram assustadores por demonstrarem que as mamãs podem ser seres cruéis e mesquinhos (umas para as outras) e outros em que se assistia, apenas, a uma feira de vaidades. juntando os dois últimos pontos mencionados, lembro-me de várias situações em que aconteciam coisas deste género:

- uma mamã pede ajuda para tentar verificar se é “normal” que a filha/o aos dois anos ainda não falar. a resposta de uma mãe: “o meu é super desenvolvido, fala desde que tem um ano, no infantário dizem que é o mais desenvolvido”. serei eu a única a questionar o que raio tem esta resposta a ver com a dúvida/ansiedade partilhada pela outra mãe?!

- uma mamã inicia uma conversa descrevendo todos os feitos do filho de 6 meses: gatinha, põe-se de pé, bate palmas e quiçá, não me recordo bem, falava inglês. muitas mães na sua simpatia respondiam dando os parabéns por tal desenvolvimento outras desejando que a sua criatura tivesse o mesmo nível de desenvolvimento.

todas as mães, todos os pais, têm orgulho nas conquistas das suas crias. mas essas conquistas são individuais e têm a ver com inúmeros fatores. não são uma corrida, não há competição ou não deveria haver.

a minha filha sempre teve o seu ritmo, nunca foi precoce em nada, embora tenha atingido os patamares de desenvolvimento no tempo estipulado por quem disso sabe.

pais gabarolas

agora, na segunda viagem desta aventura exigentemente desafiadora de ser mãe, tenho um filho que não tem tempo a perder. fez as aquisições motoras muito cedo (erguer, virar, gatinhar, andar… e em breve, temo mas sei, trepar, escalar e quiçá até voar!).

dois filhos, dois ritmos de desenvolvimento completamente diferentes.

e não, não estou nos grupos de mamãs de facebook a dizer que tenho um nélson évora.

no entanto, há algo que por cá ocorre que me tem irritado. tenho uma sobrinha que é 3 meses mais velha do que o meu catraio, com um ritmo de desenvolvimento perfeitamente normal. o progenitor cá de casa sofre do síndrome de mãe de grupo de facebook. quando está junto do irmão não para de elogiar os feitos do filho, enaltecendo o futuro spider man que por cá temos. faz comparações entre as criaturas e enerva-me as entranhas. já tentei explicar que “não é bonito”, mas não se aguenta (nem ele de falar, nem os outros de o ouvir).

a empatia e a assertividade devem conduzir o nosso comportamento social. a vaidade não nos pode cegar. e não me entendam mal, tenho imenso orgulho nos meus filhos, nos seus feitos e nas suas conquistas, mas são eles que têm de sentir este meu orgulho, por quem são e pelo que são, não por comparação com outros seres (a vida depois lhes trará isso).

mamãs e papás, não comparem os vossos filhos/as com os dos outros, olhem para as vossas estrelinhas e festejem cada conquista. não somos todos iguais, nem temos de ser. cada criança tem uma vida pela frente (assim desejamos) para se destacar, para descobrir as suas potencialidades, para brilhar. estejamos presentes.

 

quarto para menina e para menino, porque não?

decoração e criação de espaços

existem coisas que nos inspiram e relaxam. a decoração tem esse efeito em mim. desde o projetar o resultado final, passando pela procura do material a utilizar, até ao improvisar para chegar o mais próximo possível daquilo que tinha idealizado.

a maternidade trouxe-me um tempo que eu não sabia ter mas, por outro lado, roubou-me o tempo que tinha para algumas das minha paixões.

assim, só agora, passados 8 meses do nascimento do pequenote, pude dedicar-me à decoração do quarto, que antes era só dela e agora é de ambos.

deu-me um prazer enorme. já tinha algumas ideias e até algum material adquirido, mas não chegava. precisava de elos de ligação, de coisas que fizessem com que o quarto deixasse ser só dela e pudesse integrar o mano, assim como adaptar-se à uma nova fase do crescimento da princesa. foram pequenos gestos pensados ao pormenor.

