precisei de um hotel para pernoitar com o mais que tudo. não queríamos gastar muito dinheiro pois não iriamos usufruir do hotel mais do que o estritamente necessário, ou seja, uma boa noite de sono. fiz o processo normal: entrei no site do booking, coloquei a cidade e ordenei por preços; eliminei todos aqueles que me pareceram duvidosos e dos quais poderia sair com um órgão a menos; encontrei um a um preço muito razoável. chegámos ao local e a receção era um intercomunicador. tudo bem. a voz do outro lado ordena a entrada por uma garagem. ok. entramos por um corredor (túnel) e a box da garagem abriu, assim que entrámos, fechou. ainda meia atordoada por aquele procedimento, subi umas escadas que, pensava eu, me levariam à receção, e qual o meu espanto quando chegámos ao quarto. foi naquele momento que me caiu a ficha: nós estávamos num motel para quecas inexistentes!
reação do mais que tudo perante o meu choque: uma gargalhada (.p.r.o.l.o.n.g.a.d.a.)
minha reação ( juro que nada armada em puritana): uma sensação de desconforto por sentir "sexo e traição" por todo lado
repentinamente fui tomada pela consciência maravilhosa de haver imensas coisas que me têm escapado (não a traição no mundo dos adultos) mas a constatação que ainda tenho muito a descobrir e experimentar (sei: umpouco parva, eu sei...e infantil quiçá). veio de seguida o maravilhamento ao ver um espelho gigante e ao constatar que o miminho na mesa de cabeceira não era um bombom ... mas sim um preservativo; de seguida veio uma tristeza imensa ao verificar que o colchão não era de água (nos filmes costumam ser!) ... mas a tristeza brevemente passou ao ver a banheira de hidromassagem .g.i.g.a.n.t.e.
confesso que estava tipo nerd a verificar se estava tudo limpinho enquanto o meu mais que tudo gozava comigo e perguntava: o que é que tu achas que fazem os casais nos quartos dos outros hotéis?
era tudo muito novo para mim…ok?!
outro momento excecional foi quando saímos para jantar (na total discrição própria dos adúlteros); encontramos, na nossa box de garagem privativa, uma informação que referia que a porta da garagem só abriria quando o corredor estivesse desimpedido. tudo preparado para perfeitos encontros clandestinos.
confesso que esta experiência por um lado me fascinou, por outro me assustou pelo facto de efetivamente uma traição poder não deixar rasto; e como está tudo montado para que isso aconteça!
o prós e contras de ontem trouxe a debate um tema interessante mas aparentemente que ninguém queria discutir na sua essência: a procriação medicamente assistida para toda a mulher.
.porque se confunde identidade biológica com identidade civil?
sim, acho importante, sobretudo por questões relacionadas com aspetos de saúde, que o bebé/criança/jovem/adulto tenha conhecimento dos seus "antecedentes" genéticos, mas, para este indivíduo o que lhe importa saber se quem doou esperma ao estado português se chamava pedro, felisberto ou joaquim? não se misturem coisas. um dador não é um pai. não se reduza a parentalidade ao espermatozoide e ao óvulo que se encontraram num laboratório!
.porque trazer a adoção para esta discussão?
quando a sra professora presidente da comissão de bioética, refere que se deveria legislar melhor a adoção, sobrepondo-a a esta questão...só me apraz dizer: sim tem de se rever a lei da adoção em portugal, mas esse é outro assunto! o que estava a srª drª a insinuar...que há muitas criancinhas no mundo para adotar e que por isso a mulher deve "recorrer" a essas em vez de trazer novas ao mundo? ... assim sendo e dada a nobreza da abordagem, porque não se proíbe aos casais heterossexuais de se reproduzirem livremente...afinal já à muita criancinha para se ir "buscar".
