abril, mês quatro, significa que chegou o quarto desafio do projeto retratografia.
desde janeiro que tenho aprendido imenso com este projeto. por um lado, pela pesquisa que vou fazendo e as tentativas para responder a cada desafio. por outro, na apreciação do trabalho das/dos colegas, com a partilha e o incentivo que existe.
gosto muito de fotografia, mas não sou de longe, minimamente conhecedora da arte. este projeto tem-me ajudado a saber fazer mais coisas e a querer saber ainda mais.
como sabem, sou uma blogger anónima, logo, fazer um autorretrato seria algo que, à partida, estaria condicionado. este facto, exige apenas mais criatividade.
optei por desenvolver dois projetos:
1) nestas fotos pretendia mostrar quem sou não apenas no exterior, mas também através da partilha de um pouco da minha personalidade (cores vivas e alegres: energia e diversão; capacidade de criar e recriar – não desistindo perante contrariedades; a minha querida loucura sã e o meu desejo de amar, sempre).
nota útil: utilizei o programa photoscape x para criar o gif.
2) neste segundo projeto fiz um autorretrato desvendando o meu rosto, mas num tempo distante. ligando-me ao mais puro e sensível que há em mim. gostei muito do resultado.
nota útil: as fotografias foram tiradas com o temporizador da máquina e editadas no vsco.
técnicas simples, de leiga e novata, mas que me deram muito prazer em desenvolver. agora, se quiserem ver coisas a sério, façam favor o de visitar as minhas/meus colegas de projeto:
catarina alves de sousa (criadora do projeto) - joan of july
acredito que o autoconhecimento é a melhor forma de atingir a paz interior. descobrir e resolver questões que fomos enterrando no nosso íntimo na esperança que desaparecessem.
assim desafiei-me a responder à pergunta: se pudesses reviver um dia do teu passado, qual escolherias?
não foi fácil nem rápida a escolha.
dilema: deveria escolher um dia feliz para reviver todas as sensações boas, ou escolher um dia menos feliz mas que me possibilitasse rever acontecimentos e melhor compreender as coisas?
quando surgiu a questão soube quem queria rever. só não sabia “quando”. como sempre é da reflexão que surge a luz.
assim, escolhi um dia banal, pois é no somatório desses dias que se constrói o extraordinário de uma relação. decidi reviver um dia sem dramas, sem stress, sem euforias, sem nada que condicionasse o simples e genuíno prazer de estarmos juntas (rir, desatinar, gozar com as gafes da outra, decidir o que vamos jantar…). mais, queria reviver esse dia sem ter a consciência que em breve ela desapareceria para sempre da minha vida. queria (re)viver a inocência de acreditar no para sempre, de pensar impossível que uma jovem cheia de garra possa desaparecer aos 17 anos num acidente incompreensível. perder alguém que amo, que conheço desde que nasceu, sangue do meu sangue, foi a experiência mais dolorosa que já vivi. lembrar-me dela desperta em mim um sorriso nostálgico, não triste; sinto-me feliz por ela ter existido, por ter feito parte da minha vida, a dor que senti ao perdê-la foi justificada por tudo o que vivemos e não abdicaria disso por nada.
sou fã confessa da série dharma & greg. a série integra princípios que partilho quanto às diferenças entre as pessoas e o respeito por essas mesmas diferenças. foi com esta série que obtive uma das maiores aprendizagens sobre relacionamentos. aprendizagem que perpetuo sempre que consigo que o orgulho não vença!
num episódio da série - que não encontrei para partilhar aqui, os pais de dharma (protagonista da série) estão severamente furiosos um com ou outro por um motivo que não recordo - como acontece com a maior parte das discussões com os noss@s mais.que.tudo, a dada altura já nem nos lembramos das razões (ou falta delas) que abriram as hostilidades.
voltando ao episódio da série, a dada altura os pais de dharma saem do quarto, evidentemente após o coito – amei integrar aqui esta frase! dharma ao ver a cena e sabendo da zanga dos país, intrigada questiona-os.
os pais respondem descontraidamente que continuam zangados, mas que o corpo e as suas necessidades e que estas não devem ser afetadas pela diferença de perspetiva que de momento os assola.
este tipo de visão e a simplificação e simultânea valorização das necessidades físicas em relação às diferenças de cariz intelectual/comportamental/emocional, não as subjugando, exige uma grande maturidade e valorização da relação enquanto um todo.
seriamos todos mais felizes se elegêssemos essa via. acabaríamos de modo mais célere com discussões! seriamos capazes de visualizar de modo mais claro pelo que vale ou não vale a pena discutir!
quantas vezes não procuramos o afastamento do outros, pois sabemos que a sua proximidade nos fala “baixar a guarda”, mas que mal pode nos poderá isso fazer?! ah, pois… vai fazer moça na porra do orgulho!
o orgulho é uma arma e uma fraqueza. muitas vezes, alimentado pelo medo e insegurança, domina as nossas ações. passa um dia, passam dois, passa uma semana, um mês... e de repente estamos a partilhar a vida com um estranho e o mais triste é quem nem sabemos bem porque começou esse afastamento!