 

acredito que pouco é mais e que o importante é que os espaços espelhem quem somos, o que nos inspira, que sejam harmoniosos e nos tragam bem-estar (dito assim até parece fácil).

quarto de menina

 

adoro frases inspiradoras - uma característica que trouxe da adolescência. esse foi o elemento que usei para partilhar um pouco daquilo que valorizo. quer na entrada do quarto, quer no novo cantinho pensado só nela. a fotografia é outra das minhas grandes paixões por isso não podia faltar como elemento decorativo.

 

quando há 3 anos idealizei o quarto da pequena escolhi como tema os elefantes, por associá-los ao conceito de família. a chegada do novo elemento realçaria este conceito, pelo que mantive o tema. precisava agora de um quadro que o representa-se a ele neste universo. a oferta de quadros para quarto de criança é enorme e cada um mais fofo do que o outro. a vantagem de ter demorado 8 meses a fazer a decoração do quarto é que foi fácil identificar o quadro / imagem que melhor o representava! e ter escolhido a opção de impressão em acrílico foi uma aposta ganha! ficou uma fofura delicada (nada a ver com ele, bem, mais ou menos, é um fofo traquina!). 

postlounge

 

como podem ver não há por cá preconceito algum com o cor-de-rosa e os meninos. por isso mantive também as cores base do quarto: cinzento e rosa.

decoração quarto criança

 

aproveitei também para criar, no exterior do quarto, um espaço dedicado aos pequenos artistas da família (sobrinhos/as, filho/a…) – espaço em constante atualização/construção. arrisquei conjugar as obras de arte dos mais pequenos com uma réplica do quadro “aquele que compreende” de paul klee, pelos traços infantis da obra mas também por achar que são as crianças que compreendem genuinamente o mundo que as rodeia, mesmo que não sejam capazes de o descrever em palavras.

paul klee

 

de missão cumprida e orgulhosa do resultado, já me posso dedicar às decorações de natal!

até me inspirei para inspirar os amigos com prendinhas de natal, obrigada posterlounge .

consumo consciente

por um planeta mais sustentável

encontro-me num momento de transformação.

se me perguntarem o que despoletou este momento, não terei resposta.

não houve um gatilho ou um acontecimento marcante que me “empurrasse” nesta direção.

quiçá foi o acumular de pequenos acontecimentos inconscientes que deram lugar a uma vontade consciente.

seja como for, eu que nunca fui uma pessoa de causas ambientais – as minhas foram sempre as sociais -, sinto agora a necessidade de me responsabilizar pelos meus comportamentos de consumo e pela forma como estes contribuem – bem ou mal - para a comunidade, o país e o planeta que me acolhe.

o ambiente está na moda, dirão alguns. na verdade está. ainda bem que está.

não sou de modas, direi eu. mas sou um ser em constante evolução, que aceita desafios e não foge de responsabilidades.

e no fundo eu e eles, eu e vocês ou apenas eu e o meu alter-ego, nada temos a justificar e a ninguém temos de convencer. o tentar – deixo aqui um grito mudo de humildade-, diminuir a minha pegada ecológica focada na diminuição do desperdício e do lixo produzido – no caminho de um zero utópico-, numa alimentação mais sustentável e numa diminuição do consumismo, foi uma escolha individual, mas que acabou por se tornarem familiar – um pouco em contracorrente, terei de confessar.

o consumo consciente não é fácil. sou de uma geração na qual mil coisas surgiram para facilitar a vida de uma população adulta absorvida por responsabilidades profissionais e desesperadamente a equilibrar a vida familiar – produtos descartáveis, comida embalada, produtos em doses individuais. coisas práticas que tornar o dia-a-dia mais simples. em simultâneo as coisas tornaram-se mais acessíveis a (quase) todos (roupa, acessórios, maquilhagem, decoração, brinquedos…) não se exigindo qualidade mas sim funcionalidade, originalidade e diversidade, as coisas não são feitas para durar porque as pessoas têm necessidade de ir trocando e adquirindo coisas novas, ao ritmo das “tendências”, das novidades e dos upgrades.