.não concordo com que uma mulher procrie e eduque uma criança sozinha. o que acontece a todas aquelas a que a vida a isso obriga, deve ser-lhes retiradas os filhos? as que têm "azar" podem e as que responsável e refletidamente decidem que o desejam fazer, não podem?
como diz o outro: um assunto é um assunto, outro assunto é outro assunto!
não se misturem assuntos, não lancem areia para cima dos olhos do povinho, só porque não há argumentos "em defesa dos direitos da criança" que é concebida por ser desejada!
o que efetivamente eu questiono é a igualdade entre homens e mulheres neste direito à "produção autónoma" e o que penso não é que se tenha de prejudicar a mulher, mas sim encontrar uma solução para os srs!
o que fazer quando há um homem, com bastante poder, que só anda a fazer bosta?
torna-lo uma paródia parece-me uma excelente opção!
"Este vídeo faz parte do movimento Comedyagainsttrumpism, para o qual tivemos a honra de ser convidados. Bélgica, Espanha, Alemanha, Áustria, Suiça, Dinamarca, Islândia, Estónia, Lituânia, Eslováquia… e até a Austrália, competem connosco pelo segundo lugar na gavetinha do Trump." - filomena cautela, 5 para a meia noite (02/02/2017). a holanda está também no barco (obviamente) !
vale a pena ver :)
se encontrarem mais...por favor partilhem comigo
só faltou introduzir a nossa gastronomia que é rica e variada...nada com que os americanos possas competir
e assim introfuzimos, continuando com os 30 dias de gratidão, o #4 - por qual comida estás mais grata?
adoro comer. a minha paixão não reside na quantidade mas sim na diversidade. adoro viagens gastronómicas.
vi há anos um filme (tenho pena em não me recordar qual ) em que uma personagem dizia que deveríamos experimentar um novo sabor por dia para ativar novas sinapses nosso cérebro. este é um desafio que tenho sempre presente!
mas aqui o desafio é identificar a comida pela qual estou mais grata e a única forma que tenho de pensar nisso, para fazer uma escolha, é pensar que se tivesse de comer o mesmo alimento até ao final dos meus dias...qual seria, pelo sabor e diversidade de formas de consumir.
quando existiu a primeira discussão sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, andava eu no liceu, chegava a casa e ligava a tv na rtp2 para ver a discussão no parlamento. vejam lá que na altura o meu ídolo político era odete santos!
das coisas que mais retenho dessa fase em que começou o meu interesse pela política foi entender a importância de se criarem leis que permitam a liberdade de escolha do indivíduo, sem interferir na liberdade dos outros.
na altura havia uma forte questão de linguagem sobre o se ser a favor das despenalização da interrupção voluntária da gravidez ou o se ser a favor do aborto; para muitos era a mesma coisa. as campanhas contra a despenalização optavam pela segunda abordagem, pois ninguém queria ser a favor da morte de "bebés"!
este tema foi, à segunda, ultrapassado. recordo-o porque estamos perante uma situação semelhante, ao nível da abordagem da questão, agora a respeito da eutanásia. não estamos aqui a discutir quem é a favor da morte ou se quisermos do homicídio ou suicídio.
discute-se o direito a cada pessoa poder escolher sobre a sua vida.
porque pode uma pessoa saudável, ou pelo menos capaz de cometer o ato, suicidar-se e, uma pessoa doente e fisicamente incapaz, não? não terá ela o mesmo direito de decidir sobre a sua vida?
quem somos nós para impedir que alguém decida sobre a sua própria vida? essa decisão compete a cada um. ninguém vive na pele do outro e por isso não tem o direito de limitar as escolhas do outro à sua visão do mundo!
a eutanásia terá, obviamente, de ser legislada para que o indivíduo fragilizado seja protegido e a decisão, de pôr termo à sua vida, seja sua e não doutros. porém, não deverá ser pela dificuldade em legislar e pela sensibilidade do tema, que se limite a liberdade do cidadão.
por questões alheias à minha vontade no passado domingo fui à missa. foi bom, lembrei-me porque deixei de ir! no final da missa o sr. padre vomita o seguinte discurso (numa igreja com 75% de seniores): "vai estar em discussão a questão da eutanásia. como bons cristãos temos de ser a favor da vida, portanto contra estas iniciativas. há muitos filhos que para ficarem com a herança dos pais, maltratam-nospara estes perderem a vontade de viver, pedindo assim para morrer. se os pais se sentirem amados, mesmo em sofrimento, vão querer viver."