a partir de hoje é possível pedir a pulseira do programa “estou aqui” da psp. a pulseira é destinada a crianças entre os 2 e os 10 anos, embora a idade possa ser inferior a dois anos caso se prove que a criança consegue andar de forma autónoma.
a pulseira, em tecido, têm um código alfanumérico único que correspondente aos dados da criança que a usa e de duas pessoas por ela responsáveis.
a pulseira tem a duração de 12 meses, ficando “ativa” até 31 de maio de 2020; pode ser pedido de forma nominal ou de grupo (opção adequada a instituições que lidem com grupos de crianças - escolas, infantários, catl, campos de férias, ...).
“o programa estou aqui!® foi desenhado para que nunca perca um momento da presença dos seus filhos.”
esta é uma iniciativas que aproxima os cidadãos e as cidadãs das forças de segurança, valorizando a prevenção e conferindo à família a sensação de segurança.
na minha pesquisa sobre a pulseira fiquei muito feliz quando descobri que existe também a pulseira estou aqui adultos - “a psp identifica a necessidade de garantir a segurança de adultos que, pelas mais variadas razões, possam sofrer alguma desorientação na via pública.” Sabe mais sobre esta iniciativa aqui.
e parece que: estar em processos de aprendizagem diminui o risco de obesidade!
e num breve flashback várias noites a estudar para os exames, enquanto devorava pacotes de bolachas com pepitas de chocolate, passaram pela minha mente.
senhores investigadores tenho a informar que: há exceções!
claro que isto do estar em processo de aprendizagem é muito abrangente. mas, se exigir exames, provas ou outras fontes geradoras de stress estou em crer que muitos, como eu, abusam no açúcar enquanto passam várias horas sentados ou deitados a estudar!
calma, sei que engordar “um pouco” e obesidade não é a mesma coisa. mas o modo como as coisas foram apresentadas punham tudo na mesma saladeira!
antes de começares a ler, quero deixar um alerta: não pretendo ferir suscetibilidades, não pretendo fazer uma condenação, não quero sequer fazer um julgamento. sinto apenas a necessidade de “botar cá para fora” as minhas inquietações.
numa perspetiva meramente estatística: qual o número de pessoas que se suicidaram que cabe conhecer a cada um de nós?
recentemente, mais uma pessoa que conhecia acabou com a sua vida (a terceira num espaço de 3 anos).
nas últimas semanas tenho lutado por controlar o sentimento de raiva que esta situação me despertou. resultado: uma terrível baixa das minhas defesas - em consequência de noites mal dormidas-, e uma acentuada falta de concentração.
não consigo entender o que passa pela cabeça das pessoas que tomam essa decisão. não consigo perceber se é angústia, dor, incompreensão, isolamento ou impulso. mas há uma característica que parece ser consensual e transversal a todas as situações de suicídio: o egoísmo.
a falta de empatia para “quem fica” de coração despedaçado e mente cheia de dúvidas.
é uma partida inesperada e cujas causas ficam, na maior parte das vezes, por descobrir.
tenho uma amiga que defende que o suicídio, da pessoa em causa, foi um ato de coragem. entendo que hajam percetivas diferentes da minha, mas para mim coragem é acordar cada manhã sabendo que o dia não vai ser fácil, mas mesmo assim ter capacidade para o enfrentar. desistir e abandonar a luta que é viver, não é coragem, mas sim cobardia.
tenho-me agarrado à ideia da existência de problemas psicológicos não diagnosticados. uma forma plausível de acreditar que a decisão esteve para além da vontade da pessoa.
para além da pessoa que decide partir sem avisar, existem as pessoas que carecem de sensibilidade e bom senso e que vão questionando as pessoas mais próximas da vítima: “não repararam em nada; não viram os sinais; não seria uma situação anunciada? o que esperam estes obter como resposta? um "claro que reparei, mas deixei que se matasse!"?
pois como todos sabemos, familiares e amigos necessitassem certamente de (mais) motivos para fazerem crescer em si uma culpa sem fundamento. e não me vou estender aqui com a curiosidade mórbida daqueles que querem saber todos os pormenores.
por último, quero falar das mães e dos pais, que não estando preparados para verem partir os filhos, seja por que causa for, levam com o choque destes partirem por decisão própria. chamando a si, mesmo que de modo inconsciente, toda a responsabilidade, por não os terem conseguido proteger.
uma morte tem sempre danos colaterais; um suicídio agrava-os e perpetua-os.
fez ontem uma semana que mami fez três anos – 11 de maio.
não me esqueci da data, mas por vezes a vida não nos permite celebrar o que nos faz feliz.
não sou de queixumes nem de negatividade. mas arre que o tempo está enevoado por estes lados.
depois deste preâmbulo, não muito poético, que soou a desculpas e a ai, ai, ai, vamos as comemorações deste aniversário!
embora não consiga ter a regularidade que gostaria, escrever neste espaço ajuda-me (muitas vezes) a libertar o que trago na alma, a dizer as coisas em voz alta, tornando-as assim realidade.