tomada a decisão comecei a investigar. das leituras realizadas ficaram três aspetos:

  1. a mudança para uma vida mais sustentável, do ponto de vista ambiental, é uma caminhada e não um salto. exige que se interiorizem princípios, que se escolham caminhos, definam objetivos e proponham metas. é uma mudança integral, de dentro para fora, onde é necessário nos consciencializarmos do que pretendemos, do porque desta mudança, para depois, de forma sólida, avançar para as ações;
  2. uma pequena mudança é uma vitória. nenhum de nós vai, individualmente, salvar o planeta, mas a ação de cada um, por mais pequena que possa ser, é um contributo positivo para uma força maior;
  3. devemos evitar fundamentalismos. o processo de mudança diz respeito a cada um, na medida e no ritmo que lhe for possível; não esquecendo que o eliminar coisas que têm ainda utilidade por versões mais ecofriendly, incorre no princípio do reutilizar e diminuir o desperdício (neste caso de recursos) e o lixo (do que é descartado).

 

consumo consciente

 

acredito que esta escolha, a longo prazo, simplificará a minha vida pois tem inerente a si o minimalismo e o consumo consciente.

fazemos esta viagem com calma, fascinados a cada descoberta – assim é quando conhecemos um novo mundo -, evitando o “consumismo” ecofriendly e os fundamentalismos.

irei partilhando as desventuras da minha jornada rumo à sustentabilidade ambiental, numa perspetiva para totós, sendo eu, também, tótó, e não na perspetiva de especialista no assunto, pois dele, efetivamente, pouco sei.

termino este meu manifesto de interesse com duas frases feitas:

“menos é mais”

“fazer como antigamente”

a ignorância é uma bênção

e o amor também

ontem em conversa com um amigo, sobre o que gostaríamos para as nossas filhas, surgiram vários aspetos. hoje, vou aqui destacar um: a ignorância (que ele teimosamente chamava de inocência).

há uma expressão em inglês que “my person” costuma usar “ignorance is bliss”, na qual eu acredito piamente.

fazíamos a analogia entre o acreditar no pai natal e no amor.

é verdade que o natal, depois do reinado do pai natal, continuará a ser uma época especial de reencontro familiar e de troca de presentes, mas terá perdido a magia no imaginário das crianças. deixará de ter o encanto e a magia do senhor de barbas brancas que lhes vinha deixar uma prenda especial (que a criança desejou e pediu…e para a qual se terá portado bem durante o ano  ).

algo semelhante acontece com a crença no amor. eu sempre fui uma sonhadora, uma devota do amor. até que cresci. e vi muita coisa. soube de muita coisa. percebi que o amor é um sentimento construído, que implica duas pessoas e que pode ser quebrado pelo cansaço, ou pela mudança de interesses, ou por nada, ou por tudo, ou unilateralmente, ou ... é um sentimento vivo que se alimenta do que o rodeia, que se distrai e que por vezes se perde. esta consciência fez-me começar a ser cautelosa, a medir afetos e investimentos. fez-me racionalizar o amor, portanto retirou toda a magia a este “nobre” sentimento.

tenho saudades de acreditar no pai natal, assim como de acreditar no amor!

espero que a minha pequena princesa guerreira acredite por muito tempo na magia, que se deixe encantar, que viva feliz cada amor, que acredite que se não acertou numa relação é porque não era essa a “tal”, que a sua cara-metade estará por chegar; mas que se valorize, que nunca perca a sua essência, que não aceite nunca menos do que merece, do que a faça sonhar, do que a faça sentir especial … que viva feliz na ignorância de que o amor pode acabar.

heart-762564_1920.jpg

imagem retirada daqui

casar? não, obrigada!

casamento? não, obrigada!

