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mami

viver | amar | sentir | pensar | lutar | conquistar | desafiar | refletir | descobrir | experimentar | partilhar | aprender | acreditar | sonhar * ser mãe sem me perder de mim *

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4 livros para o desfralde

livros para crianças

o desfralde por cá foi um pequeno pesadelo.

provocado por mim.

após o verão a miúda iria para a escola pública e eu queria a todo custo que já fosse sem fralda. 

estive mal.

não é mentira que temos que respeitar os seus timings (eu sabia-o, mas decidi, tontamente, ignorar este facto).

criei uma situação desagradável para mim e para ela, que durou o verão todo!

quando desisti de pressionar, e quando ela quis, gradual e serenamente, deu-se o desfralde.

um dos sinais que deu de que estava preparada para iniciar o processo foi o aceitar a leitura de livros sobre o assunto. na fase conturbada, negava-se a ler as histórias, ignorava os livros sobre o assunto.

hoje partilhamos convosco os livros que nos acompanharam neste processo de emancipação das fraldas 

nonô e o bacio

nonô é uma personagem muito fofa e com personalidade. um dia é surpreendida com um novo objeto que a mama traz para casa: o bacio! a historia mais não é do que a adaptação da personagem à realidade que este novo objeto trouxe.

sem género, permite a identificação da criança com a personagem.

 

 

apreciação mami:  o livro tem ilustrações lindas, as páginas são plastificadas, portanto à prova de crianças pequenas; é um livro muito resistente e de fácil limpeza. é muito fácil a identificação da criança com a personagem e com as suas peripécias.

apreciação pg:  foi a primeira história para o desfralde que usamos. ela gostou muito da nonô e conseguiu acompanhar muito bem a história, conseguindo contar o que ia acontecer de seguida. foi muito fácil dizer-lhe: “vamos fazer chichi no bacio como a nonô?” 

 

autoras: sibylle delacroix 

editora: booksmile

dimensões: 17cm x 17cm

preço: 7€ (preço médio)

 


e depois das fraldas?

livro interativo sobre uma criança que descobre o bacio e vai acompanhando o pequeno leitor na mesma descoberta. a criança começa por interrogar o que é aquele objeto “a brincar com ele”, passando depois a explicar a sua utilização.

apreciação mami : o livro apresenta-se com uma linguagem direta e relacionada com o universo da criança. as “patilhas” e “janelas” são de fácil manuseamento e são resistentes. imagens bonitas e interação muito bem conseguida.

apreciação pg : foi dos livros que mais a prendeu na fase do desfralde. a facilidade com que interage com o livro, dando-lhe autonomia na sua exploração foi um dos aspetos que mais a cativou. conseguiu facilmente criar empatia com a criança da história.

 

autoras: marianne bogardt e maxie chambliss

editora: dom quixote

dimensões: 17,2 cm x 17 cm

preço: 4,90€ (preço médio)

 

a orquestra do bacio

livro musical e interativo com belas ilustrações de uma orquestra muito especial. o pinguim dirige a orquestra onde os animais produzem os seus sons fazendo chichi e/ou cocó no bacio.

 

 

apreciação mami :  o livro é apelativo e engraçado, mas a meu ver não cumpre a sua função. Não é de fácil compreensão para a criança o objetivo do livro. Outro aspeto menos positivo é o facto de as folhas serem de papel pouco resistente para este tipo de livros mais interativos. Um aspeto que considerei interessante foi o terminar com o apanhado de todos os sons o que nos permite trabalhar com a criança a identificação dos sons, possibilitando trabalhar o vocabulário e à criação de relações.

apreciação pg :ela adora animais, e gosta imenso de interagir com os livros, portanto adorou o livro e riu-se imenso com os sons.

livros para o desfralde

 

autoras: guido van genechten 

editora: minutos de leitura

dimensões: 25,6 cm x 21,5 cm

preço: 15€ (preço médio)

 

posso espreitar a tua fralda?

um ratinho muito curioso é o protagonista desta história com abas que permitem espreitar a fralda dos amigos. numa linguagem simples e apelativa o ratinho vai vendo que os seus amigos têm cocó na fralda. quando estes lhe pedem que mostre a sua, ele mostra orgulhoso uma fralda limpa porque já faz cocó no bacio.