o orgulho é um dos principais inimigos dos relacionamento - para não dizer o pior! também padeço deste mal, nem sempre tenho a clareza de espírito para me lembrar disso, na hora. mas recorro a esta aprendizagem antes de permitir que ele consuma e destrua a relação que com o tempo fomos construindo.
o físico e o emocional estão conectados. por quê desgastar-nos se um abraço (mesmo que negado à partida) pode acalmar a nossa ira, deixar-nos respirar e aclarar a mente.
não tenham medo, não resistam a quando estiverem zangados terem a coragem de abraçar, de beijar, de possuir aquele ser que tanto amam e que tanto vos ama. verão que depois, já mais calmos, pois a raiva terá dado lugar ao afeto, estarão mais recetivos a ouvir o outro e conseguirão expor as vossas questões desprovidas das “artimanhas” criadas pela zanga; estarão mais abertos à negociação e à reconciliação.
em dia do livro decidi fazer uma viagem pelos livros da primeira parte da minha vida (comecei agora o segundo volume).
a leitura foi um hábito que adquiri na adolescência, surgiu de modo tímido, desbravou terreno e conquistou-me avassaladoramente.
já li muito. houveram livros que me marcaram pela forma como me puseram a pensar sobre determinados assuntos. outros pelo imaginário que faziam desenhar. outros pelas emoções que despertavam.
sendo eu algo esotérica a determinada altura comecei a compreender que não somos nós que escolhemos alguns livros, mas que são eles que nos escolhem. e isto torna este mundo muito mais interessante!
os livros que me escolheram:
- a metamorfose, franz kafka. o primeiro livro que me lembro de ter lido. foi aos 14 anos e teve um impacto abismal sobre mim. toda eu era transformações e em breve a minha vida também iria mudar de modo drástico, com uma mudança de país e de tudo aquilo que me era conhecido.
- a aparição, virgílio ferreira. um livro que despertou em mim imensas inquietações, fez-me questionar tudo. mexeu profundamente com as minhas certezas. um abanão que me levou a por tudo em perspetiva.
- todo o amor do mundo, harville hendrix. um livro sobre relacionamentos que nos faz pensar no nosso papel na relação (nosso comportamento e atitudes) e na existência de uma outra pessoa também ela com uma perspetiva sobre as coisas (e desejos e receios).
o primeiro livro que me fez:
- rir: os meus problemas, miguel esteves cardoso
- chorar: as palavras quem nunca te direi, nicholas sparks
a saga fantástica que me apaixonou:
- harry potter, j. k. rowling
o que me manteve agarrada, página após página, fazendo com que o tico e o teco quase explodissem:
- o segredo, rhonda byrne
os que me fizeram por os pés na terra:
- diário de anne frank, anne frank
- queimada viva, souad
há muitos outros livros dos quais gostei, talvez melhores, mas foram estes que quando olho para trás saltam e se destacam…e se assim é, sem esforço de memória, é porque estão em mim!
o algarve é sempre uma boa escolha quando se procura um tempo agradável – a nível climatérico e a nível do ritmo a que se vive o dia.
encontrei um local onde a paz é total, onde o ritmo esmorece, a pressa desaparece e onde se podem apreciar pormenores que nos fazem sorrir.
a natureza enquadra cada edifício do resort e as cores intensas em tons de verde, bege e azul, fundem-se em total harmonia.
espaços grandes (quartos e áreas comuns), sem confusões, pequeno-almoço divinal e acesso direto à praia…assim é o vilalara thalassa resort, em porches.
quarto super clean e confortável
um belo romance
a casinha de brincar é um mimo
há também um espaço de atividades para crianças e um parque infantil (o hotel é completamente baby friendly!)
a praia das gaivotas... o nome encaixa na perfeição
natureza diversa um pouco por todo lado
belos pormenores perfeitamente enquadrados no todo
uma piscina de água salgada partilhada
momentos perfeitos
vilalara thalassa é um pequeno luxo, é certo, mas sempre acreditei que temos direito aos nossos desejos de requinte...e uma vez não são vezes
miminhos para todos
não tem sido um ano fácil, entre as exigências do trabalho e as da maternidade sinto-me cansada, sem energia e, constantemente, à beira de um ataque de nervos. um fim-de-semana neste pequeno paraíso em terras lusas permitiu que quebrasse com a rotina que aligeira-se a carga que me imponho, que deixa-se fluir a energia contida! não estou como nova, mas estou bem melhor ;)
neste belo local ou noutro qualquer, o fazer este corte com a realidade deveria ser obrigatório, como se de uma prescrição médica se tratasse. muitas vezes deixamos que as responsabilidades, as preocupações, os problemas nos engulam, nos roubem o ar, a energia, a alegria. e muitas vezes quando damos conta já estamos tão longe de nós que reencontrar-nos se torna difícil.
somos super mulheres e super homens, mas de vez em quando é preciso parar um pouco para lavar a capa, tirar-lhe todo o peso que carrega, para não deixar que o seu peso nos afunde e nos impeça de voar. não há maior mostra de coragem, do que reconhecer (sobretudo perante nós próprios) que precisamos de parar um pouco.