já fui uma princesinha que sonhava com o seu dia de reinado.

aos 20 anos já tinha tudo planeado.

aos 25 decidi avançar.

aos 26 dei por terminada tamanha loucura.

após decidir avançar com o casamento começamos a projetar o próximo ano: arranjar um espaço onde morar, organizar um casamento, preparar a viagem de lua de mel...

recém licenciados, o dinheiro era curto. um dia estávamos a discutir a aquisição de um LCD. eu estava a tentar ser racional e sugerir uma aquisição contida pois teríamos de ter também dinheiro para a nossa viagem. foi aí que o meu ex-mais-que-tudo assinou a sua sentença: "para que vamos gastar dinheiro indo para um lugar se podemos ter o mundo numa televisão top?" a imagem que tenho desse momento foi a de um cachorrinho que primeiro pasma e depois roda a cabeça para tentar compreender o que está a ser dito. após segundos desta postura canina argumentei "ver e viver são coisas completamente diferentes!". não obtive a compreensão que esperava sobre este assuno e ele também não.

este episódio não levou ao final da nossa relação, mas suscitou o principio do fim. nesta simples situação percebi que tínhamos visões diferentes do que queríamos para a nossa vida e passei a estar mais atenta a pequenas situações. por exemplo, eu trabalhava longe, fazia diariamente 120km para ir trabalhar. no final do primeiro ano decidi mudar-me para a localidade onde trabalhava - pela distância e pela necessidade do meu espaço, depois da faculdade foi muito difícil readaptar-me a viver em casa dos meus pais. o meu ex-mais-que-tudo para além de se opor - como se tivesse esse direito - ainda teve a lata de envolver os meus pais na confusão. esse foi o ponto final. e o pensamento: "como é que esta postura possessiva e redutora me passou ao lado ao longo de 5 anos de relação?" resposta imediata: 5 anos de faculdade e um namoro de fim-de-semana!

quando não há responsabilidades e decisões um relacionamento pode ser perfeito. quando se começa a perspetivar uma vida e a ser adulto começamos a perceber o que queremos e o que não queremos. e eu queria poder decidir o que era melhor para mim. fazer o meu caminho. atingir as minhas metas.

depois deste episódio não voltei a pensar em casamento. e que se entenda que não o digo com tristeza ou desilusão, mas sim com pragmatismo.

na minha vida adulta acompanhei muitos casamentos. vi muita coisa que me desagrada: dependência, possessividade, traição, submissão... assisti também a muitas coisas boas: cumplicidade, companheirismo, dedicação ... mas no fim o saldo nunca me convenceu, sobretudo quando entrava o divórcio e se descobriam obscuros, dívidas... e um rol de problemas.

claro que os prejuízos e benefícios das relações são semelhantes entre os casados e os que vivem em união de facto. a diferença é a facilidade com que podemos bater com a porta e tratar das questões legais. sei que é também esta diferença que pode levar a um investimento e entrega menor. mas é a procura do equilíbrio e da felicidade que guia a nossa conduta e as nossa decisões. lamento não acreditar no amor para sempre mas a vida mostrou-me que esse tem edição limitada e é só para os elegidos! 

a união de facto foi para mim uma excelente opção, assegurando os benefícios e limitando os riscos.

ontem voltei a pensar no casamento.

em conversa com uma mulher que muito admiro, viúva recente em que desconhecia a sua história, falou-me do marido, da sua doença e da luta de ambos. a determinado momento da conversa disse-me que passados 29 anos de viverem em união de facto decidiram casar. a razão? ela poder tomar decisões sobre a doença/tratamento do marido. referiu situações em que se sentiu posta de lado e ambos temeram que se ele perdesse faculdades eles deixariam de ser ouvidos. foi super engraçado ouvi-la a relatar o seu dia de casamento, com total despreendimento e como um processo administrativo e burocrático como tantos outros. não casou pela ilusão de uma amor, casou para ter a certeza que perante a lei poderia fazer o seu papel de cuidar e garantir os desejos de com quem construiu uma vida.

a união de facto é reconhecida pela lei, os direitos dos cônjuges estão assegurados, mas na prática ainda se encontram entraves e dificuldades ... pelo menos em meios mais pequenos.