 

antes de entrar na aventura do desfralde achava, inocentemente, que o processo se dava em simultâneo para o chichi e para o cocó. por cá não foi assim. houve bastante resistência a fazer cocó fora da fralda. este livro foi muito importante para desconstruir essa situação.

apreciação mami:  o livro tem ilustrações muito bonitas e as abas funcionam muito bem (e são resistentes). o texto é claro, com bom ritmo e é apelativo (acho que nunca vou compreender a graça que o “cocó” tem para a miudagem!).

apreciação pg: adorou a história. achou muita graça aos animais e aos diferentes cocós. manuseava com facilidade as abas e reproduzia, ao jeito dela, a história. 

autoras: guido van genechten 

editora: minutos de leitura

dimensões: 25,5 cm x 26,4 cm

preço: 12€ (preço médio)

ser mulher continua a não ser fácil

reflexão sobre o dia da mulher

ser mulher continua a não ser fácil e não é um ramo de flores, descontos de 50% na newsletter de produtos de beleza ou a criação de um vinho rosé chamado woman que muda a situação – estes são apenas alguns exemplos com os quais fui confrontada nos últimos dias.

o dia internacional da mulher, cuja origem podem explorar aqui, mais não é do que a luta pelos direitos humanos, pela igualdade de oportunidades e pela não descriminação. parece coisa do século passado…e até é, pelo menos a criação da data, mas na verdade de forma mais ou menos explicita continua a ser necessário gritar a viva voz que ainda não são dados os mesmos direitos e oportunidades a mulheres e homens.

mas não é isso que me apraz explorar hoje. venho apelar à reflexão sobre como podemos andar (algumas de nós) perdidas com esta questão do ser mulher emancipada e moderna. sobre a nossa vontade de fugir de estereótipos e preconceitos relacionados com a beleza, com a inteligência, com a emotividade, com a independência, com a maternidade, com a capacidade de fazer isto ou aquilo (por uma questão de género)… e como podemos estar a oprimir quem nós somos ou quem nos educamos.

sem querer podemos estar a alimentar o preconceito por oposição. porque não aceitar que efetivamente podemos ser tudo, ou melhor que gostar de determinada coisa não implica não ser capaz de outra. será que não é possível ser-se engenheira aeroespacial, bonita e gostar de acompanhar o big brother?! ou ser esteticista, gostar de música clássica e ler saramago? ou optar por ser mãe a tempo inteiro, passar o dia a ouvir os caricas e à noite ver o national geographic? ou ser empreendedora, passar o dia em reuniões e à noite atirar-se no sofá, a ver qualquer coisa sem interesse real, a beber um copo de vinho enquanto afaga o seu caniche?

ser mulher não implica encaixar num padrão. assim como ser homem também não.

confesso-vos que muitas vezes sinto-me aprisionada por esta questão do ser mulher e não querer desonrar o género. mais ainda, desde que me tornei mãe, sinto o peso da responsabilidade da educação de uma futura mulher e de um futuro homem. e questiono muitas vezes se pelo peso cultural e emancipatório que carrego, não estarei a forçar em algumas coisas um caminho que poderá não ser o que eles naturalmente escolheriam. sei que faço bem em escolher os desenhos animados a que assistem, para que vão ao encontro dos princípios e valores que defendo. que abolir estereótipos de género como as cores que vestem ou as brincadeiras que fazem é o correto. mas será que se a miúda quiser fazer ballet eu devo conduzi-la para o salto em comprimento? ou se ele quiser fazer salto em comprimento eu o deverei conduzir ao ballet? se ela quiser ser educadora de infância a deverei conduzir para engenharia? se ele quiser estudar polímero dos materiais eu deverei sugerir design?

sei que não. que não tenho o direito de os usar como bandeira de nada. que só pensar nisto é alimentar o estereotipo e o preconceito. e é esta desconstrução que tem ainda um longo caminho a ser desbravado. sobretudo porque os extremismos estão ainda muito presentes.

este meu receio ilustra uma mulher independente, com um profissão que lhe dá uma vida confortável, e com gostos ecléticos, que não se sente ainda confortável com esta questão da igualdade de género, por não acredita nela, e que, de alguma forma, contribui para que esta continue a ser uma questão pelo seu comportamento de oposição muitas vezes desnecessário.

 

dia da mulher

 

sei que poderei recear a influência do contexto cultural e do contexto educativo fora do agregado familiar, mas que não tenho o direito de manipular ou castrar a minha filha ou o meu filho. viver a liberdade é mais difícil do que defende-la. porque a liberdade plena (caso exista) deverá ser desprovida de qualquer estereótipo, preconceito ou juízo de valor.

 

 

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