ter um blogue é algo egoísta. não é para quem o lê, mas sim para quem o escreve – dona ou dono e senhor/a de todo esse espaço – da sua forma e conteúdo.
um espaço onde ninguém nos impõe limites ou regras, onde podemos dizer (e dizemos) o que bem nos apetece. um espaço nosso, criado e moldado em função do nosso umbigo.
os blogues têm dois tipos de leitores: bloggers e pessoas que procuram informação específica, e procurando no google chegam ao nosso espaço (podendo depois ficar ou não).
da minha experiência, há um ganho maravilhoso que surge sobretudo de outros bloggers: a empatia.
estamos no mesmo barco, com os nossos espaços criados há nossa imagem. vamos percebendo que existem outros autores com quem partilhamos algumas ideias e formas de estar, o que não implica que concordemos sempre com o que o outro escreve, mas respeitamos, pois estranhamente “conhecemos” o autor e a sua linha de raciocínio. em alguns casos sentimos mesmo a existência de uma relação afetiva.
mas não se pense que este aspeto torna os bloggers menos egoístas. é através do afeto que recebe, da partilha, do discordar de visões e opiniões, da discussão de ideias, que o blogger cresce, melhora e se torna uma pessoa mais rica. é tudo ganho!
há três anos que vou enriquecendo graças as pessoas que por aqui passam e graças aos blogs que visito. muito, muito obrigada a todos e a todas.
acabando de escrever a frase questiono o que é isto de família tradicional.
a minha mãe teve 13 irmãos, nenhum deles fez mais do que a quarta classe. a minha mãe recorda que “os mais velhos”, nos quais se encontrava, chegaram a ir à escola descalços. recorda a broa com sardinhas, a única forma de as sardinhas, ou o sabor destas, chegarem para todos.
o meu pai e os seus quatro irmãos tiveram vida semelhante. começaram a trabalhar aos 11 anos, aos 14 o meu pai imigrou para trabalhar na construção civil.
os seus caminhos lá se encontraram e eles lá casaram. tinham, pelo menos, 10 anos de trabalho cada um e uma grande experiência de vida.
passados 2 anos cheguei às suas vidas. passados mais 3, emigram. nasceu outra bela menina e depois o benjamim. todas as memórias que tenho dos meus pais são de trabalho, de esforço, de procura de uma vida mais confortável e a ideia constante de que “nunca faltasse nada aos filhos”, que estes tivessem uma vida melhor do que a deles.
acredito que os pais querem dar aos filhos aquilo que mais falta sentiram na infância/adolescência. admiro e agradeço todo o esforço feito pelos meus pais para nos dar conforto financeiro e compreendo que com esse objetivo traçado não conseguissem ver o que ficava para trás: tempo em família, afeto, partilha.
nós queremos sempre mais. eu queria o que não tinha.
conhecer a história dos meus pais, ver o seu exemplo, fez com que adquirisse valores de trabalho, responsabilidade, dedicação, respeito, entreajuda e empatia. fez com que queira ser uma mãe presente, mais afetuosa; que valorize e promova momentos em família. e posso fazer isto graças à segurança económica que os meus pais conseguiram assegurar aos filhos, pela formação académica e pelas competências pessoais e sociais que nos proporcionaram.
não sei o que a minha filha irá pensar da educação e o contexto familiar que eu e o pai lhe proporcionamos. mas sei que não quero que pense que o mundo é uma caixa mágica de vontades – basta querer para ter; não quero que basei as suas amizades no que está por detrás de um ecrã; quero que abrace os avós, os tios, os primos, que faça caretas ao ataque de beijos dos pais. quero que valorize o trabalho, que estabeleça objetivos, que respeite as pessoas na sua singularidade e que tenha espaço para querer o que quer.
os meus pais, sem escolaridade, sem tempo, com um amor sempre presente mas tímido nas palavras e no toque, fizeram isto com tanta naturalidade … e eu, à partida com mais competências, com toda a informação e teorias disponíveis, sinto tanto medo de não o conseguir fazer de modo tão eficiente!
há coisas que o coração conquista pera pureza da sua essência.
sei que ser o exemplo é o caminho, foi assim comigo.
acredito que esconder as dificuldades é um erro. o mundo não é “cor de rosa” e nunca vai ser. para valorizar, para respeitar é preciso ter consciência das dificuldades, mesmo que estas não se sintam.
cresci, a maior parte do tempo, com a minha mãe, o meu pai (mesmo que passasse dias sem o ver em consequência dos seus prolongados horários de trabalho) e os meus irmãos. depreendo que isto faz de nós uma família tradicional.
a minha filha vive com a mãe e o pai – embora o pai esteja fisicamente ausente a maior parte do tempo. quiçá seja mais correto dizer que a minha filha vive com a mãe com a presença pontual do pai. mas, novamente, estando os três elementos presentes estamos perante uma família tradicional.
e vemos assim que até nas famílias ditas tradicionais, há tanta diversidade de organização e dinâmicas, que o conceito transborda as suas barreiras.
família é um conceito tão amplo, tão intenso, tão complexo, que em muito se aproxima ao conceito de aquilo que partilham os elementos que a constituem: amor