 

diz-se que: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ... mudam-se as motivações. 

tinto, se faz favor

o vinho é a volúpia do espírito, o pacificador da alma, uma fonte de inspiração ... (garanto ter mais de 18 anos e beber de modo responsável)

sou curiosa e adoro experimentar vinhos distintos, embora tenho os meus prediletos, assim como aqueles que sei que nunca me vão deixar ficar mal (por serem uma escolha conciliadora de gostos e paladares - não pelo seu consumo desmedido).

portugal, rico em diversidade e qualidade, dá-nos tanto por onde escolher, degustar e entranhar!

não sou nenhuma expert ou conhecedora dos meandros da enologia. apenas gosto. sei o que procuro e o que evito. o meu vinho de eleição pode nem ser o melhor (a nível “sério” do ponto de vista da análise), mas se é o que me sabe melhor, se é o que me dá mais prazer a beber, então será esse a minha escolha. adoro vinho tinto, mas não me agradam “os finais de boca persistentes”, mas também não gosto de vinhos “deslavados”. gosto de vinhos macios, aveludados e envolventes.

sem excluir tantos que amo, mas apenas por referência e aposta ganha da colheita de 2009, os meus preferidos são: .duas quintas - ramos pinto, douro. suave e envolvente. uma harmonia perfeita e única

.herdade do grous – herdade do grous, alentejo. aveludado e delicado. deixa-nos a sensação de “boca cheia”

.lopo de freitas - caves são domingos, bairrada. complexo e quente, na boca envolvente e sedutor, com um ténue toque de carvalho

vinho tinto 2019

 

os três com uma suave delicadeza que não deixa adivinhar os seus 14% alc./vol.

aconselho vivamente a experiência, numa boa companhia e um bifão!

30 dias de desapego

desafio

todas as regras de feng shui referem que não devemos ter coisas partidas ou "paradas" em casa, pois estagnam o fluxo de energia.

naturalmente acumulamos coisas ao longo da vida, ano após ano, novas coisas se vão "instalando" na nossa casa. o desafio do desapego consiste em, durante um mês, desfazer-nos do que não precisamos, do que está a mais. procuramos por um lado espaços mais livres e minimalistas, por outro facilitar que a energia flua no nosso lar.

desafio do desapego

 

o desafio consiste em cada dia nos desfazermos do número de objetos equivalente ao número do dia. ou seja, no primeiro dia, um objeto; no segundo dia, dois objetos; ... no vigésimo nono dia, vinte e nove objetos; no trigésimo dia, 30 objetos.

agora que a princesa esta (quase) a chegar acho importante praticar este desapego, criar espaço para todas as boas energias que a minha pequena nos trará!

à primeira vista parece um desafio difícil, mas se pensarmos em roupa, revistas, produtos, medicamentos, caixas ou tampas de conservação, utensílios vários, material de escritório, coisas partidas, artigos de decoração, toalhas e outras roupas de casa, papelada, dossiês, acessórios, sapatos, brinquedos, maquilhagem... é um sem fim de coisas acumuladas e que sabemos que não tocámos há meses ou mesmo anos! ficam aqui outras sugestões.

o desapego não implica deitar fora, podemos doar. o que não tem espaço na nossa vida, pode ter espaço e ser necessário na vida de outros!

estou motivada para fazer o desafio no mês de outubro. espero ser consistente e daqui a um mês ter um espaço mais leve e menos poluído de coisas desnecessárias “porque menos –coisas- é mais –qualidade de vida-”. sendo hoje o primeiro dia, escolhi desfazer-me de uma panela de pressão eu a minha mãe me deu há anos e que nunca usei “por medo”!

alguém por aí com coragem para embarcar neste desafio?!

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